Segunda Feira, 8 de Dezembro de 2014
Acordo com o som irritante do despertador. Desligo-o e fico a olhar o teto até dar conta que estou a transpirar pelo corpo todo, mais uma vez. Boa. Tomo um duche de água quente e visto-me. Como, lavo os dentes e vou para a escola.
Não me quero cruzar com elas, mas sou da mesma turma que a Christiana por isso quer queira, quer não... vou vê-la.
Chego e vou para a porta da sala à espera do stor. Felizmente ele não demora muito e ela está atrasada.
Sento-me no meu lugar e fico atenta ao resto da aula, nem dei conta de ela entrar.
Toca para a saída, arrumo as minhas coisas rapidamente e saio da sala. Pouco depois de sair, ouço alguém chamar-me.— Desculpa incomodar-te, mas não conheço ninguém aqui para além de ti e preciso de ajuda.
— Henry? Para que queres a minha ajuda? E quem te diz a ti que te vou ajudar?
— Harry. - vejo-o revirar os olhos - Preciso de ajuda porque não conheço a escola e preciso de encontrar o jardim de infância. Digo eu que vais ajudar porque até que gostaste de mim.
— Convencido! Isso é o que tu pensas, não gostei nada de ti e continuo a não gostar.
— Não faltará muito para mudares de ideias.Rio-me, sarcasticamente, como é óbvio.
— Isso era o que tu querias. Eu não vou mudar de ideias, até porque nem fazemos aquilo da terapia e tu próprio também não gostas de mim.
— Quem te disse que não gosto de ti?
— Tu. E mesmo que gostes podes deixar já de gostar porque não te vai levar a nada gostares de mim.
— Mas eu não disse que gostava nem que queria ir a algum lado contigo. E depois sou eu o convencido.
— Ai como queiras.Viro costas revirando os olhos e ele agarra-me no braço puxando-me para junto de si. Irritada empurro-o e ele vai contra os cacifos, como já era de esperar. Fica a olhar para mim admirado, tal como toda a gente que se encontrava cerca de nós. Agarro nas minha coisas que tinham caído, e começo a andar em direcção à sala como se nada tivesse acontecido.
Já à porta da sala ouço alguém chamar-me.— Que queres?
— Pedir-te desculpa por te querer forçar a sair connosco. Se quiseres sair connosco sais, não somos nós que te vamos obrigar.
— Obrigada. Não estou habituada a sair e gosto de estar em casa.
— Tu é que sabes. Não me meto mais nesse assunto. Não quero estragar a amizade que temos só por isto.
— Mudando de assunto. Como estão as coisas entre ti o Luke? A última vez que vos vi juntos estavam a discutir.
— Estão bem. Já sabes como nós somos.
— Sim, mas não costumam discutir por cenas tão estúpidas.
— Pois, eu sei disso. E está a acontecer cada vez mais frequentemente. Eu tento não discutir, mas não dá, ele não ajuda.
— Olha eu não percebo nada disso e sabes qual a minha opinião em relação a rapazes.
— Já que falas nisso... Sempre me questionei uma coisa.
— O quê?
— Por acaso és lésbica? - pergunta sussurrando.
— Que eu saiba não. - rio nervosa com a pergunta dela.
— Mas queres ajuda para descobrir?
— Hm... Não. Eu não me quero meter em nada dessas cenas. Apesar de que agora me deixaste com curiosidade. Mas não. Eu apenas não gosto de rapazes porque não os compreendo.
— Se pensássemos todos como tu, não teria existido mais nada para alem de Adão e Eva. Os rapazes acham o mesmo de nós.
— A sério? Que bom. Que nem se deem ao trabalho de me tentar compreender. É a única coisa que digo.
— Se assim achas.
— Mas fiquei com curiosidade de saber se sou homo, bi ou hetero.
— Já alguma vez te sentiste atraída por raparigas?
— Nunca me senti atraída por nada para além da minha cama.
— Compreendo. Acho que só experimentando.
— O que queres dizer com isso?
— Beijando tanto um rapaz como uma rapariga.
— Boa. Quem?
— Isso não sei. Vai reparando mais nos rapazes e nas raparigas, e vê quem te atrai mais do que a tua própria cama.
— Oh isso é impossível.
— Então menos, mas mais do que os outros.
— Está bem.
— De que estão a falar vocês? Já tocou vão mas é para a aula.
— Cal! Que fazes aqui? - pergunto ao vê-lo.
— Vim fazer-vos uma visita, mas agora vão para dentro. Vou tentar combinar com toda a gente para almoçar-mos juntos.
— Está bem. Depois diz qualquer coisa. - digo e ele vai embora.
— Que ótima ideia.
— O que queres dizer com isso?
— O Calum é o único rapaz com que te das bem. Que tal tentares com ele?
— Eu não me dou assim tão bem com ele.
— Dás sim, muito melhor do que o Luke e o Ash que passam os dias connosco e a tentar darem-se bem contigo.
— E dou, mas só porque ele é homo, tipo é diferente, é como se fosse uma rapariga para mim. Nem é solteiro. E eu não vou tentar com alguém com que me dê bem.
— Então é com alguém com quem te dês mal. É preferível conheceres melhor as pessoas mesmo que não gostes delas.
— Ai é?
— Sim, porque sem conheceres podem abusar ou algo do género.
— Tens razão.Fomos para a aula que passou mais devagar do que sei la o quê. Depois disso não tivemos mais aulas, por isso liguei ao Calum.
— Onde andas Cal?
— Estou na pizzahut , estava agora a mandar-te mensagem. Estou cá com o Luke e com a Katherine. Liga ao Ash que ele traz-vos.
— O Ash é da minha turma não é preciso ligar. Ele está aqui. Já aí vamos ter, até já.Desligo a chamada e tenho logo o palerma do namorado da Katherine a fazer-me perguntas.
— Ouvi o meu nome, que se passa?
— Vamos almoçar à pizzahut e tu vais-nos dar boleia, até porque vens almoçar connosco.
— Ai vou?
— Sim.
— Por que motivo?
— Aquele que nós sabemos e pelos vistos tu não.Lá o convencemos e fomos para o local marcado. Chegamos e o Ash fez uma festa do caraças por ver o Calum ali. Até parece que não se vêem à anos. Ok. A última vez que o vimos foi à quase 1 ano, mas ainda nem fez 1 ano.
— Então e o Mike não veio porquê? - perguntou o Luke.
— Eu só vim tratar da venda da casa.
— Venda da casa? Vais vender a tua casa? - pergunto.
— Sim. Tem que ser. Andamos a ficar sem dinheiro desde que... - notava-se que ele estava a ficar nervoso.
— Desde que?
— O Mike meteu-se nas drogas.
— O quê?!Até eu que não gosto dele fiquei pasmada. Mas pronto. Nem tou preocupada. A vida é dele, ele é que sabe o que fazer dela. Só me preocupo com o Calum, porque graças ao paneleiro do Mike vai vender a casa. Acho que ainda não vos disse, mas o namorado do Calum é o Mike. O Calum é homo mas o Mike é bi, tipo cotonete. Ainda por cima é bué atiradiço. Não gosto dele e pronto.
Mudámos de assunto e começámos a falar de assuntos mais positivos. Às 15h voltei para a escola, pois como já tinha referido, haviam aulas à tarde, e despedi-me do Calum que já se ia embora.
No fim da aula fui até ao parque e lá encontrei o irritante moço dos caracóis.— Olha, obrigado. A tua ajuda para encontrar o jardim de infância foi preciosa.
— De nada. Para a próxima já sabes. - digo fria.
— Mas deu para descobrir que tens uma força do caraças. Conseguiste mandar-me contra os cacifos e é rara a pessoa que me consegue mover quanto mais atirar-me 1 ou 2 metros para trás.
— Eu sou fantástica. Mas vê lá não me ames tanto.
— E depois sou eu o convencido.Olho para ele e veio-me à cabeça a conversa que tive com a Christiana. "É preferível conheceres melhor as pessoas mesmo que não gostes delas." E se experimentar com ele? Mas tenho que o conhecer primeiro.
— Estás aí?
— Estou. - respondo afastando aqueles pensamentos - Porquê?
— Estava a perguntar porque é que te encontro sempre aqui? Ainda por cima combinamos que não era para fazer aquela cena que a psicóloga disse.
— Só não fazes porque não queres.
— Eu pensei que não quisesses por isso é que disse aquilo.
— Nem pensaste bem nem mal, porque tanto me faz.
— Ai agora já tanto te faz? Estás a começar a gostar de mim é?
— Pensa o que tu quiseres.
— Então se posso pensar o que eu quiser... Posso pensar que tu me amas, que estamos juntos e que te posso beijar, certo?Ele diz aquilo com um sorriso maroto e eu não sei o que fazer. Por um lado gostava de o beijar para poder saber o que sinto ao beijar um rapaz, mas por outro não, porque não o conheço, e aquele olhar parece mesmo que me quer comer. Mas eu sei defender-me e pelos vistos fui a única pessoa que até agora o fez voar 2 metros. Ai, nem sei.
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INSANE: The Murderer [ Concluída ]
Siêu nhiênInsane { Livro I } Toda a gente achava que ela era perfeita, mas ninguém sabia que ela era um monstro. Pelo menos até ela se apaixonar. Ela não sabia que ele era obcecado por ela, nem que ele era também um monstro. Insane. Contém representações grá...