Christiana
Vejo o Luke levantar-se do sofá onde estava sentado e correu em direção à luta para tentar socorrer o meu pai. Em segundos, o Luke estava no chão por ter levado com o cotovelo do Harry no olho.
Sem conseguir pensar duas vezes, levanto-me e corro em direção ao Luke que tem a mão direita a tapar o seu olho esquerdo.
Pego nele para o levar até à casa de banho para lhe poder fazer um curativo. Não faço ideia em que estado está o seu olho e sinceramente acho que nem quero saber antes de chegarmos à casa de banho, se tiver que vomitar já lá estou.
Chegámos a casa de banho e fechei a porta atrás de nós. Peguei em álcool e algum algodão para desinfetar alguma ferida que tivesse. Enquanto isso ele sentou-se na sanita, após colocar o tampo da mesma para baixo.
— Estás bem?
—Estou zonzo.
— Deixa-me ver.
— Tu não vais querer ver.
— Eu quero ver.Pouco tempo depois de acabar de o dizer, ele destapa a vista podendo ver o seu olho negro e inchado. Tinha uma pequena ferida aberta por baixo e ao longo da sobrancelha.
— Está muito mau?
—Não.
— Tu estás bem?Eu estava com vontade de vomitar, sim estava. Mas não vou dar parte fraca, vou superar esta coisa ridícula e vou conseguir desinfetar-lhe o olho.
Pego em algodão e embebedo-o em álcool para poder desinfetar a ferida e assim limpar o sangue que escorria e o que já estava seco. Tem calma, tu consegues. Deito o pequeno algodão no lixo e pego num novo colocando um pouco de betadine para esfregar também este na ferida ainda aberta. Ouço-o soltar alguns gemidos de dor e pergunto-lhe se está bem, podendo ele afirmar com a cabeça. Acabo o curativo e arrumo a casa de banho.
— Obrigado.
—Porquê?
— Sei o quanto te custou fazer isto. Por isso agradeço.
— Não tens de quê.Dou-lhe um pequeno sorriso e assim vejo-o virar-se para sair da casa de banho.
— Luke? - ele olha-me de novo.
—Sim?
— Vocês estão mesmo juntos?
— Porquê?
— Porque não podem estar. - respondo encarando as minhas sapatilhas.
— O que é que nos proíbe?
— O Harry ama-a, de verdade.
— Ah.
— E eu amote a ti. - encaro os seus olhos azuis de novo engolindo a seco - Eu amote a ti de uma tal forma que é impossível amar mais alguém. Eu sei que fui parva. Eu devia de ter acreditado em ti quando me disseste que não serias capaz de me trair, mas não sei. Tudo indicava que era verdade. Toda a gente dizia que não eras capaz de me trair, mas eu não sei. Eu queria apenas a verdade e não que me dissessem o que achavam. Eu fui estúpida e por isso quero pedir-te desculpa. Eu amote tanto... - digo com a cara já encharcada de lágrimas e por isso cubro o meu rosto com as minhas mãos.— Vem cá.
Ele puxa-me para o seu abraço podendo assim abraçar-me fortemente. Foi tão reconfortante e sabe tão bem tê-lo de novo aqui, poder sentir o cheiro do seu perfume. Ele fez-me tanta falta todo este tempo.
— Estava a ver que não dizias nada.
— Desculpa-me...
— Estás desculpada princesa.
— Isso quer dizer...?
— Quer dizer que também te amo muito. Só que tu beijaste-o. Eu não beijei ninguém desde que acabámos.
— Eu não o beijei.
— Beijaste sim. Eu vi, a Chloe e a Kathie também viram.
— Eu não o beijei. Coisas que eu aprendi com o teatro. Depende tudo da perspectiva.
— Isso quer dizer que não o beijaste e não beijaste mais ninguém?
— Ninguém.
— Eu peço desculpa por te ter chamado o que chamei, agi de cabeça quente quando não o devia de ter feito.
— Eu desculpo se me disseres que assim voltas a ser meu. - saio do seu abraço podendo olhar os seus olhos.
— Nunca deixei de o ser.
Ambos sorrimos e nos beijamos, sem deixar o sorriso perder-se com a demonstração de carinho. Amo tanto este rapaz. Não vou deixar que nada nos separe de novo.
Chloe
É bem óbvio que eu sabia, apenas não queria acreditar que era verdade. Eu sabia que não existia outra explicação, mas achava que poderia haver. Tinha esperança que não fosse isso. Tinha esperança que ele fosse alguém normal e não alguém como eu. Eu pensava que era única, mas afinal não. Será isso bom? O que quererá isso significar? Sendo assim é possível dois monstros se amarem e ficarem juntos?
Eu tive a certeza quando soube o que ele tinha feito com a minha mãe, mais ainda quando nos unimos. Apenas pensei que pudesse ser um milagre sei lá, mas pronto, já sei que os milagres não existem. Eu achava estranho ele ter tanta força quanto eu ou até mais, achava estranho estar tão calma perto dele - apesar de no início me tirar do sério - e achava estranho ele ter conseguido aproximar-se de mim como nunca ninguém o tinha feito antes. Ele mudou-me. Eu já não sou a pessoa fria que era. Eu sei que estou diferente, mas também sei que é bom. É não é?
— Eu sabia, mas achava impossível sermos assim tão iguais.
— Já devias de saber que nada é impossível. É por isso que sei que estamos destinados a ficar juntos.
— Como sabes que juntos não irá ser horrível para nós? Como sabes se não nos vamos destruir mutuamente?
— Porque isso não aconteceu até agora e só nos temos feito bem um ao outro.
— Porquê?
— Destino.
— Sim, destino. Um destino insano.
— Nós somos insanos.
— A nossa história é Insane.
— Mas nós não temos história.
— Temos sim e estamos a acabar este capítulo. O próximo que virá será melhor.
— Porquê?
— Porque estaremos juntos.
— Estaremos?
— Sim. Eu quero poder dizer que és minha e que eu sou teu. Quero poder dizer que estamos juntos e que somos felizes. Quero poder recordar-te que te amo de hora a hora. Quero que te deixes dormir ao meu lado. Quero fazer-te feliz. Quero ser normal contigo. Quero ser o que sempre quis e sei que a única pessoa com quem o poderei ser é contigo. Só tu me sabes provocar de tal forma que não sei explicar. Tu fazes-me ser alguém que pensei nunca vir a ser. Tu fazes-me sentir que não sou diferente das outras pessoas, ou que se o sou, não o sou sozinho. Eu preciso de ti. Eu amote Chloe.Mesmo sabendo que eu sou um monstro, ele quer continuar comigo. Porquê?
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INSANE: The Murderer [ Concluída ]
ParanormalInsane { Livro I } Toda a gente achava que ela era perfeita, mas ninguém sabia que ela era um monstro. Pelo menos até ela se apaixonar. Ela não sabia que ele era obcecado por ela, nem que ele era também um monstro. Insane. Contém representações grá...