— Sabes uma coisa?
— O quê?
— Beijas bem... Podes beijar-me de novo se quiseres.
— Porquê? - pergunto sorrindo.
— Porque gostei do beijo.
— Porque dizes isso?
— Talvez porque é verdade. - ele ri.
— Pois. Mas isto não significou nada. - olho de novo para a televisão.
— Como assim? Não sentiste nada?
— Não é isso. Somos apenas amigos.
— Espera, isso significa que sentiste.
— Eu não disse isso. - respondo desta vez olhando para ele.
— Então não sentiste?
— Porque é que te interessa?
— Porque eu senti.Voltei a juntar de novo os nossos lábios. Desta vez, movimentavam-se, coisa que não acontecera antes. Tocavam-se num beijo lento, tentador e sedutor. Mantinha os olhos fechados enquanto pensava no quanto aquilo era bom, apesar de não querer pensar em nada e apenas me deixar levar.
— Desculpa mas eu não posso...
— O quê?
— Não quero mais do que apenas amizade. Não posso ter nada contigo.
— Beijos não fazem mal a ninguém.
— A mim sim. E eu não quero. Desculpa...
— Não faz mal. Se mudares de ideias fala comigo ou beija-me de novo. - ele pisca-me o olho e ri.
— Parvo! - digo após lhe dar um murro de leve no seu braço.
— Vá cala-te e vamos ver o filme.Ele puxa-me para si fazendo-me deitar a cabeça no seu ombro sem estar à espera. Estava tão confortável que nem reclamei.
Só uma coisa... Tenho sido mesmo eu a pensar nisto? Eu devo de estar doida. Este rapaz está a dar cabo de mim. Eu tenho que continuar a ser a pessoa que era antes e ele só está a atrapalhar.Quarta Feira, 10 de Dezembro de 2014
Acordo com uma grande dor de pescoço, mas... estou na minha cama. Não me digam que ele me trouxe para aqui e me violou! Mas não tenho dores não tenho sangue na cama nem nada. Estou a fazer demasiados filmes na minha cabeça. Ele tem uma vida para além de passar a noite a ver um filme comigo e dormir comigo.
Pego no telemóvel e vejo que tenho uma mensagem. "Bom dia pequena. Espero que estejas a dormir bem porque eu irei fazê-lo após esta noite. Deves de pensar que te deixei sozinha mas ambos adormecemos e acordei por volta das 4h da manhã e fui deitar-te. Vim embora pois tinha coisas para fazer. Espero poder encontrar-te no nosso sítio à mesma hora. Beijos, Harry."
Sorrio ao ler a sua mensagem. Não precisava de me ter trazido para a cama... Mas gostei que o fizesse assim não me dói tanto o pescoço como iria se tivesse dormido no sofá, nem me doem as costas.
Levanto-me e tomo um duche rápido. Tinha que me despachar pois já era tarde, pois isso, vesti as primeiras roupas que encontrei, peguei nas minhas coisas e fui para a escola. Depois de chegar vejo que ainda não tínhamos entrado por isso estive um pouco à conversa com a Christianna que não me falou do Harry. Ainda bem, isto sinceramente. Acho que desatava a correr se ela se lembrasse de falar nele.
A aula passa rápido e como não tinha tomado o pequeno almoço, vou até ao bar para comer qualquer coisa. Assusto-me quando me agarram no braço puxando por mim depois de pegar no meu pequeno almoço.— Mas tu estás parvo? Queres matar-me do coração?
— Não. Desculpa. Mas estou preocupado. Eu quero saber se a Chris te disse alguma coisa. Sabes bem que eu não consigo estar sem ela, eu preciso dela, estou a começar a desesperar por não saber o que fazer...
— Calma... - digo após trincar a minha sandes de tulicreme - Eu não falei mais com ela ontem, só hoje de manhã e nem tocou no assunto tal como eu nem me lembrei disso. Mas o que se passou ontem depois de eu sair?
— Ela armou uma fita lembrando-me de erros do passado... Mas a cena é que não fui apenas eu que cometi erros. Eu sou humano e não um robot. Tenho direito a cometer erros e aprender com eles. Mas não sei o que fazer mais. Também não me quero rebaixar só por querer estar bem com ela.
— Concordo com tudo o que disseste e tu sabes o quanto isso não é normal. Não sei o que te dizer. Não sei o que se passa com ela.
— Eu é que não sei. Nem sei se isto não será apenas uma desculpa para ela acabar comigo e poder seguir enfrente com outra pessoa. Talvez ela tenha arranjado outra pessoa.
— Não acredito nisso. Ela gosta mesmo de ti. Ela é feliz contigo.
— Tenho o direito de pensar tudo, visto que ela não acredita em mim.
— Sim, é verdade, mas assim estás a descer ao nível dela o que não podes fazer. Assim perdes a razão e é mais um motivo que ela tem para te deitar a baixo ou algo do género.
— Não sei... Mas obrigado, a sério. Nunca pensei que fosses falar comigo desta forma, quanto mais ajudar-me. Sei que não somos amigos mas podes contar comigo para o que precisares, mesmo que eu não consiga tê-la de volta. Podes pensar que estou a dizer isto apenas por dizer mas não estou. Podes confiar em mim, se conseguires e quiseres, claro.Apenas sorrio e vou-me embora. Acabo de comer e entro na sala podendo assistir a mais uma das aulas da minha querida mãe.
As aulas acabam e vou a casa para almoçar. Sinceramente, não devia de ter ido.— Mãe, queres ajuda?
— Sim, põe a mesa que hoje o teu pai também vem almoçar connosco.
— Mas ela está posta nunca a tirámos do sítio. - rio.
— Já vi que estás de bom humor. Isso tem a ver com o rapaz que estava ontem a dormir contigo na sala?
— O quê? - ela viu? Ups.
— Nós vimos. E pode-se dizer que o teu pai não ficou nada contente mas eu fiquei. É bom saber que estás a pensar seguir a tua vida, coisa que antes dizias não querer fazer.
— Mãe, é o Harry. É o rapaz com que a psicóloga me obriga a estar todos os dias.
— Então é assim tão mau estar com ele? É que não pareceu...
— Porque dizes isso?
— Estavas com um sorriso no rosto e passaste bem a noite. Não te passaste ao pé dele. Acho que ele te faz bem...
— Não? A sério? Pois é... Nem acordei cansada nem nada. Nem transpirada o que não é nada normal.
— Ao menos usaram proteção?
— Mãe!
— Que foi? É verdade. Têm que estar sempre prevenidos.
— Só o conheci no sábado... Ou seja, conheço-o ainda nem à 4 dias e já falas nisso. Por favor mãe. Menos.
— Está bem. Então vai por a loiça na mesa.
— Ok. - rio.Almocei e tive que me despachar para ir para casa do Niall para tomar conta da pequena Íris. Nem pude ajudar a minha mãe a arrumar a loiça por causa do tempo que me faltava.
Vendo bem, eu até gosto do emprego. A menina é adorável, ocupo o meu tempo livre e ainda ganho algum dinheiro para mim. Ainda bem que aceitei.
Levei-a de novo ao parque pois passou o lanche a pedir para lá ir e visto que fica perto decidi levá-la lá. Pude ver ainda o moreno de cachos a apreciar o céu deitado na relva.— Aquele não é o teu amigo?
— Sim, porquê?
— Anda vem falar com ele!Nem tive tempo para responder porque ela começou a puxar-me na direção dele. Nela nunca irei usar as minhas forças.
— Olá! - ela diz sorrindo ao lado dele.
— Olá, que fazes aqui sozinha? - ele pergunta preocupado.
— Eu não tou sozinha vim com uma amiga tua.
— Amiga? - ele pergunta olhando para mim.
— Sim. Vocês conhecem-se. Vocês ontem falaram um pa o outo.
— Então obrigado. - ele sorri para ela - Chloe... Estás bem?
— Estou e tu?
— Não podia estar melhor.
— Ai não?
— Só se estivesse a viver um replay da noite de ontem.
— Eu não me importava desde que não te tivesses portado como te portaste com o rapaz das pizzas.
— Desculpa, descontrolei-me um pouco. Não gostei que ele se estivesse a atirar a ti.
— Mas ele não se estava a... Espera. Tu estavas com ciúmes?
— Porque não? És linda e eu gostei mesmo de te conhecer. Espero que com o tempo possas pensar em mim como mais do que um amigo.
— Talvez. Nunca se sabe. - sorrio - Temos que ir pequena, está na hora da tua sesta.
— Não tá não. O papá disse que hoje eu podia ficar a ver bonecos.
— Eu não acredito nisso. Ele não me disse nada por isso vais fazer a sesta como é suposto fazeres.
— Só se me levaes ao colinho... - ela diz fazendo beicinho.
— Que chantagista fui eu arranjar. Mas está bem. Só hoje.
— Yey! - ela ri.
— Até já.Despeço-me do Harry depois de pegar na Irís ao colo. Vamos para casa e deixo-a a dormir. Perto das 18h pego nas minhas coisas para sair. Ouço o meu telemóvel tocar. Vendo que é o Niall atendo.
— Olá Chloe! Desculpa só ligar agora mas preciso que fiques por aí mais 1h. Tenho uma reunião agora e ainda por cima a empregada saiu para ir ver da família.
— Mas eu disse que tinha compromissos todos os dias às 18h e que não posso cancelar! - digo um pouco irritada - Eu não tenho culpa de que tenha uma reunião a esta hora! Se soubesse não tinha aceitado o emprego. Estou apenas no segundo dia e já é assim? Já me está a pedir para ficar mais tempo? Assim não pode ser.
— É só hoje prometo. Eu pago-te o dobro...
— Está bem. Mas se voltar a pedir despeço-me.Desligo o telemóvel antes de ele ter tempo para me responder. Lembro-me de que o Harry me tinha mandado mensagem por isso ligo-lhe.
— Desculpa... Mas não posso ir ter contigo hoje. Eu sei que te disse até já mas à pouco o Niall ligou a dizer que precisa que fique com a garota durante mais uma hora e eu não pude dizer que não porque se dissesse ela ficava sozinha e ainda por cima ele disse que me pagava o dobro. Desculpa-me a sério eu não queria - sou interrompida.
— Calma rapariga... Respira. Não faz mal desde que me deixes ir ter contigo depois de jantar.
— A minha casa?
— Sim, se não for incomodo.
— Está bem. Por mim tudo bem.
— Eu ligo-te quando sair de casa.
— Fico à espera, e mais uma vez peço desculpa.
— Até logo, beijo.Felizmente ele não ficou chateado. Pelo menos pareceu e espero que não. Estou a conhecê-lo e ele é parecido comigo. Gosto disso nele.
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INSANE: The Murderer [ Concluída ]
ParanormalInsane { Livro I } Toda a gente achava que ela era perfeita, mas ninguém sabia que ela era um monstro. Pelo menos até ela se apaixonar. Ela não sabia que ele era obcecado por ela, nem que ele era também um monstro. Insane. Contém representações grá...