•| Capítulo 13 - Insane.

279 36 26
                                    

Tocam à campainha e como é óbvio vou abrir, não vou ficar à espera que se abra sozinha visto que não há cá ninguém em casa. Abro a porta e vejo o moreno a olhar para mim com um sorriso doce naqueles lábios que me beijaram ontem e eu quero mesmo voltar a... CHLOE! PÁRA JÁ! Mas que pensamentos são estes?? Estás a gozar certo? Acho bem que sim. 

— Chloe? Estás aí?
— Sim, sim, sim. Estou. Desculpa, entra. - digo e abro mais a porta dando espaço para o rapaz poder entrar, fechando a porta logo depois.
— Então estás sozinha? Outra vez?
— É... O meu pai ainda não chegou do trabalho e a minha mãe tem aulas de Yoga a esta hora.
— Está bem. Então e pensaste no que podemos fazer hoje?
— Não... Mas podemos ir para o meu quarto tenho lá jogos, também tenho televisão, e tenho uma cama caso aconteça o mesmo que ontem.
— Não vou questionar vamos mas é para lá.

Rio pois penso que ele não está a interpretar isto da mesma forma que eu, mas eu não tenho medo nenhum e ele sabe disso. Subimos as escadas que vão dar ao meu quarto e entrámos. Fecho a porta e vejo-o especado a olhar não sei muito bem para onde.

— Sempre quis ter uma coisa destas. É brutal... Como é que isto se chama?
— Saco de boxe?
— É isso mesmo! Posso experimentar?
— Claro, as luvas estão aqui...
— Não é preciso.

Tira o seu casaco colocando-o em cima do banco que se encontra no fundo da minha cama, ficando apenas de t-shirt. Apanha o seu cabelo num totó que o deixa bem sexy, nunca pensei dizer isto mas é a verdade. Depois, vejo-o dar um primeiro soco no saco com alguma força e os seus lábios formam um sorriso que nunca tinha visto nele. Seguidamente, socou continuamente o saco. Como era a primeira vez que o fazia não sabia mesmo como o usar por isso levou com ele na cara. Mas não se moveu, apenas agarrou o saco ficando a olhar para ele irritado. Levanto-me e desvio o saco colocando-me à sua frente, este agora prestando-me atenção.

— O que é que se passa? Porque é que fizeste isto?
— Eu odeio-o! E sinceramente não me importava de lhe rasgar o focinho pelo que ele me fez passar!
— Tem calma...

Estou assustada. Sim, leste bem. Eu, Chloe Grace Moretz, estou assustada. Ele tem os seus olhos escuros e avermelhados, os seus músculos estão bastante tensos e eu não sei o que fazer.

— Eu tenho que o encontrar e desfazê-lo depois disso...
— Oh! Chega! Para de dizer essas coisas. Tanta agressividade para quê jovem? Acalma-te e vamos conversar. Senta-te aqui. - peço depois de me sentar na cama.
— Não há nada para falar.
— O que é que se passou para ficares assim? Estavas tão bem e de repente ficaste neste estado.
— O que passou foi que não devia de ter dado o primeiro soco ao saco.
— A partir de agora podes ter a certeza que não o voltas a fazer. Não gosto de te ver assim.
— Obrigado.
— Quem é ele? - pergunto a medo.
— Ele quem?
— A pessoa de quem falavas enquanto esmurravas o saco de boxe.
— Não interessa.
— Interessa sim. Viste bem no estado em que te deixou só de pensares nele?
— Eu sei, mas não interessa.
— Está bem. Se algum dia quiseres falar sobre ele diz.
— Obrigado.

Abraço-o e sinto os seus músculos a descontraírem após encostar a sua cabeça na minha. Ficamos assim durante algum tempo até ele se desencostar de mim. Olho-o nos olhos que agora estavam normais e apenas penso, será que ele é como eu? Não, isso seria mesmo Insane. Não pode.

— Estás a pensar no quê?
— Não interessa. - digo com um sorriso vitorioso no rosto.
— Não vou insistir.
— Mesmo que insistisses eu não te iria dizer.
— Eu sei, por isso é que não o vou fazer. 
— Está bem.
— Como é que consegues?
— O quê?
— Ser tão irresistível?
— Não sei, diz-me tu porque o sou.
— Também não sei porque és feia, reles, estúpida e bruta, deve de haver algo em ti que me faça sentir atraído mas não estou a ver o quê...
— E eu é que sou reles, estúpida e bruta, né? 
— Peço desculpa pela minha sinceridade então.
— Não peças porque eu sei que sou bruta e reles. Mas não sou nem estúpida nem feia meu caro. Enquanto que tu, bem, tu sim és estúpido e feio. És um lingrinhas, tens cabelo à gaja, tens uns pássaros tatuados no peito o que te faz parecer ainda mais gay e vestes-te mal. E ontem foste bem estúpido com o rapaz das pizzas.
— Ai, tinha que aí vir a história do rapaz das pizzas.
— Desculpa lá, mas é verdade.
— A única verdade no fim de tantas mentiras.
— Isso é mentira.
— Não é não. Eu não sou lingrinhas, tenho um corpo que muitos invejam e se sou assim tão feio porque é que me beijaste?
— P-p-p-porque me deu. Ou não posso? Apeteceu-me e pronto.
— Podes sim, as vezes que quiseres. Então se tu podes fazer o que te apetece eu também tenho o direito de o fazer.
— Como assim?
— Como por exemplo, beijar-te.

Eu não sei o que dizer sinceramente. Eu não vou dizer o que aconteceu porque vocês adivinham. Vocês não são burras nenhumas. Mas vejam lá. Só o conheço à 4 dias, não se passou nada para além de beijos, ok? Acho bem.

Quinta Feira, 11 de Dezembro de 2014

Acordo com o despertador a berrar-me aos ouvidos. Tinha a cabeça mesmo ao lado da mesinha de cabeceira. Desligo o despertador e só depois dou conta de que tenho um braço à volta da minha cintura. Viro-me na cama e pude ver o Harry a dormir. Mas ele não acorda com o despertador? Só espero que não seja pior do que a Christianna que quase que é preciso um balde de água fria para a arrancar da cama.

— Harry? - chamo por ele abanando-o devagar.
— Eu tou acordado, apenas não me apetece levantar já.
— Bem, eu sobre ti não sei mas eu tenho aulas.
— Oh não vás, fica aqui comigo.
— Não posso. A escola é um dever, tenho que ir. Vemo-nos à mesma hora.
— Está bem. Mas vê lá se o teu patrão não te faz o mesmo que ontem porque se o fizer parto-lhe o focinho.
— Não sejas tão agressivo rapaz. Nem preciso disso. Eu posso muito bem fazê-lo. Vá, é melhor ires antes que os meus pais te vejam.
— Está bem... Até logo.

Ele beija-me de novo e sai do quarto. Ainda o vejo sair pela janela do meu quarto. Vou tomar um duche rápido e despachar-me pois não me apetece chegar tarde.
Chego à escola e está a Kathie ao portão a despedir-se do Ashton.

— Olá pequena, como é que estás?
— Bom dia, estou bem e tu?
— Também. E a tua irmã como é que está?
— Lá está. Chora todas as noites para se fazer de forte durante o dia. 
— Porque é que eles não fazem as pazes? - pergunta o Ashton.
— Porque a minha irmã é burra, o que é que queres. Não temos culpa.
— É a vida deles. Podemos ajudar mas não vamos interferir.
— Importas-te que vá contigo para dentro? Visto que somos da mesma turma.
— Não, não me importo. Mas eu vou já.
— Eu também. Até já princesa.

Despedem-se e vamos os dois para a nossa sala de aula.  O dia passa a correr, o que não é nada normal mas pronto. Espero que a tarde também, sinceramente. 

INSANE: The Murderer [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora