•| Capítulo 31 - Hospício.

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— Como assim ele também é teu pai?
— É como te digo. Ele é meu pai. - ele respira fundo antes de me responder.
— Biológico?
— Sim amor.
— Eu tenho muitas perguntas e estou bastante curiosa, mas tínhamos combinado falar sobre isso ao jantar. Estás pronto?
— Não precisas de ir a casa?
— Não, preciso é de ir a casa delas buscar a minha carteira, mas depois vou lá.
— Mas não tens as chaves de casa e assim lá dentro?
— Tenho, mas...
— Então vamos lá agora. Eu fico cá fora enquanto lá vais buscar a carteira.
— Eu acho que devias de falar com o Luke.
— Sim, tens razão.
— Então entramos os dois?
— Eu não quero lá entrar. Prefiro que ele venha ter comigo.
— Está bem.

Ele vestiu um casaco de cabedal preto e saímos os dois da cabana. Andamos pela floresta durante algum tempo. Já estava escuro por isso usávamos os telemóveis como lanternas. Fomos todo o caminho em silêncio. Tinha tantas perguntas por fazer, mas tinha que deixar para depois tal como tínhamos combinado.
Chegámos à porta de casa da Chris, enquanto o Harry ficou do lado de fora do portão da casa, eu entrei pelo mesmo e toquei à campainha.

Luke

Acordei no quarto da minha princesa, com esta ao meu lado a dormir com o seu braço por cima de mim. É fantástico depois de tanto tempo poder estar assim com ela. Acariciei o seu rosto e mexi no seu cabelo como sei que gosta que eu faça. Não durou muito tempo até ter que parar com a minha demonstração de carinho pois ouvi tocar a campainha. Sabendo que não havia mais ninguém em casa, levantei-me da cama sem fazer barulho e fui abrir a porta.

— Chloe, então?
— Como estás? - ela diz direcionando-se a mim e abraça-me.
— Eu estou bem. Tenho só um corte pequeno. E tu, como estás?
— Ainda um pouco em choque com tudo o que se passou hoje, mas estou bem.
— E o Harry?
— Ele está lá fora. Já está mais calmo, e quer falar contigo.
— Ele pode entrar.
— Ele não quer aqui entrar depois do que se passou.
— Então eu vou ter com ele.
— A Chris?
— Ela está a dormir.
— Está bem. E a Kathie está com o pai?
— Sim. Sabes o quão eles se dão bem por isso ela está lá com a mãe.
— Então eu vou ver da minha carteira e do meu casaco que cá deixei, e arranjar um copo com água para beber.
— Está bem.

Dei-lhe espaço para entrar e encostei a porta atrás de mim. Segui caminho até ao pé do rapaz que me abriu a ferida à horas atrás.

— Olá.
— Olá. Eu queria pedir-te... Ahm... Desculpa. Não fiz aquilo de propósito. Apenas queria magoar o outro palhaço e não a ti ou a Chloe.
— Magoaste-a?
— Sim. Só dei conta quando senti o meu cotovelo tocar nela. Só aí é que parei e dei conta do que estava a fazer. Felizmente não a aleijei. Se o fizesse nunca mais me perdoava.
— Ao menos ela está bem. Não deste conta de me acertar?
— Não. Só soube porque a Chloe me contou. Mais uma vez eu, ahm... peço desculpa.
— Tudo bem.
— Ainda bem. Não quero estar chateado contigo. És um grande amigo da Chloe e eu querendo que esta relação dure para sempre, tenho que me dar bem contigo como me dou com a Chris.
— Sim, digo o mesmo. Mas espera, tu e a Chloe namoram?
— Sim. - pude ver o rapaz a sorrir como nunca antes tinha visto por isso eu acredito que ele goste mesmo dela.
— Parabéns! Espero que sejam muito felizes e o concelho que vos dou é: evitem discutir. Não vale a pena. Conversem um com o outro, troquem ideias, como deve de ser feito, mas não podem discutir, pelo menos não discutam em demasia. Isso deita as relações a baixo.
— Obrigado.

Dito isto abracei o rapaz que a início não sabia como reagir, mas logo retribuiu.

— Estou a interromper algo?
— Não. - respondo ao reparar na Chloe e deixando o abraço do Harry.
— Parecia.
— Mas não. Não te metas com isso. Somos ambos heterossexuais, foi um abraço apenas. A partir de agora somos conhecidos.
— Está bem.
— Vamos?
— Sim. Até logo Luke.

INSANE: The Murderer [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora