•| Capítulo 1 - Eu sou um Monstro.

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Definir-me numa palavra? Monstro. Sou uma rapariga de 17 anos, que ao nascer foi possuída por um espírito maléfico, demónio, whatever. Enquanto eu durmo, ele age com o meu corpo. Posso parecer eu a fazer tudo, mas não sou, é ele. Ninguém sabe disso, para além dos meus pais, claro, que têm bastante medo de mim. Não sei como é que eles não me abandonaram depois de descobrirem o que tenho dentro de mim. Eles deviam de me ter matado pois eu tenho medo de mim própria, tenho medo de todo o mal que posso fazer a toda a gente. Não eu, ele.
Nasci em casa, a minha mãe tinha tantas dores que ninguém lhe conseguia pegar para ser transportada para o hospital. Acho normal, depois do que vieram a descobrir que tenho dentro de mim. Sou de Cheshire, Inglaterra, onde ainda vivo. A nossa casa já fora um hospital psiquiátrico. Um dos doentes tinha o mesmo problema que eu, talvez por isso me sinta tão bem aqui. O meu pai já tentou procurar uma casa melhor para nós, mas só aqui me sinto bem.
O meu pai é o diretor da escola onde estudo e a minha mãe professora de Inglês. Toda a gente me odeia por isso. Mas eles que se metam comigo que eu arranco-lhes os olhos com as minhas próprias mãos.
Vou todos os dias ao psicólogo, às 18h em ponto. Ela é simpática, mas eu não confio nela. Eu só tenho confiança nos meus pais e nas minhas melhores amigas. Eu nunca namorei e só tive uma amizade com um rapaz. Eles não merecem confiança. As minhas amigas namoram, mas já as vi sofrer bastante por causa de rapazes. Se alguma vez me aproximar de um rapaz e ele me fizer sofrer eu mutilo o seu órgão genital.
Hoje só tive aulas de manhã e com a psicóloga não correu muito mal, já tivemos consultas muito piores, mas continuo a não gostar dela. Anda a namoriscar com um dos pediatras. Um homem pediatra? Cá para mim anda a violar todas as crianças que cá vêm. Eu tenho um homem na família, mas eu conheço-o e sei como ele é. Os outros eu julgo-os como eu quiser pois não os conheço. Eu sei, também não conheço as mulheres, mas pelo que vejo sofrem muito mais do que os homens. As mulheres só têm uma cabeça por onde pensar por isso é diferente da forma como os homens o fazem, pois nem sempre raciocinam por onde devem.
Agora vou-me deitar que amanhã é um novo dia. E agora será apenas mais uma noite divertida.

INSANE: The Murderer [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora