Shay, a psicóloga, abriu a porta e fez-me sinal para eu poder entrar. Levantei-me e entrei no gabinete dela. Sentei-me na cadeira à frente da sua secretária, tirei os fones e fiquei a olhar para ela esperando que ela me fizesse as mesmas perguntas de sempre.
— Chloe, como estás hoje? - ela pergunta. Parece estar de bom humor hoje.
— Hoje estou sentada tal como em todas as outras consultas.
— Não sejas assim, quero que respondas como eu quero.
— Mas eu faço o que eu quero e não o que tu queres.
— Aqui quem manda sou eu.
— És minha psicóloga e não minha mãe.
— Quando estás em casa de outra pessoa também fazes o que tu queres em vez de fazeres o que te pedem?
— Não. Faço o que me pedem. Tu não pediste.
— Chloe, podes responder-me como uma adulta e não como uma criança de 5 anos? - ela pergunta já quase sem paciência para me aturar.
— Hm... Não.
— E continuas. Já vi que hoje não dá para falar contigo.
— Alguma vez deu?
— Sim. Já tivemos boas conversas, mas depois tens dias em que nem por isso.
— Peço desculpa mas é noite de lua cheia.
— Tu mudas de humor conforme as luas?
— Já te tinha dito isso, se não prestas-te atenção não tenho culpa.
— Está bem. A consulta de hoje já acabou. Podes ir.
— Está bem. Até amanhã.
— Até amanhã.Não respondo e saio do gabinete. Eu hoje não tenho paciência para nada. Coloco de novo os fones e sigo o caminho para casa.
Chego a casa e nem quero acreditar. As minhas queridas melhores amigas meteram-se a tentar convencer os meus pais para poder ir com elas ao concerto.— Vá lá, deixe-a vir connosco. - pede a Katherine.
— Ela tem que estudar. Ela não pode ir. Peço desculpa meninas. - responde o meu pai.
— Mas nós já não temos mais testes este período.
— Não interessa. Ela tem que ficar a estudar.
— Mas se não temos teste porque é que ela tem que ficar a estudar? - pergunta desta vez a Christianna.
— Porque não se pode esquecer da matéria. Vocês sabem que não me importo que ela saia à tarde, mas à noite não pode ser.
— Porquê?
— Eu não quero ir com vocês! - digo já irritada.
— Porquê? - pergunta a Katherine.
— Não quero. Eu adoro-vos às duas, mas não gosto dos rapazes.
— Faz o que quiseres. Eles tentam dar-se bem contigo, mas tu afastas-os sempre. - diz a Christianna.
— Talvez seja porque não gosto nem quero gostar deles.
— Porquê? - pergunta a Katherine.
— Não quero! - digo quase fora de mim.Pela cara delas, os meus olhos devem de estar lindos. Normalmente quando assim fico, os meus olhos tornam-se pretos na irís e vermelhos por fora, se não sangrar. As minhas veias parecem querer explodir e até a minha voz fica mais grossa.
Quando disse que sou um monstro, não estava a brincar, até porque eu nunca brinco.— Vão embora e deixem-me em paz!
— Chloe... O que é que tu tens? Tens os olhos negros... - diz a Katherine.
— E estás a sangrar do nariz. Vai ver isso. - diz a Christianna.
— Irritei-me. Posso? Agora vão divertir-se e deixei-me a estudar.Viro-me e subo as escadas a correr. Entro e fecho a porta do quarto violentamente. São 19:23. A lua cheia já se vê e já está a começar a fazer efeito.
Dou vários murros e pontapés no saco de boxe que tenho pendurado na parede. Foi prenda de natal por parte dos meus pais à talvez 3 anos atrás. Eu tinha hábito de esmurrar as paredes por isso eles acharam que seria melhor ter um saco de boxe e umas luvas para poder descarregar as minhas energias, mas as luvas eu nunca as usei.
Cada vez dou mais murros naquele saco e não sinto dores nenhumas nas mãos, tal como nunca senti. Mas cada vez tenho mais vontade de esmurrar o saco. Não me consigo fartar.
Jantei e voltei para o quarto. Ainda tento estudar mas agora sim, sinto-me bastante cansada por isso vou dormir.
Adormeço.— Deixa-me em paaaaaaz! Deixa-me! Deixa-me!
— Não deixo. Eu gosto de me agarrar a ti, gosto de me apoderar de ti e nunca deixarei de o fazer.
— Mas eu não quero que o faças!
— Mas não és tu que decides o que eu faço.
— LARGA-MEEEE!
— Quem manda sou eu.
— Mas o corpo é meu!
— Mas quem manda nele sou eu, quer tu queiras quer não.Acordo com o pesadelo. Estou a transpirar e deitada no chão do quarto. Levanto-me e volto a deitar-me para dormir.
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INSANE: The Murderer [ Concluída ]
ÜbernatürlichesInsane { Livro I } Toda a gente achava que ela era perfeita, mas ninguém sabia que ela era um monstro. Pelo menos até ela se apaixonar. Ela não sabia que ele era obcecado por ela, nem que ele era também um monstro. Insane. Contém representações grá...