•| Capítulo 47 - Certezas.

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Ashton

Quando vi a minha menina entrar na sala, o meu coração ia explodindo. Eu amo-a e sei que sim, mas estou confuso. Não posso estar com ela assim, a Chloe tem razão. Tenho que lhe contar tudo. Só não sei é como é que o vou fazer. Não a quero magoar mas é o que vai acontecer.
Ela disse-me "Olá" e eu respondi o mesmo, perguntando depois como estava, mas não me respondeu.
Ela está chateada comigo. Ela vai ficar fula quando souber tudo. Ela não pode saber tudo, vou perdê-la. Só que ela tem que saber a verdade. Eu não sei o que fazer. Ela é-me tudo.

— Ashton. Nós vamos jantar aqui, vocês os dois jantam na cozinha para falarem. Aproveita. - a Chloe informa-me ao chegar à sala de prato na mão tal como o Harry.
— Eu não consigo. Eu não quero perdê-la.
— Agora é que pensas nisso? Fala com ela e vê como corre. Ela tem que saber a verdade. Depois logo vês o que fazer.
— Tens razão. Obrigado.

Levanto-me deixando o casal na sala a jantar. Chego à cozinha e sirvo-me de massa à bolonhesa, a carne estava numa panela à parte pois o casal Haloe ou Charry, não come carne. Sento-me e começo a comer.
Não sei o que dizer. Não sei como começar esta conversa. Isto não é normal em mim.

— A Chloe disse que precisas de falar comigo. O que é?
— É sobre nós e o que se tem passado. Há uma coisa que tens que saber.
— O que é que eu ainda não sei?
— É complicado. Eu não sei como dizer isto.
— Experimenta com palavras.

Coloco massa na boca. Mastigo e engulo tentando encontrar palavras para expressar o que sinto.

— Eu não te quero perder. Eu amo-te como nunca amei ninguém e como nunca ninguém te amou, mas...
— Mas o quê? Porque é que há um mas?
— Acredita que daria tudo para que não houvesse e para que estivéssemos bem. Mas eu acho que estou a começar a gostar de outra pessoa e preciso de ajuda.
— O quê? Achas que estas a começar a gostar de outra pessoa e queres ajuda? Estás a gozar comigo! Eu sabia que a história do amigo era mentira. Quem é ela?!
— O que eu te disse é verdade.
— Só podes estar a gozar.
— Mas não estou. Eu não te menti. Eu acho que estou a começar a gostar desse amigo.
— Espera, o quê?

Respiro fundo antes de tentar responder fosse o que fosse.

— Para além de ser trocada, sou trocada por um homem?
— Tu não foste trocada. Eu amo-te como sempre amei apenas há este se não, mas eu amo-te.
— Se me amasses não pensavas nesse teu amigo dessa forma.
— Eu não queria. Achas que foi de propósito? Achas que acordei um dia com vontade de virar bissexual? Para ser gozado por toda a gente? Essencialmente pelos meus pais? Não bastou já tudo o que se passou antes, ainda tenho isto para estragar mais a minha família.

Respiro fundo depois de explodir. Vejo que ela não sabe o que me responder e compreendo. Volto a comer tal como ela. Pouco depois ela lembra-se da pergunta.

— Quem é ele?
— Porque é que queres saber?
— Tenho esse direito. Quero saber.
— É... É o Calum.
— Oh meu deus. Isto está cada vez melhor. Só falta dizeres que ele te ama.
— Não. Óbvio que não. Ele anda destroçado desde que perdeu o Mike. Eu tenho estado com ele para ver se o animo. Ele quer voltar para cá, mas queremos descobrir primeiro quem matou o Mike.
— Como assim? Ele não morreu de overdose?
— Sim. Mas queremos saber quem foi o culpado. Quem lhe vendeu tudo o que consumia.
— Pois, não sei. Mas já descobriram alguma coisa.
— Já descobrimos o nome, mas tá difícil de encontrarmos o tipo. Ainda por cima não sabemos o último nome, só o primeiro.
— Pois, assim é difícil. Se precisarem de ajuda nisso digam.
— Sim. Eu preciso de saber o que acontece connosco agora. Eu amo-te mas não sei o que se passa comigo.
— Eu peço desculpa por ter gritado contigo. Eu compreendo que deve de ser complicado estares habituado a ter uma namorada e do nada descobrires ou teres dúvidas sobre a tua sexualidade. Mas preferia que falasse logo comigo. Não precisava de envolver a Chloe.
— Foi ideia do Luke. Eu desabafei com ele e ele disse-me para falar com ela por te conhecer melhor e por ser rapariga.
— Compreendo. Bem, nós acabamos. Não faz sentido continuarmos juntos assim. Tu não tens a certeza se gostas dele ou não. Não tens a certeza se me amas como dizes ou se é amor de amizade, se me entendes.
— Eu entendi. Tudo bem. Mas não quero ficar mal contigo nem quero que fiques mal comigo.
— Não te preocupes. Com o tempo vamos lá.
— Obrigado.
— Porquê?
— Por seres uma pessoa excelente. Se fosses outra tinhas-te passado completamente, coisa que não aconteceu. Só te passaste a metade.
— Tudo bem.

Não dissemos mais nada até acabarmos de comer.

Harry

Vai uma gritaria na cozinha. Só espero que a minha irmã fique bem. A Chloe já me contou o que se passa. Deve de ser complicado para ele, mas é a minha irmã. Posso conhecê-la à pouco tempo, mas é minha irmã, defendo-a com unhas e dentes.
Pouco depois deixamos de ouvir barulho da cozinha, mas decidimos continuar na sala até ouvirmos o pousar dos pratos no lava louças e a água a correr.

— Deixa a louça. Depois lavo isso. Vamos ao hospital. Rápido.

Ela largou facilmente a louça e foi ver das coisas dela. Parece que com isto tudo já se tinha esquecido do que me pediu e me disse.

— Vamos.

Depois de vestir o casaco, saímos todos de casa. Fomos os quatro no carro da Chloe, comigo a conduzir.
Deixamos o Ashton em casa e fomos os três para o hospital.
Estacionei o carro e depois fomos ver do meu pai. Já tinha recebido mensagem da Chris a dizer que já lá estava, por isso aceleramos o passo.
Chegamos à porta do quarto e não consegui entrar, tal como a Chris que não se queria irritar por isso a Katherine foi mais a Chloe.
Sentei-me numa das cadeiras azul na sala de espera e a Chris veio-se sentar ao meu lado. Algum tempo depois vimos as duas saírem do quarto.

— Então?

INSANE: The Murderer [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora