Diário de uma Virgem [Concluído]

Setenta

08 de Setembro, Sábado

11h30 — Dormi mal esta noite, nem sei como acordei agora. Ainda estou com sono.

Fiquei pensando sobre tudo que aconteceu. O Jonathan tinha me mandado uma mensagem me pedindo para ficar tranquila e me desejando boa noite. Mas como conseguiria me tranquilizar com meu corpo todo implorando para ficar com ele?

Estava tão perdida em pensamentos que nem notei o Ge aparecendo em meu quarto. Só fui me dar conta da sua presença quando ele se deitou ao meu lado.

— O que o idiota fez? — perguntou sem rodeios.

Fiz uma careta e fiquei olhando o teto iluminado, buscando padrões para me distrair.

— Nada. Ele foi bem gentil. Me deu até uma aliança. — tirei o colar e mostrei para ele.

Geovanne pegou na mão e ficou girando, observando todos os detalhes.

— Ele é do tipo meloso então. — falou com um tom enciumado.

Dei um empurrão em seu ombro. Mesmo após todos esses meses era estranho tocá-lo, pois era muito gelado e sentia que ia atravessá-lo a qualquer momento.

— O que faz aqui? Pensei que ia ficar com sua mãe.

— Não consegui ficar lá, te imaginando com ele. Sei lá, aquela conversa que tivemos mais cedo me fez imaginar coisas que não gostei nem um pouquinho.

Suspirei.

— Tudo bem. Mas não se preocupe, não aconteceu nada.

Meu amigo me olhou curioso. Contei para ele como foi a noite e não escondi nada.

— Pri, posso te dar um conselho?

— Claro.

— Quando for o momento certo, apenas acontecerá. Não tente apressar nada, só pra querer agradar ele.

Torci um pouco a boca, escutando com atenção.

— Vou te contar um segredo. — sua voz tornou-se baixa, tive que me aproximar para poder ouvir. — A minha primeira vez foi horrível. Fiz com uma garota que... não me orgulho nada disso. — me assegurou. — ... mas nem lembro o nome dela. Apenas fiz porque todos os meus amigos do time tinham feito e ficavam falando disso no vestiário. Me senti excluído e pressionado e resolvi fazer em uma noite que jogamos fora. Foi como uma garota da escola onde ficamos.

Abri a boca em um pequeno "o". Sabia que o Ge era popular e que tinha muitas garotas a fim dele, mas nunca pensei que ele tivesse ido adiante com alguma.

— Por que nunca me disse? — o tom de mágoa em minha voz era evidente.

— Senti vergonha. — ele me encarou e tocou meu rosto com carinho. — Minha primeira vez perfeita seria com você, mas estraguei tudo e me arrependi tanto que resolvi fingir que não tinha acontecido. Não quero que a sua seja assim. Você merece o momento mais especial e romântico possível e... — ele deu um peteleco na aliança que balançou como um pêndulo devido a corrente em que estava. — ao julgar por isso aqui, na hora certa ele fará você se sentir especial.

Sorri um pouco, me sentindo um pouco melhor, mas não completamente.

— Obrigada, Ge.

Ele deu um beijo suave na minha testa e me abraçou mais.

— De nada. Agora durma, marrentinha.

Fechei os olhos e tentei fazer o que me pediu. Contudo o sono só veio bem depois, o que me deu muito mais tempo para pensar do que eu desejava.

17h39 — Fui na casa da Isa, ver como ela estava e também porque ela queria saber tudo sobre ontem. Quando falei que quase fugi correndo do Jonathan no meio da nossa pegação, ela quase engasgou de tanto rir.

Depois que se recuperou da sua crise de riso, ela me deu alguns conselhos. Em grande maioria foram iguais ao do Ge de não me apressar e ir no meu momento. E me deu algumas dicas de como deixar o momento mais... (como posso dizer?) prazeroso para os dois.

Gostei de ter essa conversa com ela, pois fui ficando mais a vontade e comecei a perguntar algumas coisas que tinha dúvida. Ainda bem que ela gosta de falar desse assunto.

Ainda falando sobre amores, minha amiga me disse que o Gus pediu para voltar a namorar com ela. Mas ela não aceitou.

— Por que? — perguntei sem entender.

— Gosto dele. Mas depois de tudo que houve com... você sabe, o canalha lá, decidi que preciso de um tempo pra mim. Sem homens e nada disso. Apenas decidi focar em mim.

— Acho uma excelente ideia. — comentei.

— Falando em homens. — ela deu um risinho. — E o Nando? Já sabe que te perdeu?

Abri um sorriso sem graça.

— Na verdade, faz um tempo que não falo com ele. — confessei.

— Pri, você tem que contar. Ainda mais que rolava um clima entre vocês.

— Eu sei, eu sei. — suspirei.

Confesso que estava evitando pensar no Nando, porém minha amiga está certa. Tenho que falar com ele.

Não nos falamos desde o dia em que ele arrumou o encontro entre a Laura e o Vinícius.

Como será que ele irá reagir?

09 de Setembro, Domingo

12h01 — Fiquei pesando na minha conversa com a Isa sobre o Nando e pedi a opinião do Ge. Ele concorda com minha amiga, dizendo que era melhor eu falar logo. E ainda disse que mesmo que o Nando tenha me pedido para sermos apenas amigos, estava claro que rolava algo entre a gente.

Decidi, então, mandar mensagem para ele hoje de manhã. O Ge estava do meu lado, porque ele é muito curioso e eu não o expulsei porque me sentia mais corajosa com ele ali.

Eu: Oi, td bem?

A resposta demorou mais do que o costume para chega, parecia até que ele estava adivinhando que seria uma conversa tensa.

Nando: Oi, to bem e vc?

Nando: Veio pedir os outros dois desejos?

Eu: To bem. Pra ser sincera tinha esquecido :P

Eu: Queria te contar uma novidade

Nando: Ok

Levei meia hora digitando e apagando o que queria dizer, até que o Ge perdeu a paciência e tirou o celular das minhas mãos. Depois que o peguei de volta ele já tinha mando a mensagem.

Eu (Ge na verdade): To namorando o Jonathan, meu professor.

Fiquei olhando a tela do aparelho na minha mão. Mas nada. Será que devo me preocupar? Apesar de tudo não queria perder a amizade dele.

14h43 — Pois é, acho que o Nando não vai me mandar mais mensagens mesmo. Porque até agora não me respondeu.

Espero não tê-lo magoado.

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Oi, meus amores. Como estão?
Parece q o Nando não ficou mt contente com a notícia, hein. Fazer oq. Rs.
Bjs 💙