•| Capítulo 2 - McDonald's.

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Sábado, 6 de Dezembro de 2014

Acordo desta vez sem despertador e levanto-me com alguma preguiça, dando conta que estava a dormir no jardim. Que se passou hoje?
Vou até à casa de banho onde tomo um duche. Visto umas leggins e uma t-shirt ambas básicas, vou à cozinha tomar o pequeno-almoço e depois de arrumar tudo vou para a sala ver televisão.
O meu telemóvel toca e eu atendo logo depois de ver quem era.

— Estou?
— Olá pequena! - responde a minha Kathie do outro lado da linha - Hoje vamos almoçar ao McDonald's, vens connosco, sim?
— Tenho que falar com os meus pais, mas em princípio posso ir.
— Está bem princesa, quando souberes avisa.
— Claro! Beijinhos.

Lá vou eu comer hoje mais uma salada. Eu não posso comer carnes pois se comer, fico bastante cansada. Acho que alimenta o demónio e deixa-o mais forte, deixando-me mais fraca. Eu sei, é estranho, mas eu sou estranha por isso não me faz diferença.

— Olá, outra vez. Já falei com os meus pais e eles deixam-me ir.
— Acho bem. Se não deixassem eu já aí ia falar com eles.
— Não é necessário mas agradeço. Olha, vamos só nós as três ou os rapazes também vão?
— Vão.
— A sério?
— Sim, mas depois temos a tarde só para nós. Eles têm ensaio da banda.
— Ao menos isso.
— E à noite sais?
— Não posso.
— Porquê?
— Sabes bem que os meus pais não me deixam sair à noite.

É verdade, mas eu agradeço-lhes por isso. À noite é sempre a pior parte do meu dia. Não quero nunca partilhá-la com os meus amigos. E hoje seria impossível, é noite de lua cheia. Esta noite vai ser um pesadelo.

— Podia ser que hoje abrissem uma exceção por estarmos a chegar às férias.
— Mas não o vão fazer.
— Está bem. O Ash vem agora buscar-me, passamos aí para te levarmos?
— Eu ainda nem me arranjei. Eu vou lá ter.
— Está bem, não te demores.

Acabo de me arranjar, agarro na carteira onde lá coloco tudo o que preciso, coloco os fones e saio de casa.
Está frio, já tenho o nariz gelado mas aguenta-se e sabe bem.
Pouco depois chego e vou ter com eles lá dentro.

— Então e o casal Cuke? - pergunto ao ver que a Chris e o Luke ainda não tinham chegado.
— Já devias de saber o quão eles amam dormir. - diz o Ashton enquanto ri.
— Pior é o tempo que a Chris demora para se arranjar.
— Pois, é verdade. - concluo.

Pouco mais de 10 minutos depois eles decidem aparecer.

— Estava difícil. - digo por estar farta de esperar.
— Peço desculpa meus caros mas o despertador não tocou. - Chris tenta desculpar-se.
— Quem é que precisa de despertador para se levantar cedo? Eu acordei às 8:20 da manhã sem despertador. - diz a Katherine.
— Mas tu és tu e eu sou eu. - responde a Chris deitando a língua de fora.

Fomos pedir, pagámos e sentámo-nos numa mesa todos juntos a comer.

— Já provaste este hamburguer? - pergunta-me a Chris.
— Não. - respondo comendo.
— Queres provar?
— Não, mas obrigada.
— Porquê? A carne faz-te falta. Não podes continuar a ser vegetariana.
— Mas não vou deixar. Sabes bem que não como nada que venha de animais. Sou contra isso.
— Não sabes o que perdes. - diz o Luke.
— Eu não me importo. Aproveita.

Acabo de comer e vou até à casa de banho para poder lavar as mãos e afastar-me um pouco deles. Eu adoro a Katherine e a Christianna, mas não gosto quando estamos com os rapazes. Eles bem que me tentam agradar mas nunca irão conseguir. O pior é o facto de me sentir de parte, quando estamos com eles. Eles metem-se aos segredinhos e aos beijinhos. Tipo eught. Que nojo. Para além de ser nojento de ver, eu sinto-me bastante sozinha, por isso mesmo ando sempre com os meus fones. Sempre pronta para entrar no meu mundo. Isto não são ciúmes, eu não sou ciumenta e sou sincera.
Saio da casa de banho e sinto alguém vir contra mim.

— A ver se começas a olhar por onde andas! - digo bastante irritada.
— Peço desculpa, mas eu olho se eu quiser. - o rapaz responde tentando desafiar-me.
— Cala a boca e vai pa merda, otário!

Ainda o ouço murmurar algumas coisas, mas não me apetece arranjar confusão. Se arranjo confusão ninguém me acalma, posso garantir.
Chego perto da mesa e ficam todos a olhar para mim feitos parvos.

— Para onde é que estais a olhar?
— O que é que se passou ali? O rapaz era giro... - diz a Chris, sempre a mesma.
— Ai era? - pergunta o Luke irritado.
— Sim, e tinha um bom rabo.
— E tinha o quê? - ele questiona ainda mais irritado, vamos ver de pipocas quero sentar-me a ver este filme.
— Andas surdo mor? Tinha um bom rabo. Não achas?
— Se eu acho que tinha um bom rabo? Achas que eu ando a olhar para os rabos das outras pessoas?
— Que mal tem? Olhar não é pecado. - ela responde rindo.
— Christianna, não abuses.
— Eu não estou a abusar, estou a ser sincera. Até parece que não olhas para os rabos das gajas todas que te passam à frente.
— Eu?
— Sim, agora não venhas cá com os teus "eu's" que não te levam a lado nenhum. Se tu olhas para os rabos das gajas eu olho para os rabos dos gajos e das gajas.
— Eu só posso olhar para os rabos das gajas mas tu podes olhar para os delas e o dos gajos?
— Deixem-se de merdas, vamos mas é sair daqui. - digo já farta daquele teatro.
— Vocês não são normais... - diz o Ashton como se se tivesse apercebido disso agora.
— Até parece que tu és. - fala a Katherine.
— Mas falaram? - pergunta-me a Christianna.
— Sim, para o poder mandar à merda.
— Sabes o nome dele?
— Não sei nem quero saber. Até parece que não me conheces. Dos gajos quero distância.
— Tens que deixar de ser assim, nem todos os homens são iguais. - diz o Ashton tentando parecer convincente.
— Vocês não me convencem.
— Ash, temos que ir. O ensaio é daqui a 30 minutos e ainda temos que ir a casa. - diz o Luke.

Como é óbvio, os dois casais desatam aos beijos como se não se fossem ver no mesmo dia, à noite. Mas pronto, mais vale deixar de comentar.
Eles foram embora e nós fomos para o shopping. Como sempre ver de roupa, mas para elas, eu não sou assim tão agarrada a isso. Gosto de estar bem vestida mas não preciso de ter uma variedade enorme de roupa. A roupa foi criada para nos tapar do frio e não para nos enfeitar.
As compras fomos depois colocá-las ao carro da Chris para lancharmos lá no shopping. As 17h30 chegam e eu tenho que ir para o psicólogo.
Despeço-me delas e sigo caminho para lá. Que gelo. Chego e fico na sala de espera. Como é óbvio já está enrolada com o pediatra, se não já me tinham chamado. O último puto que entrou já saiu à bué.

INSANE: The Murderer [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora