•| Capítulo 44 - Novo passo.

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— Prometo.

Ele sorri e eu sorrio de volta. Ele parece ser de confiança, e nem o vi fumar, mas será que o fez?

— Posso fazer-te uma pergunta?
— Claro.
— Tu estiveste a fumar?
— Não, eu não fumo. Eu tenho muito cuidado com o meu corpo e quero manter o meu emprego por isso não vou estragar tudo por erva.
— Acho que fazes bem. Eu experimentei aquilo à 5 minutos e achei horrível.
— Espera, tu fumaste?
— Sim, porquê?
— E não sentes nada?
— Sinto-me calma e parece que faço as cenas bué de vagar. Isto para não falar que estou a ficar cheia de sono.
— Isso não é bom.
— Porquê?
— O que é que tu almoçaste?

No momento em que ele faz a última pergunta, sinto o meu estômago às voltas ao recordar de que ainda não almocei e começo a vomitar. Ajoelho-me no chão para poder deitar tudo fora e o Liam corre em meu socorro agarrando nos meus cabelos e inclinando-me mais para a frente para não me sujar.

— Ainda não almoçaste nada. Não podias fumar sem comer nada. Não te devias ter metido naquilo.
— Eu não...

Queria responder, mas a vontade de vomitar voltou e acabar por o fazer.

— Isso já é bílis, não tens mais para deitar fora. Já te sentes melhor?
— Sim, mas doi-me a garganta e estou tonta. Eu não sabia de nada.
— Por isso é que não se fuma assim, ainda por cima estes dois não ajudam nada.
— Quem?
— O Malik e a Alessa.
— Malik... Esse nome não me é estranho.
— Toda a gente o conhece. Mas vá levanta-te, vamos para dentro que vou arranjar alguma coisa para tu comeres.

Tento levantar-me, mas estou sem forças, tenho os músculos demasiado relaxados para me conseguir levantar, manter em pé e andar.

— Preciso de ajuda, não consigo levantar-me.

Ele bufa mas agarra em mim e leva-me ao colo para dentro de casa. Ouço todos a fazerem perguntas, mas não consigo entender nada. O meu corpo é pousado em cima da cama e sinto-me observada. Harry.

— Eu vou ver de algo para ela comer, não a deixes dormir.
— Está bem. - ouço o moreno de olhos verdes responder sem tirar os olhos de cima de mim - Mor... Porque é que foste fazer aquilo? Ainda por cima em jejum.
— Estava chateada. Mas combinamos falar depois.
— Sim, mas eu já não vou a tua casa. Tu vais dormir aqui, não te vou deixar ir.
— Porquê?
— Porque precisas de comer e de dormir. E de lavar os dentes. - rimos.
— O que é que se passa contigo?
— Bem, se não te disser também não tenho mais nada a dizer para não adormeceres por isso eu vou contar.
— Ajuda-me a sentar, por favor.
— Claro.

Ele ajuda-me como lhe pedi, colocando uma almofada a mais nas minhas costas para não me magoar. Respira fundo e olha-me nos olhos lançando-me aquele sorriso lindo que eu tanto amo, mas que fica cada vez mais fraco talvez por se recordar do que me quer contar. Agarro a mão dele para o encorajar. E ele respira fundo de novo começando a contar-me tudo.

— Eu perdi a pessoa que mais me apoiou e amou todos estes anos.
— Como assim?
— A minha mãe tinha cancro, descobriu-se à 1 ano e pouco, mas já não havia nada a fazer pois já estava demasiado avançado. Deram-lhe 7 meses de vida e mesmo assim ficou cá mais tempo. Morreu à um mês mas eu não consegui dizer-te nada porque estava em fase de negação. Para mim a minha mãe não tinha morrido, eu tinha sonhado com isso. Quem me ajudou foi o Liam que me levou de volta à psicóloga e que me tem ajudado.
— Porque é que não me disseste nada antes? Eu quero ajudar-te sempre, seja no que for.
— Eu sei, foi estupidez minha, desculpa.
— Tudo bem.
— Não estás chateada por eu fumar.
— Estou porque o escondeste de mim. Há quanto tempo é que o fazes?
— 1 mês.
— Não é muito.
— Sim eu sei. Eu quero parar e tu agora podes-me ajudar. Mas eu não tenho nada para fazer e ainda por cima tu tens a escola e tudo mais.
— Mas tenho sempre tempo para ti. Tens que arranjar um emprego e eu um part-time para arranjar-mos uma casa decente para nós.
— Espera, o quê? Tu queres morar comigo?
— Claro que quero tolo. Eu amote como nunca amei ninguém. Quero poder ser feliz contigo e ajudar-te em tudo.
— Eu faço tudo por ti e tu sabes que sim.
— Quero que faças por nós.
— E faço. Eu agora até te beijava se não fosse esse hálito a cão.
— Ei! A culpa é tua que não me contaste o que andavas a fazer e eu irritei-me. Já estas com sorte de não te ter tentado matar.
— Não conseguias. Amas-me demasiado.
— É a tua sorte.
— Já vi que estás mais animada e ainda bem. Mas vais comer. Trouxe apenas um cheeseburguer, batatas fritas e ice tea que te vai fazer bem. Come devagar sem pressas e o sumo mais ainda.
— Obrigada por tudo Liam.
— Não agradeças. Só quero que melhores. Harry não saias daqui. Depois de comer pode ir à casa de banho e até lavar os dentes, mas depois é para dormir.
— Está bem. Obrigado bro. - ele responde e abraçam-se.
— Sempre às ordens.

O Liam sai e eu começo a comer as batatas. O Harry senta-se a meu lado e volta a olhar para mim.

— Assim deixas-me envergonhada.
— E ficas ainda mais bonita. - ele responde depositando um beijo na minha testa - Estás melhor?
— Sim. E tu?
— Eu voltei ao normal assim que entraste em casa ao colo do Liam.
— A sério?
— Sim, a sério. Deixaste-me muito preocupado. Ainda por cima tiveste um tempo sem reação depois de te deitar-mos.
— A sério? Não dei conta.
— Então desmaiaste mesmo. Tu não reagias a nada e o Liam aí contou-me o que se passou. Foi aí que começaste a mexer os olhos e ficaste a olhar para mim e para o Liam.
— Que cena.
— Assustaste-me bué. Não tens noção.
— Desculpa...
— Eu desculpo, mas não voltes a ficar assim, peço-te.
— Eu não volto. E eu peço que deixes de fumar.
— E eu vou deixar. Vou encontrar um emprego e vou deixar tudo para ser feliz contigo.
— É mesmo? Então podes aceitar ir trabalhar com o Luke.
— Eu quero e acredita que ainda pensei nisso, mas eu amo comer hambúrgueres, e se enjoo?
— Seria por pouco tempo, não vai acontecer.
— Então vou tentar. Se conseguir arranjar algo melhor despeço-me.
— Sim. Fala com o Luke.
— Está bem amor. Vá, já acabaste?
— Sim, mas vou à casa de banho.

Vou até à casa de banho e faço as minhas necessidades. Lavo as mãos e de seguida escovo os dentes. Lavo a cara e volto para o quarto.

— Eles já foram embora, assim podes descansar à vontade.
— Mas eu queria conhecê-los melhor.
— Fica para outro dia.
— Está bem. Já lavei os dentes, já me podes beijar. - sorrio.
— Com todo o gosto. Também já lavei os meus.

Ele aproxima-se de mim, fecha os olhos e dá início a um beijo calmo e cheio de saudade. Fecho os olhos e desfruto do momento. Já não nos beijávamos à algum tempo e parece ser o melhor beijo de sempre.

— Vá, agora vais dormir. Precisas de descansar.
— Vem comigo.
— Está bem amor.

Deitamo-nos e pouco depois adormeço agarrada a ele.
Acordo com o som do meu telemóvel a tocar. O Harry tinha ido ver dele à sala.

— Ouvi-o tocar e fui ver quem era, mas não tinha nome.
— Espera-se que liguem outra vez.
— Acabaram de mandar mensagem do número.
— O que é que diz?

INSANE: The Murderer [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora