•| Capítulo 46 - A Regra de Quatro.

99 20 10
                                    

Chloe

O Calum que eu conheço? Não pode. Provavelmente o Calum anda num estado lastimável por causa da morte do Mike e agora o Ashton apaixona-se por ele. Se não for mútuo vai ser horrível.

— O Cal? Mas ele gosta de ti?
— Ele perdeu o namorado à pouco tempo, é óbvio que não. Ainda por cima tenho namorada, ele sempre me viu como um amigo hetero e por isso mesmo não haverá nada entre nós. Por isso é que tenho medo.
— Fala com ele e diz-lhe isso.
— Não posso. As únicas pessoas que sabem és tu e o Luke, não posso falar com o Calum sobre isto.
— E eu também... Peço desculpa ter ouvido, mas vinha perguntar o que querias beber. - diz o Harry ao chegar ao pé de nós.
— Tudo bem. Tens cerveja? Preciso de álcool.
— Tenho. Mas não abuses, nem te metas nisso desastrosamente. Já chegou o Mike.
— E tu amor?
— Eu não quero nada agora. Obrigada.

Ele foi até à cozinha buscar a cerveja, entregou-a ao Ashton e voltou para dentro para acabar o jantar.
O loiro deu um golo na bebida e pousou a garrafa em cima da mesa da sala.

— Eu tenho medo de ser gozado por todos.
— As pessoas que interessam não te vão gozar. Todos nós estamos habituados.
— Não sei. Eu quero muito chegar ao pé do Calum e contar-lhe. Mas tenho medo de que isso estrague a nossa amizade.
— Mas se não o fizeres nunca o saberás.
— Tens razão. Mas não quero arriscar. Vou-lhe contar que acabei com a Katherine porque gosto de outra pessoa e até lhe posso dizer que não é rapariga. Ou então dizer que me sinto atraído por rapazes. Ai não sei, qualquer coisa.
— Está bem. Mas antes disso tens que falar com a Kate.
— Sim. Neste momento a minha prioridade é ela.
— Achava que era o Calum.
— Ele nunca foi a minha prioridade, apesar de tudo eu gosto mesmo da Katherine. Eu amo-a.
— Como te disse, se a amasses não havia mais ninguém nessa tua cabeça. E há. O problema é que há, Ashton.
— Pode haver mais alguém, mas isso não quer dizer que seja mais do que ela. Não significa que não a amo, porque eu sei que amo.
— Olha não sei. Eu estou a ficar confusa.
— Como assim?
— Nada.

Toca a campainha. Mas quem será? Levanto-me do sofá e vou até à porta, abrindo-a para receber quem está do lado de fora da mesma.

Katherine

Saio da escola e vou até à biblioteca ver de um livro que preciso de ler português. Vi um com o título "A Regra de Quatro" de Ian Caldwell e Dustin Thompson. Na contracapa do livro estava um pequeno resumo.
"Princeton, Sexta-feira Santa de 1999. Dois finalistas da prestigiada universidade encontram-se a um passo de resolver os mistérios da Hypnerotomachia Poliphili, um livro escrito por um nobre renascentista que manteve fascinados e intrigados os académicos desde o momento da sua publicação em 1499. Para um deles, Tom Sullivan, a investigação constitui um vínculo com o seu passado e o obstáculo para a sua relação sentimental. O outro, Paul Harris, converteu-a na sua razão de viver. Quando parece que a investigação fica novamente encalhada, aparece um diário que se considerava perdido e que contém dados cruciais para o seu desenvolvimento. Horas mais tarde, outro estudante implicado nas pesquisas aparece assassinado."
Eu sei, parece secante, mas pelo que estive a net é bastante e confuso também, mas que no fim da leitura vale a pena o esforço, por isso vou esforçar-me para ler até ao fim.
Saio da biblioteca e penso em ir para casa, mas o meu pai está no hospital, a minha mãe está a trabalhar e a minha irmã está na universidade. Por isso vou ver dos meus outros irmãos. A afetiva e o novato. Eu nem sei onde ele mora por isso tenho que ir sempre ver dele a casa da Chloe e caso não esteja, tenho que lhe ligar. Eu podia fazer isso primeiro, mas fica perto e assim também vejo a Chloe.
Gostava que o meu irmão viesse morar connosco pois assim podia conhecê-lo melhor. Mas a minha mãe não é mãe dele e ele não quer. Normal, depois de tudo o que o nosso pai lhe fez. Eu ainda nem acredito nisso. Eu preciso de uma explicação para tudo isto. Uma explicação como deve de ser. Quando ele sair de lá e se voltar a conseguir falar, ele vai ter que nos explicar tudo. Mas esperem, ele pode escrever. Bingo.
Acelero o passo. Agora preciso de falar com o Harry sobre isto. Ele é a pessoa que mais merece explicações sobre o assunto.
Chego à porta e toco à campainha. Pouco depois a Chloe abre a mesma com cara de quem não esperava que eu aparecesse. Entro falando ao mesmo tempo.

— O Harry está?
— Sim, está na cozinha. Mas...

Ela ia falar, mas queria mesmo falar com o Harry por isso direciono-me à cozinha parando pouco depois de começar a andar ao ver o Ashton sentado no sofá da sala.

Eu não quero saber. O meu irmão é mais importante. Saúdo-o para não parecer mal educada. Ouço-o dizer mais alguma coisa, mas não presto atenção pois estou a caminho da cozinha.

— Harry!
— Kate, o que fazes aqui? - ele pergunta depois de me cumprimentar.
— Vim falar contigo.
— Comigo?
— Sim tolo, contigo.
— Mas porquê?
— Tu queres saber o porquê de o nosso pai ter feito o que fez, certo?
— Sim, mas...
— Mas nada. Ele pode não conseguir falar, mas consegue escrever.
— Ele não consegue escrever. O lado direito do corpo dele está paralisado. Lembras-te?
— Sim, e lembro-me de que o esquerdo nao está.
— Mas ele é destro.
— Isso não quer dizer nada. Ele pode muito bem escrever com a esquerda. Depois pedimos a alguém para a traduzir ou até pode ser que ele não escreva assim tão mal com a mão esquerda.
— Mesmo assim...
— Mesmo assim nada, despacha-te vamos falar com ele!
— Eu não quero vê-lo à frente. Tu viste o que aconteceu da última vez que o vi. Eu ia matando-o.
— Sim, eu sei. Mas já estavas irritado antes. E desta vez terás a Chloe do teu lado para te acalmar.
— Sim, tens razão.
— Vou ligar à Chris para lá ir ter.
— Vamos jantar primeiro.
— Eu não vou jantar aqui.
— Porquê?
— Por causa do Ashton. Eu sei que sabes.
— Pois. Mas jantas na mesma. Jantamos na sala e eles aqui, por exemplo.
— Está bem.

Acabamos de preparar o jantar e a Chloe foi ter connosco para ajudar. Liguei à Chris e ela disse que iria no fim de jantar.

— Importas-te se tu e o Ashton jantarem aqui os dois e nós ficarmos na sala?
— Sim. Vocês têm que falar. Que seja agora. - diz o meu irmão.
— Tens razão. Eu tenho que acabar com ele.
— Pois tens. Mas deixa-o explicar-se e não o forces, da-lhe tempo.
— Porquê?
— Porque ele veio falar comigo. Eu já sei de tudo e é o concelho que te dou. Tenta compreender um pouco o lado dele. Eu sei que tens razão em ficar chateada, mas tem calma.
— Estas-me a deixar confusa.
— Não precisas. Vocês jantam aqui para falarem, e nós os dois vamos para a sala. Não é mor?
— Sim sim. Já nos servi e tudo.
— Boa. Serve-te. Eu chamo-o.
— Está bem.

Eles saíram da cozinha e eu respiro fundo. Não sei o que aí vem.
Sirvo-me de comida e sento-me, começando a comer. Pouco depois ouço alguém chegar à divisão. Ele serve-se e senta-se à minha frente. Depois de um bocado em silêncio decido falar.

— A Chloe disse que precisas de falar comigo. O que é?

×___________×

Insaners, estão a gostar da história? E das reviravoltas? Têm ideias do que poderá acontecer?

O final está cada vez mais perto!!

Vejo partilhar com vocês a história "Jet Black Heart" [ http://my.w.tt/UiNb/PnRy1vwxPw ] da Luna_mistery. Espero que gostem!


Beijinhos ❤❤❤❤

INSANE: The Murderer [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora