capítulo vinte e dois;

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D A P H N E

—— Você vai beber sim! —— Bárbara tinha dois shots na mão e gritava por cima da música. —— Ninguém aqui vai se divertir até você virar um desses.

Eu encarei os copinhos e depois as meninas, que já haviam bebido os seus e esperavam pela minha vez.

—— Eu não sou nada boa com álcool —— confessei. —— Isso pode não acabar bem.

Bárbara piscou, virando um e colocando a mão no meu ombro enquanto me oferecia o restante.

—— Essa é a intenção.

Eu olhei para o líquido translúcido, com um pé na beira de aceitar.

Ok. Ele mal tinha o tamanho do meu dedo polegar, e aquela quantidade não parecia ser uma que me nocautearia em poucos minutos. A única coisa que me deixava ansiosa era o fato de eu poder perder o controle e passar vergonha na frente de todas aquelas pessoas famosas do cenário; porque sim, aquela festa estava lotada de gente conhecida.

Nobru, Cerol, IsaFonti e outras meninas com as quais conversei no início da festa, quando as pessoas ainda estavam se ambientando. Pra você entender, até o Thurzin estava ali, mas pro azar dele era menor de idade e só podia se contentar em encher o estômago de comida, não álcool.

Eu aceitei o shot ouvindo uma série de vira!, vira!, vira!, vindo das meninas antes que eu entornasse aquilo garganta abaixo e sentisse o líquido passar queimando, me fazendo tossir enquanto fazia uma careta.

Meu Deus, como alguém conseguia gostar disso? O gosto era horrível.

—— Caramba! —— Eu me arrepiei da cabeça aos pés, apertando os olhos. —— Isso é forte demais.

—— Agora podemos deixar você em paz —— Carolina estendeu um copo igual ao delas, vermelho e com um líquido alaranjado por dentro. —— Por enquanto.

—— E o que é isso? —— perguntei, olhando desconfiada para o interior e balançando, vendo os cubinhos de gelo seguirem meu movimento.

—— Álcool com refrigerante. Com certeza menos forte que isso —— Bárbara apontou para o shot vazio sobre a bancada do bar. —— A gente não vai deixar você bebendo refrigerante. Queremos ver você caindo aos pedaços amanhã, assim como todas nós.

—— Eu deveria me preocupar? —— Brinquei.

Elas se entreolharam.

—— Provavelmente.

O salão estava muito bonito; haviam várias mesas redondas espalhadas pelo local, com plaquinhas com o símbolo de cada guilda indicando onde cada "grupo" devia se sentar. Era mais decorativo que outra coisa, porque todo mundo se misturou depois de um tempo, e a nossa mesa foi preenchida por mais pessoas além do pessoal da mansão, com o Strong ao meu lado puxando papo.

Bak ainda não havia aparecido quando a gente decidiu ir pro bar, o que era curioso, porque a festa já devia estar na sua metade.

—— Vamos dançar! —— Bárbara gritou animada quando a música eletrônica sumiu e deu lugar a funk.

Neguei com a cabeça, porque eu estava bem apenas segurando meu copo e mexendo meus pés em um lugar onde ninguém conseguia ver claramente.

Eu meio que tinha vergonha de dançar em público.

—— Ai amiga, eu já nem sinto meu pés de tanto pular nessa pista —— Carolina disse, porque ela acabava de voltar, apoiando o corpo na bancada e respirando de forma ofegante.

Secrets (loud bak)Onde histórias criam vida. Descubra agora