capítulo dezoito;

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Uma semana depois

D A P H N E


A mansão andava bastante movimentada. Os preparativos pra festa estavam acontecendo, então era normal ver pessoas desconhecidas andando de um lado para o outro e indo pro salão de festas. Durante quase todas as manhãs eu acordava com o barulho de algum caminhão apitando no portão e descarregando coisas.

Hoje era um dia daqueles em que você quer apenas deitar na cama e fazer vários nadas. Acordei desanimada por nenhum motivo em especial. Um pouco mais do que nos dias anteriores.

Sim, eu estava vivendo a melhor fase da minha vida. Ganhando reconhecimento e tudo mais que vem com isso; fazendo a minha carreira e desfrutando de uma oportunidade que muita gente queria ter, e ainda assim ainda consigo ficar "desanimada".

Não era tão difícil quando eu sentia que um dia podia entrar no quarto das meninas e as encontrar falando mal de mim.

Não me leve a mal. Elas são legais e me tratam bem —— mas os garotos também pareciam legais e me tratavam super bem antes daquele incidente no quarto do Arthur.

A verdade é que eu não sabia se podia realmente confiar em alguém por aqui.

Algumas batidas fracas soaram na porta e eu girei a minha cadeira pra poder observar a pessoa.

—— Ei. —— Bárbara tinha a cabeça para dentro do quarto. A cara completamente amassada denunciava que ela tinha acabado de acordar. —— O PlayHard está na mansão e quer falar com você.

Senti meus ossos enrijecerem.

—— Comigo? —— Será que eu tinha feito algo de errado? Dito algo que não devia em live? —— Agora?

Ela concordou, soltando um espirro e coçando a ponta do nariz avermelhado. Bárbara pegou uma gripe nesses dias, mas já estava um pouco melhor.

Meu estômago revirava na medida em que eu caminhava em direção ao escritório do PlayHard. Eu só havia estado lá duas vezes; no dia em que me apresentaram a mansão e quando fui oficializar meu contrato.

Eu não conseguia ver o que ele podia querer comigo.

Só percebi que estava parada em frente à porta por algum tempo e sem coragem de entrar quando a mesma se abriu abruptamente, me causando um pequeno susto.

Playhard arqueou as sobrancelhas grossas, surpreso com a minha presença.

—— Já estava indo te chamar —— disse, abrindo um pouco mais a porta para me dar espaço de passar.

E foi aí que o vi.

Sentado em uma das poltronas e de costas para a porta, a nuca de cabelos morenos e um topete bagunçado. Gabriel tinha a cabeça inclinada enquanto aparentemente digitava em seu celular, e sua falta de interesse em se virar para ver quem estava na porta me dizia que ele sabia que eu viria.

—— Está tudo bem com você? –— Playhard perguntou e seguidamente senti uma mão tocando meu ombro.

Balancei a cabeça.

— Sim — não. — Claro, está tudo bem — mentiras e mais mentiras.

É óbvio que nada estava bem. O que eu estava fazendo aqui? E o que ele estava fazendo aqui?

Secrets (loud bak)Onde histórias criam vida. Descubra agora