Secrets (loud bak)

capítulo trinta e um;

G A B R I E L

• Ligação de Bruno PlayHard •

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Olhei para o celular, revirando os olhos pela milésima vez em cinco minutos e soltando um suspiro irritado pela sua insistência.

—— Sim —— falei assim que cliquei na tela e ativei o alto falante, deixando o aparelho ao lado da mochila que eu segurava, na cama, e voltando a colocar meus pertences.

Eu nunca levava muita coisa, roupas e afins já tinha na casa da minha mãe. Geralmente era apenas o carregador do celular, mouse, webcam, fones de ouvido e o headset, quando eu tinha planos de fazer live ou treinar com os caras para um campeonato (como nesse fim de semana). Obviamente eu tinha um mouse na minha casa, mas a sensibilidade não era a melhor que esse que tenho aqui.

—— É impressão minha ou você está me ignorando? —— PlayHard perguntou com um tom desconfiado, e uma risada sem vida pulou dos meus lábios.

Óbvio que sim.

—— Claro que não, chefinho —— respondi, puxando o zíper à volta da mochila e fechando-a. —— Por que faria isso?

O problema é que eu estava prestes a passar o fim de semana (ou pelo menos parte dele) com a minha mãe, e ver ele me ligando justamente naquela manhã não era um bom sinal. PlayHard nunca ligava apenas por ligar, e eu não estava a fim de cancelar meus planos para o que quer que ele tivesse em mente.

—— Não sei. —— Pude ouvir o barulho de uma buzina ao fundo, me fazendo supor que ele estava no tráfego. —— Mas já é a quarta vez que eu ligo.

—— Estou ocupado arrumando minhas coisas.

Descansei as mãos nos quadris e olhei em volta pra tentar adivinhar do que eu não estava me lembrando. Era incrível. Por mais que não levasse muita coisa, eu sempre acabava esquecendo algo.

—— Ah, sim, você passa esses dias na sua casa, não é?  —— perguntou retoricamente e eu concordei com um som, analisando a minha mesa. —— Enfim, não era por isso que eu estava ligando.

—— Não? —— Eu cruzei meu cenho, encarando o visor.

—— Não. Eu queria saber como foi ontem.

—— Ontem?

—— Sim. Você e a Daphne passaram o dia juntos, não foi?

Eu me inclinei rapidamente e cliquei para desativar o alto falante, levando o celular ao ouvido. Encarei a porta que se encontrava fechada, dando passos largos até ela e abrindo-a para olhar para os dois lados do corredor, confirmando que não havia alguém ali por perto que poderia ter escutado aquilo.

—— Como você sabe disso? —— eu perguntei depois de fechar a porta, andando até o centro do quarto. —— O Gs já postou o vídeo?