— Mas é óbvio que não. - digo revirando os olhos.
— Ai é? Mas olha, posso dizer-te que tenho um feeling de que haverá de chegar o dia em que poderei provar esses teus lábios.
— És nojento. Muito mesmo. - digo enojada - Vai mas é passear que eu tenho mais que fazer do que estar a aturar um desconhecido que nunca disse querer conhecer, que não consegue ver-me na rua e não me falar.
— Se tivesses mais para fazer não estavas aqui. E se tu quisesses que não te falasse ignoravas-me ou continuavas a responder-me como no início.
— Então adeus.Viro-me e ele agarra o meu braço puxando-me de novo para ele. Tento empurrá-lo mas não consigo. Como? Como é que não consigo empurrá-lo? Eu sou das pessoas mais fortes existentes no mundo. Ok. Pessoa não. Monstro.
— Onde é que vais com tanta pressa?
— Não tens nada a ver com isso! Agora larga-me antes que eu grite e me passe - ameaço.
— Não tenho medo de ti. Nenhum. Tu sim, devias de ter medo de mim.
— Porquê? Porque és homem e eu mulher? Achas que isso me impede de ter mais força que tu?
— Tenho a certeza.
— Não tenhas tanta certeza disso - digo rangendo os dentes.
— Ai não? Então porquê? - ele diz rindo.
— Porque não me conheces - digo com os olhos semicerrados mostrando a minha raiva.
— Quem te diz a ti que não conheço?Sinto os meus olhos a ferverem, o que não é bom sinal. Quando os sinto assim é porque já estão negros e estou a perder o meu controlo, coisa que acontece facilmente. Empurro-o contra a árvore e chego-me perto dele apertando-o pelo pescoço, elevando-o um pouco no ar.
— Não te atrevas a voltar a meter-te comigo. Para a próxima posso não me controlar como hoje consegui - atiro-o para o chão e viro costas.
— Não me metes medo. E tu atreve-te a voltar a fazer isto e para a próxima quebro a minha regra: não tocar em mulheres.
— Agora lembrei-me de algo que tinhas dito... Como é que era? Oh já sei."E tu não é por seres rapariga que não apanhas um par de estalos." A culpa foi tua. Única e exclusivamente tua.Coloco os fones e caminho para fora dali. Qual foi a dele? Porque é que ele fez aquilo? Não entendo o porquê. Eu não quero magoar ninguém, mas se ele me volta a tocar eu não atuo por mim. Se ele acha que me mete medo, está bem enganado. A única pessoa de quem tenho medo é de mim própria.
Vou para casa. Deito-me na cama e fico a olhar o teto. Isto deixou-me um pouco cansada, por isso pouco tempo depois adormeço.
Acordo com a minha mãe a chamar-me para jantar, mas estava sem fome. Levanto-me logo assim que me lembro que tinha que ligar para Niall a dar uma resposta, por isso procuro o cartão que ele me tinha dado e ligo-lhe.— Boa noite. Quem fala?
— É a Chloe. A rapariga do parque a quem pediu para tomar conta da sua filha?
— Ah sim, já sei. Precisas de algo?
— É para dar certeza de que vou poder tomar conta dela, mas apenas poderá ser das 14h às 18h. Se não poder assim, lamento, mas tenho uma vida para além disso.
— Está bem.
— Então até amanhã.
— Até amanhã.Que estranho. Parecia que me estava a despachar. Homens. O ser vivo mais inútil que existe e alguma vez existiu neste mundo. Quer dizer inútil, sem contar com a parte de que sem o esperma do homem não haviam mulheres, mas também é graças a ele que há homens.
Descalço-me, visto o pijama, e depois de uma ida à casa de banho, vou até à cozinha para jantar. Desta vez tenho cá a minha mãe e o meu pai. Milagre. Deve de estar para cair um santo do altar. É que só pode. Comi pouco. Eu avisei a minha mãe de que não tinha fome. Não tenho culpa. No fim do jantar volto para o quarto e deito-me olhando de novo para o tecto. Farta de olhar para ele, levanto-me e vou até ao pc.
Vou ao facebook e tinha algumas notificações. Tinha pedidos de jogos, como sempre, notificações de me terem identificado em estados de vídeos pornográficos, que agora é o prato do dia, e tinha também, um pedido de amizade do Harry. Mas porque é que este quer ser meu amigo aqui? Lol. Que big LOL. Aceito? Aceito.
Algum tempo depois de me ter colocado a ver a página inicial do maldito facebook, recebo uma mensagem. Adivinhem de quem. Vá adivinhem. Tentem lá adivinhar. É facílimo. Mas só saberão quando eu disser. Isto mete a sua piada. Admitam lá. Vá. Estou à espera. Mas para acabar o suspance... Foi o palerma do Harry, como já era de esperar.— Oi boneca.
— O que é que queres?
— Fogo, tanta agressividade. Que eu saiba não te fiz nada de mal, aliás, tu é que me fizeste e foram duas vezes só no dia de hoje.
— Estás à espera que te peça desculpa? Podes já preparar o caixão.
— Credo. Eu nem te digo mais nada. Apenas digo que a psicóloga me ligou à tarde a dizer que não atendias as chamadas por isso para te avisar de que temos que começar a estar juntos, ela tem alguém a vigiar para saber se o fazemos ou não.
— A sério? Ai que puta. Então isso significa que vou ter que passar a aturar-te 1 hora todos os dias da semana? Todas as semanas do mês? Todos os meses do ano? Tou fodida.
— Para de me tratar assim caralho. Não te fiz mal nenhum.
— Fizeste sim.
— Ai fiz?
— Sim. Falaste comigo e isso bastou.
— Eu falei porque me obrigaram.
— Que idade é que tu tens mesmo?
— 20, porquê? E o que é que isso tem a ver com o assunto?
— Então e não tens já idade suficiente para tomares as tuas próprias decisões?
— Não me conheces. Não sabes nada. Por isso não te metas.
— Oh toquei na ferida. Coitadinho. Não me tivesses vindo falar, olha agora.
— Falei porque me pediram. Olha, amanhã às 18h no parque.
— Não sei se poderei chegar a horas, mas logo se vê.
— É para chegar a horas. Se não, digo à psicóloga.
— Diz. E eu digo que a ideia de não nos juntarmos foi única e exclusivamente tua.
— Não tens provas disso.
— Nem tu. Mas vá, hasta.
— Sya.Que palerma. Ai odeio este gajo pá. Irrita-me mas mesmo a sério. Deixa-me fora de mim. É que deixa mesmo. É bué estúpido. Odeio-o tal como odeio pisar merda. Foda-se. Mas é lindo como sei lá o quê. Mas o que é que estou aqui a pensar? Vá Chloe, acalma-te. Tu consegues. Inspira... Expira... Conta de 10 para 1... E já estou melhor.
Deixo o computador e agarro o telemóvel, podendo ver as chamadas não atendidas da psicóloga.
Deito-me de novo na cama tentando dormir. Será que desta vez vou conseguir?
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INSANE: The Murderer [ Concluída ]
ParanormalInsane { Livro I } Toda a gente achava que ela era perfeita, mas ninguém sabia que ela era um monstro. Pelo menos até ela se apaixonar. Ela não sabia que ele era obcecado por ela, nem que ele era também um monstro. Insane. Contém representações grá...