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SINA

Senti o vento balançar os meus cabelos.

Eu estava tentando tomar coragem pra entrar naquela clínica.
Fazia um mês que Amélia tinha me entregue aquela autorização e eu não tinha conseguido passar da entrada.

Admirei o jardim coberto de neve, o natal estava tão próximo que eu nem sabia como seria esse ano.
Desde que eu havia descoberto que meus pais não eram meus pais o clima em casa tinha ficado bem estranho.

Minha mãe não olhava na cara do meu pai, ele falava o mínimo comigo e Sofya tentava fazer de tudo pra manter nossa família unida mas eu meio que duvidava que dessa vez ela conseguisse.

Marchei até a entrada onde uma mulher ruiva lia uma revista de moda com alguma atriz famosa na capa.

— Eu vim visitar Meghan Plotkinova. - Digo.

— Identidade e autorização. - A mulher pediu.

Entreguei os documentos e ela os analisou atentamente.

— Parentesco? - Perguntou

— Ela é...é minha mãe biologicamente falando. - Digo.

— Ah. - Ela disse.

Depois de uma outra análise nos documentos ela os devolveu e me indicou o quarto 139 no segundo andar.

Você consegue Sina, repeti mentalmente

Caminhei até o quarto e gelei ao ver a mulher de cabelos escuros ondulados lendo um livro, e não era qualquer livro.

De tantos livros que existem no mundo tinha que ser Lobo da Estepe?

Ela desviou os olhos - ridiculamente verdes iguais aos meus - do livro e me encarou sorrindo abertamente

— Eu estive esperando por você Cherry. - Ela sorri.

— Me chama de Sina. - Pedi

— Amélia não podia ter te dado um nome menos óbvio. - Meghan revirou os olhos

— Óbvio? - Perguntei

— Sabe, eu odiava tanto essa música mas chegou uma hora que eu acabei gostando dela e como insuportáveis que minhas amigas eram queriam por o seu nome de Sina. - Meghan diz.

— Amigas? - Pergunto.

— Cherry e Yonta, você conheceu Yonta não? - Ela Pergunta.

— Conheci, ela é minha professora de Literatura. - Digo.

Yonta esteve distante durante todo esse mês, eu acabei lembrando da conversa que tivemos sobre Meghan e acabei percebendo que ela soube a verdade o tempo todo e não me contou nada.

— Ela me falou muito de você, as vezes sentia que te conhecia. - Ela diz.

— O que ela contou? - Perguntei.

Me sentei na poltrona na frente de Meghan.

— Me contou que você era uma ótima aluna, que amava literatura, dedicada, me contou da sua relação com as suas amigas e até de um garoto. - Meghan diz

Bufei.

— Podemos deixar Josh fora dessa conversa. - Pedi.

— Porque? Você não o ama mais? - Ela Perguntou.

— justamente o contrário. Eu amo ele mas o fato de sermos irmãos não ajuda muito. - Digo.

— Irmãos? Da onde você tirou isso? Eu usei drogas por muito tempo mas tenho certeza que não engravidei mais de uma vez. - Meghan diz.

𝗽𝗮𝗰𝗶𝗳𝘆 𝗵𝗲𝗿; 𝗯𝗲𝗮𝘂𝗻𝗲𝗿𝘁. [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora