•| Capítulo 28 - Dois Monstros.

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Boa noite, Insaners!

Peço-vos que comentem, eu sei que é fatela pedir, mas pensem bem no assunto, eu passo horas a escrever não só por gostar mas também por vocês que acompanham a história. Não custa nada comentar, e eu penso que mereço pelo meu esforço e dedicação.

Desejo-vos uma boa leitura!

×__________×

Chloe

O Harry esmurrou o pai da Katherine e da Christianna, mas porquê? Vejo o Luke saltar do sofá e correr até eles para tentar ajudar o mais velho, mas recebeu uma cotovelada por parte do Harry sem que este se tenha apercebido. A Christianna correu até ele e ajudou-o a levantar. Desapareceram os dois da sala. O estado em que ele se encontra agora faz-me relembrar o dia em que ele ficou em minha casa e fez o mesmo com o saco de boxe. Ele não está em si. Ele tem os seus músculos contraídos e as veias a quererem explodir. Não consigo ver o seu rosto, mas acredito que esteja como o resto do corpo, vermelho e bastante irritado. Ele está revoltado, mas não sei com o quê. Será que o pai delas o fez recordar algo ou será que ele tem alguma coisa a ver com o assunto?

— Harry! - berro de novo ao me lembrar do Luke no chão, o pai delas ensanguentado e a levar murros repetitivos por todo o corpo.

Corro até ao Harry para o tentar parar, mas sou agredida da mesma forma que o Luke, a única diferença é que desta vez o Harry apercebeu-se.

— Chloe! Desculpa, eu não te queria magoar. Desculpa. Desculpa-me. Perdoa-me.

Olho-o e vejo que está completamente diferente ao que estava à segundos atrás. O seu rosto está transpirado e vermelho, os seus olhos verdes escuros mostram preocupação - até parece que estão a ficar cada vez mais claros - e os seus músculos descontraíram ao tocarem a pele do meu rosto.

— Por favor Chloe. Peço-te. Desculpa-me...
— Não faz mal. Não deste conta que eu estava ali e não me doeu se quer.

Ele baixou o seu rosto como que a render-se e a pedir desculpa de novo. Segundos depois, levanta-se e sai pela porta principal da casa. Corro numa tentativa de chegar a ele antes de sair, mas era tarde de mais. Saí de casa e vi-o correr em direção à floresta. A sério que ele tem sempre que se ir meter ali?
Corro o mais que consigo no meio das árvores. O chão está escorregadio, mas apesar disso consigo equilibrar-me e evitar escorregar. Infelizmente, não consigo evitar tudo, e tropecei numa árvore caída no meio do meu caminho. Nem tudo são más notícias, eu estou bem. Levanto-me rapidamente e tento correr atrás dele apesar de já mal o ver. Chamo por ele por todo o caminho, mas ele ignora-me. O que me vale é ter resistência, se não fosse isto já me tinha perdido.
Encontro-me à porta da cabana, a tal cabana onde reencontrei o Harry e onde o beijei pela última vez, onde descobri que ele não queria nada comigo.
Entro sem pedir licença. Para quê? Ele invadiu a minha casa, ia-me matando de susto e queria que o beijasse à força. Não estou a fazer nada de mal, ou pelo menos nada que ele não tivesse já feito, para além de que ele deve de estar à espera que eu aqui esteja.
Não o encontro na cozinha nem na sala, por isso decido procura-lo no quarto. Abro a porta e vejo-o sem roupa a olhar para mim. Fecho a porta, por instinto como é óbvio, porque pelo que consegui ver, não me importava nada de continuar, mas ele iria pensar coisas e usar isto para me atacar mais tarde.

— Desculpa... Eu não sabia que estavas assim. Foste bastante rápido, como é que te despiste assim em segundos? Pensei que estivesses à minha espera visto que vim todo o caminho atrás de ti e a chamar por ti. Sei que não me ligaste nenhum mas também sei que deste conta que eu estava lá.
— Respira. - ele diz sorrindo depois de abrir a porta.
— Eu estou a respirar. - olho-o de cima a baixo e pude ver que tinha vestido uns boxers.
— Estás a gostar do que estás a ver?
— Ahm?
— Estás aí a olhar para o meu corpo. Para além de que à pouco viste tudo.
— Como é que eu podia ver tudo no curto espaço de tempo entre abrir a porta e voltar a fechá-la?
— Se tu o dizes.
— Explica-me.
— O quê?

Decide responder após se sentar no sofá, mas não o segui. Entrei no quarto e pude encontrar a sua t-shirt em cima da cama, peguei nela e atirei-lha para que a vestisse.

— Para que é que eu quero isto?
— Para vestires, como é óbvio.
— Porquê? Distrai-te é?
— Não. Mas veste.

Ele não perguntou mais nada, simplesmente vestiu a t-shirt preta tal como eu lhe tinha pedido. Caminho até ao sofá e sento-me ao seu lado, mas virada para ele.

— O que é que se passou para fazeres o que fizeste?
— O quê?
— Não te faças de parvo. Sabes bem do que estou a falar. Porque é que esmurraste o pai delas?
— Apeteceu-me.
— Sim, claro. Como se eu fosse acreditar nisso. Isso teve a ver com o que dizias quando esmurraste o meu saco de boxe? É ele?
— É ele o quê? Tu não sabes de nada! Tu não sabes o que se passou!
— Conta-me então. Sabes que podes confiar em mim.
— Porquê? Porque agora estás aqui comigo? Nós não somos amigos Chloe.
— Se não somos é porque não queres.
— Se não quero é porque não quero apenas isso.
— Tu estás com a Chris.
— Não, não estou. Tu sabes bem que não, tal como eu sei que tu e o Luke também não estão juntos. Vamos parar de agir como crianças a tentar fazer ciúmes uns aos outros e admitir o que sentimos, falar sobre isso. Vamos resolver as coisas.
— Resolver o quê? Tu tanto me falas mal como no dia seguinte estás em minha casa a dizer que me queres. Tu deves de resolver isso contigo primeiro. Escolhe o que queres e depois sim fala comigo. Mas não me baralhes a mim.
— Eu achava mesmo que não me querias ver depois do que se passou. Eu sei que fui o culpado com o que aconteceu à tua mãe, mas ela está bem agora. Se não fosse isso, talvez ela ainda estivesse no hospital por causa do acidente. Não que quisesse isso, mas sabes que é verdade. Por um lado, foi bom eu ter desejado isso pois ela agora está bem a 100%. E com isso descobrimos o que podemos fazer juntos.
— Tens razão. Eu culpo-te pelo que lhe aconteceu de mau, mas também pelo de bom. Mas não entendi como é que aquilo aconteceu.
— Tu ainda não percebeste?
— O quê?
— Oh meu deus, eu pensei que naquela noite tivesses descoberto e que por isso mesmo não me quisesses contigo.
— Mas o quê?
— Como é que tu desejaste teres o acidente e ele aconteceu?
— Por causa do que tenho dentro de mim.
— Como é que achas que eu desejei que algo de mal acontecesse à tua mãe e aconteceu? Como é que achas que os nossos desejos resultaram juntos? Como é que achas que nos aproximamos tanto um do outro num curto espaço de tempo?
— Tu...
— Sim Chloe, eu também sou um monstro.

INSANE: The Murderer [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora