Quarenta

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25 de Maio, Sexta-feira

19h01 — Estou nervosa. Daqui a pouco o Nico vai aparecer aqui para me pegar e só de pensar na minha mãe fazendo mil perguntas para ele me dá enjoo. Isso sem falar que o Ge vai se aproveitar desse momento para avaliar o Nico. Pelo menos não terei que lidar com as críticas do professor. Ontem nem fui na aula dele, porque não sabia se o Nico tinha dito algo ou não para o irmão.

A Isa veio me ajudar a me arrumar, ela não teve aula hoje, infelizmente não tive essa sorte e estou matando aula para me encontrar com o Nico. Coloquei um vestido azul marinho e não exagerei na maquiagem. E ela garantiu que eu não me trocasse centenas de vezes, porque se não estaria atrasada, já que saí do trabalho e vim direto para casa me arrumar.

Ai, ele chegou. Espero que corra tudo bem.

23h58 — Vou escrever aqui antes do Ge aparecer e eu ter que contar tudo para ele. Bom, vou tentar contar tudo.

O Nico veio me buscar aqui em casa e minha mãe pediu para ele entrar. Ela fez um monte de perguntas.  Queria sumir, mas o Ge adorou, porque ele mesmo não podia entrevistar o Nico.

Quando minha mãe começou a contar minhas histórias de criança segurei o braço do Nico e nos despedimos. Lá fora tive uma surpresa, ele veio com uma moto, uma harley. Me deu o capacete e me ajudou a subir. Depois subiu na minha frente.

— Me abraça forte. — pediu.

— Você não vai correr, né? — por incrível que pareça não fiquei com medo de subir na moto. Mas mesmo assim a ideia de estar em alta velocidade sobre rodas não me agradava.

— Não. Só quero sentir você me abraçando mesmo.

Agradeci pelo capacete, pois impediu de ver meu rosto ficando vermelho.

Abracei ele. Claro que amei essa parte, por mim ficaria assim a noite toda sem problema algum.

Fomos a uma pizzaria em Londrina. Confesso que fechei os olhos quase o caminho todo. Apesar de motos não me incomodarem, ver a estrada virar um borrão me incomodava.

Comemos e rimos. Me senti a vontade com ele e nem me importei em fingir que comia pouco. Simplesmente aproveitei e me diverti.

Depois ele me levou até uma sorveteria mais no centro, onde podíamos ter um pouco de privacidade. Pedimos duas casquinhas e sentamos em um dos bancos do lado de fora.

Ficamos em silêncio e após termos falado de tudo na pizzaria, isso me preocupou. Já comecei a imaginar que ele estava me achando chata e um monte de coisas mais. Até que finalmente ele falou:

— Posso te confessar algo?

— Deve. — falei e voltei a tomar o sorvete com certa vergonha.

Ele sorriu e me olhou.

— Gostei muito de ter te chamado para sair. Mas faltou uma coisa e não sei se posso fazer.

Franzi a testa, confusa.

— O que?

Nico então aproximou o rosto do meu e me beijou. Depois de ter esperado por isso e ser frustrada antes, me assustei e me afastei. Arregalei os olhos.

— Me desculpa. Não quis forçar nada. — ele falou me olhando preocupado.

Não pensei duas vezes e o puxei para me beijar de novo. E, nossa, ele beija muito bem.

Passamos a noite alternando entre beijos e conversas. Quando terminamos o sorvete, nos beijamos mais. Até que ele se ofereceu para me trazer para casa.

Diário de uma Virgem [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora