Terça Feira, 17 de Maio de 2016
Acordo com o som do despertador. Como é que o Harry não acorda? Levanto-me e vou até à casa de banho, onde faço as minhas necessidades e tomo um duche rápido.
Visto umas calças de ganga escuras, uma camisola cinzenta, as minhas botas prediletas e o meu querido casaco de cabedal. Penteio o meu cabelo e faço um rabo de cavalo pois pelo que vi para além de estar a chover também está vento e não me apetece levar com o cabelo na cara. Pego na minha mochila e pego uma maçã da cozinha, rápido para apanhar o autocarro.
Entro no transporte público que me vai levar para a universidade, passo o meu passe no ecrã e entro, sentando-me num banco sozinha. Coloco os fones e meto-me a ouvir música, mas nem valia a pena de tão distraída que estou.
Não consigo deixar de pensar no que se passou na noite de ontem. Eu perdi a virgindade com o homem que amo, mas para além disso, posso engravidar. Eu não tomo a pílula e o preservativo estava furado. Isto foi esquema do Malik. Mesmo morto consegue vingar-se. Eu sou contra o aborto, mas não quero que mais ninguém sofra com isto. E se eu engravido mesmo e o bebé nasce com o mesmo problema? Eu não quero que ninguém sofra com isto. Tenho que ir ao centro de saúde. O melhor é tomar a pílula do dia seguinte. Eu não quero, não quero mesmo, mas se calhar é o melhor.
Chego à universidade e vou logo para as aulas. No intervalo vou tomar o pequeno almoço com a Christianna que me disse que já começou a procurar informações sobre mim e o Harry, depois volto para a aula. No fim da aula vou almoçar com as pessoas da minha turma. O professor deixa um recado na porta a dizer que não vamos ter a aula hoje mas sim na sexta feira à tarde por isso decido ir agora ao centro de saúde.
Apanho novamente o autocarro e ligo ao Harry que já me tinha mandado mensagem.— Olá amor. Então como é que estás?
— Olá princesa. Estou bem, um pouco dorido de tudo o que se passou ontem. E tu, como é que estás?
— Estou nervosa.
— Então porquê princesa?
— Porque estou agora a ir para o centro de saúde. Vou ver se tomo a pílula do dia seguinte.
— Não faças isso. Sabes que há efeitos secundários e é melhor não passares por isso.
— Eu sei, mas prefiro tomar a pílula e rebentar comigo do que fazer um aborto quando já houver mesmo um bebé mesmo que tenha apenas uma semana ou duas.
— Não penses assim. Amor, pensa nisso.
— Está bem. Eu vou falar com a médica ou com a enfermeira e logo se vê.
— Ainda bem amor. Olha, já temos data marcada para irmos ao hospital. A Katherine ligou-me à pouco a dizer que o nosso pai nos chamou. Parece que já tem a carta quase pronta, só falta mudar uns detalhes.
— A sério? Isso é bom amor. Depois, se quiseres vou contigo.
— Claro que vens. Que me dizes de irmos jantar com elas a um restaurante nesse dia?
— Por mim tudo bem. Bem, já cheguei. Tenho que ir.
— Pensa no que te disse. Amote muito.
— Está bem amor. Também te amo muito.
Desligo a chamada e guardo o telemóvel no bolso do casaco. Saio do autocarro e abro o guarda chuva. Caminho ainda durante um bom bocado e entro no estabelecimento. Fecho o guarda chuva e dirijo-me ao balcão. Milagrosamente não há cá muita gente.
— Boa tarde, em que a posso ajudar?
—Boa tarde, eu quero falar com a minha médica de família ou com a enfermeira.
— A médica só poderá falar consigo daqui a 2h ou mais tempo, por isso será melhor falar com a enfermeira. Eu já lhe digo. Espere aí que já é chamada.
— Obrigada.
Sento-me na sala de espera e depois de mais de meia hora sou chamada pela enfermeira. Cada vez me sinto mais nervosa.
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INSANE: The Murderer [ Concluída ]
ParanormalInsane { Livro I } Toda a gente achava que ela era perfeita, mas ninguém sabia que ela era um monstro. Pelo menos até ela se apaixonar. Ela não sabia que ele era obcecado por ela, nem que ele era também um monstro. Insane. Contém representações grá...