— E então? Não é por quase me teres matado que és um monstro. Nós não temos culpa disto. Eu quase matei o meu pai sem lhe dar oportunidade de me explicar o que se passou. Ateei fogo a uma casa cheia de crianças, adolescentes e também adultos. Pensa quantas pessoas quase matei. Se eu estivesse na tua posição não sei se não te tinha matado.
—Como é que tu estás vivo?
— Porquê?
— Eu matei-te. Tu deixaste de respirar quando acordei. Eu tinha as mãos no teu pescoço e senti-te a deixar de respirar. Quando acordei é que tive que te largar e deixar-te cair no chão. Não sabia bem o que estava a acontecer. Quando dei conta do que se tinha passado foi já depois de me agarrar a ti, depois de ter a Alessandra a dar-me pontapés e da Chris me dizer que tinha matado o Zayn. Quando soube só quis fugir. Eu achava que tinhas morrido. Eu devia de lá ter ficado para garantir que estavas bem, mas não o fiz.
— Eu fazia o mesmo. Chloe não te marterizes por isso. Está tudo bem. - ele tenta aproximar-se de mim de novo mas afasto-me.
— Não me mintas. Eu ouvi a tua conversa com a Chris.
— E então? Nós vamos proteger-te.
— Eu não quero proteção, eu quero que me matem.
— Nem penses nisso, Chloe. Estás parva de todo. Nem que fugissemos os dois daqui, eu não deixo que nada te aconteça.
— Não podes. Já sabemos que posso magoar-te. Não podemos ficar juntos.
— Podemos sim. Nada nos impede. Eu é que devia de estar a dizer isso e tu é que devias de estar a dizer que não o fizeste de propósito e que não vai voltar a acontecer, mas quem o está a dizer sou eu.
— Porque é que ela estava ao teu colo?
— Porque...
— Diz-me. Quero saber a verdade.
— Está bem. Eu disse-te que ia pesquisar e tentar informar-me de como fazermos as coisas como deve de ser e eles estavam a ajudar-me.
— Que coisas?
— O que falámos...
— Sim, já sei. E era preciso ela sentar-se ao teu colo?
— Ela não estava sentada ao meu colo, estava no local, mas não sentada. E se quisesses deixava-te fazeres o mesmo ao Zayn, mas mataste-o.
— Que engraçadinho. Eu achava que tinham sido três encapuzados.
— Sim, sim, sim. É verdade.Sinto-me calma e estranhamente bem. Avanço em direção dele e agarro-me a ele fortemente. Já sentia falta disto.
Começo a chorar ao me lembrar de tudo. Eu matei uma pessoa, que por muito mal que tenha feito às pessoas, era um inocente. Se não o tivesse matado a ele, provavelmente quem iria estar morta era a Alessandra. Eu quase matei o meu namorado.— Estás melhor?
— Sim...Ele perguntou ao ver que estava mais calma. Eu amo-o tanto.
— Ei, queres ir para a cabana?
— Mas está lá...
— Eu sei. Temos que arranjar outro local onde deixar o corpo.
— Tipo onde?
— Tipo no meio da floresta.
— Não é uma má ideia, mas não sei.
— Ou colocamos o corpo no rio.
— E se procurarmos outra? Não quero vê-lo outra vez.
— Tudo bem. Mas aviso que não encontrei outra até agora e já aqui ando à muito tempo.
— Espera, o teu pai tem uma cabana aqui perto. Fala com a Chris.
— Do meu pai? Não.
— Sim. Liga à Chris.
— Eu não vou ligar até porque não sei do meu telemóvel.
— Ela não te o deu?
— Quem?
— A Chris. Eu fartei-me de te mandar mensagens e de te ligar antes de ir ver de ti à cabana. Deixaste cair o telemóvel lá perto.
— Não sabia. Liga-lhe tu então.Procuro o meu telemóvel nas calças onde não estava, mas encontro-o no bolso do casaco.
Desbloqueio o ecrã, abro a aplicação das chamadas e ligo à morena que me atende logo.— Onde é que andas? Já encontraste o Harry? Onde é que ele anda? Eu é que tenho o telemóvel dele.
— Calma. Estamos na floresta. Queria pedir-te ajuda.
— Então?
— Queria saber se podemos ficar na cabana do vosso pai?
— Porque é que não vão para tua casa? Ninguém sabe de nada. Se algum dia alguém descobrir alguma coisa deixo-vos ir para lá ou então ajudo-vos a encontrar outro lugar fora daqui para onde irem, mas agora não vale a pena.
— Acho que tens razão.
— Amanhã vou lá ver de vocês.
— Está bem. Obrigada.
— Vais às aulas?
— Amanhã não. Estou exausta, cheia de fome e preciso de um banho.
— Então vai para casa, amanhã quando sair das minhas aulas vou lá ter com vocês.
— Está bem, beijinhos.
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INSANE: The Murderer [ Concluída ]
ParanormalInsane { Livro I } Toda a gente achava que ela era perfeita, mas ninguém sabia que ela era um monstro. Pelo menos até ela se apaixonar. Ela não sabia que ele era obcecado por ela, nem que ele era também um monstro. Insane. Contém representações grá...