•| Capítulo 12 - É só hoje prometo.

293 40 8
                                    

— Sabes uma coisa?
— O quê?
— Beijas bem... Podes beijar-me de novo se quiseres.
— Porquê? - pergunto sorrindo.
— Porque gostei do beijo.
— Porque dizes isso?
— Talvez porque é verdade. - ele ri.
— Pois. Mas isto não significou nada. - olho de novo para a televisão.
— Como assim? Não sentiste nada?
— Não é isso. Somos apenas amigos.
— Espera, isso significa que sentiste.
— Eu não disse isso. - respondo desta vez olhando para ele.
— Então não sentiste?
— Porque é que te interessa?
— Porque eu senti.

Voltei a juntar de novo os nossos lábios. Desta vez, movimentavam-se, coisa que não acontecera antes. Tocavam-se num beijo lento, tentador e sedutor. Mantinha os olhos fechados enquanto pensava no quanto aquilo era bom, apesar de não querer pensar em nada e apenas me deixar levar.

— Desculpa mas eu não posso...
— O quê?
— Não quero mais do que apenas amizade. Não posso ter nada contigo.
— Beijos não fazem mal a ninguém.
— A mim sim. E eu não quero. Desculpa...
— Não faz mal. Se mudares de ideias fala comigo ou beija-me de novo. - ele pisca-me o olho e ri.
— Parvo! - digo após lhe dar um murro de leve no seu braço.
— Vá cala-te e vamos ver o filme.

Ele puxa-me para si fazendo-me deitar a cabeça no seu ombro sem estar à espera. Estava tão confortável que nem reclamei.
Só uma coisa... Tenho sido mesmo eu a pensar nisto? Eu devo de estar doida. Este rapaz está a dar cabo de mim. Eu tenho que continuar a ser a pessoa que era antes e ele só está a atrapalhar.

Quarta Feira, 10 de Dezembro de 2014

Acordo com uma grande dor de pescoço, mas... estou na minha cama. Não me digam que ele me trouxe para aqui e me violou! Mas não tenho dores não tenho sangue na cama nem nada. Estou a fazer demasiados filmes na minha cabeça. Ele tem uma vida para além de passar a noite a ver um filme comigo e dormir comigo.
Pego no telemóvel e vejo que tenho uma mensagem. "Bom dia pequena. Espero que estejas a dormir bem porque eu irei fazê-lo após esta noite. Deves de pensar que te deixei sozinha mas ambos adormecemos e acordei por volta das 4h da manhã e fui deitar-te. Vim embora pois tinha coisas para fazer. Espero poder encontrar-te no nosso sítio à mesma hora. Beijos, Harry."
Sorrio ao ler a sua mensagem. Não precisava de me ter trazido para a cama... Mas gostei que o fizesse assim não me dói tanto o pescoço como iria se tivesse dormido no sofá, nem me doem as costas.
Levanto-me e tomo um duche rápido. Tinha que me despachar pois já era tarde, pois isso, vesti as primeiras roupas que encontrei, peguei nas minhas coisas e fui para a escola. Depois de chegar vejo que ainda não tínhamos entrado por isso estive um pouco à conversa com a Christianna que não me falou do Harry. Ainda bem, isto sinceramente. Acho que desatava a correr se ela se lembrasse de falar nele.
A aula passa rápido e como não tinha tomado o pequeno almoço, vou até ao bar para comer qualquer coisa. Assusto-me quando me agarram no braço puxando por mim depois de pegar no meu pequeno almoço.

— Mas tu estás parvo? Queres matar-me do coração?
— Não. Desculpa. Mas estou preocupado. Eu quero saber se a Chris te disse alguma coisa. Sabes bem que eu não consigo estar sem ela, eu preciso dela, estou a começar a desesperar por não saber o que fazer...
— Calma... - digo após trincar a minha sandes de tulicreme - Eu não falei mais com ela ontem, só hoje de manhã e nem tocou no assunto tal como eu nem me lembrei disso. Mas o que se passou ontem depois de eu sair?
— Ela armou uma fita lembrando-me de erros do passado... Mas a cena é que não fui apenas eu que cometi erros. Eu sou humano e não um robot. Tenho direito a cometer erros e aprender com eles. Mas não sei o que fazer mais. Também não me quero rebaixar só por querer estar bem com ela.
— Concordo com tudo o que disseste e tu sabes o quanto isso não é normal. Não sei o que te dizer. Não sei o que se passa com ela.
— Eu é que não sei. Nem sei se isto não será apenas uma desculpa para ela acabar comigo e poder seguir enfrente com outra pessoa. Talvez ela tenha arranjado outra pessoa.
— Não acredito nisso. Ela gosta mesmo de ti. Ela é feliz contigo.
— Tenho o direito de pensar tudo, visto que ela não acredita em mim.
— Sim, é verdade, mas assim estás a descer ao nível dela o que não podes fazer. Assim perdes a razão e é mais um motivo que ela tem para te deitar a baixo ou algo do género.
— Não sei... Mas obrigado, a sério. Nunca pensei que fosses falar comigo desta forma, quanto mais ajudar-me. Sei que não somos amigos mas podes contar comigo para o que precisares, mesmo que eu não consiga tê-la de volta. Podes pensar que estou a dizer isto apenas por dizer mas não estou. Podes confiar em mim, se conseguires e quiseres, claro.

Apenas sorrio e vou-me embora. Acabo de comer e entro na sala podendo assistir a mais uma das aulas da minha querida mãe.
As aulas acabam e vou a casa para almoçar. Sinceramente, não devia de ter ido.

— Mãe, queres ajuda?
— Sim, põe a mesa que hoje o teu pai também vem almoçar connosco.
— Mas ela está posta nunca a tirámos do sítio. - rio.
— Já vi que estás de bom humor. Isso tem a ver com o rapaz que estava ontem a dormir contigo na sala?
— O quê? - ela viu? Ups.
— Nós vimos. E pode-se dizer que o teu pai não ficou nada contente mas eu fiquei. É bom saber que estás a pensar seguir a tua vida, coisa que antes dizias não querer fazer.
— Mãe, é o Harry. É o rapaz com que a psicóloga me obriga a estar todos os dias.
— Então é assim tão mau estar com ele? É que não pareceu...
— Porque dizes isso?
— Estavas com um sorriso no rosto e passaste bem a noite. Não te passaste ao pé dele. Acho que ele te faz bem...
— Não? A sério? Pois é... Nem acordei cansada nem nada. Nem transpirada o que não é nada normal.
— Ao menos usaram proteção?
— Mãe!
— Que foi? É verdade. Têm que estar sempre prevenidos.
— Só o conheci no sábado... Ou seja, conheço-o ainda nem à 4 dias e já falas nisso. Por favor mãe. Menos.
— Está bem. Então vai por a loiça na mesa.
— Ok. - rio.

Almocei e tive que me despachar para ir para casa do Niall para tomar conta da pequena Íris. Nem pude ajudar a minha mãe a arrumar a loiça por causa do tempo que me faltava.
Vendo bem, eu até gosto do emprego. A menina é adorável, ocupo o meu tempo livre e ainda ganho algum dinheiro para mim. Ainda bem que aceitei.
Levei-a de novo ao parque pois passou o lanche a pedir para lá ir e visto que fica perto decidi levá-la lá. Pude ver ainda o moreno de cachos a apreciar o céu deitado na relva.

— Aquele não é o teu amigo?
— Sim, porquê?
— Anda vem falar com ele!

Nem tive tempo para responder porque ela começou a puxar-me na direção dele. Nela nunca irei usar as minhas forças.

— Olá! - ela diz sorrindo ao lado dele.
— Olá, que fazes aqui sozinha? - ele pergunta preocupado.
— Eu não tou sozinha vim com uma amiga tua.
— Amiga? - ele pergunta olhando para mim.
— Sim. Vocês conhecem-se. Vocês ontem falaram um pa o outo.
— Então obrigado. - ele sorri para ela - Chloe... Estás bem?
— Estou e tu?
— Não podia estar melhor.
— Ai não?
— Só se estivesse a viver um replay da noite de ontem.
— Eu não me importava desde que não te tivesses portado como te portaste com o rapaz das pizzas.
— Desculpa, descontrolei-me um pouco. Não gostei que ele se estivesse a atirar a ti.
— Mas ele não se estava a... Espera. Tu estavas com ciúmes?
— Porque não? És linda e eu gostei mesmo de te conhecer. Espero que com o tempo possas pensar em mim como mais do que um amigo.
— Talvez. Nunca se sabe. - sorrio - Temos que ir pequena, está na hora da tua sesta.
— Não tá não. O papá disse que hoje eu podia ficar a ver bonecos.
— Eu não acredito nisso. Ele não me disse nada por isso vais fazer a sesta como é suposto fazeres.
— Só se me levaes ao colinho... - ela diz fazendo beicinho.
— Que chantagista fui eu arranjar. Mas está bem. Só hoje.
— Yey! - ela ri.
— Até já.

Despeço-me do Harry depois de pegar na Irís ao colo. Vamos para casa e deixo-a a dormir. Perto das 18h pego nas minhas coisas para sair. Ouço o meu telemóvel tocar. Vendo que é o Niall atendo.

— Olá Chloe! Desculpa só ligar agora mas preciso que fiques por aí mais 1h. Tenho uma reunião agora e ainda por cima a empregada saiu para ir ver da família.
— Mas eu disse que tinha compromissos todos os dias às 18h e que não posso cancelar! - digo um pouco irritada - Eu não tenho culpa de que tenha uma reunião a esta hora! Se soubesse não tinha aceitado o emprego. Estou apenas no segundo dia e já é assim? Já me está a pedir para ficar mais tempo? Assim não pode ser.
— É só hoje prometo. Eu pago-te o dobro...
— Está bem. Mas se voltar a pedir despeço-me.

Desligo o telemóvel antes de ele ter tempo para me responder. Lembro-me de que o Harry me tinha mandado mensagem por isso ligo-lhe.

— Desculpa... Mas não posso ir ter contigo hoje. Eu sei que te disse até já mas à pouco o Niall ligou a dizer que precisa que fique com a garota durante mais uma hora e eu não pude dizer que não porque se dissesse ela ficava sozinha e ainda por cima ele disse que me pagava o dobro. Desculpa-me a sério eu não queria - sou interrompida.
— Calma rapariga... Respira. Não faz mal desde que me deixes ir ter contigo depois de jantar.
— A minha casa?
— Sim, se não for incomodo.
— Está bem. Por mim tudo bem.
— Eu ligo-te quando sair de casa.
— Fico à espera, e mais uma vez peço desculpa.
— Até logo, beijo.

Felizmente ele não ficou chateado. Pelo menos pareceu e espero que não. Estou a conhecê-lo e ele é parecido comigo. Gosto disso nele.

INSANE: The Murderer [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora