Daphne
— Não vai me convidar para entrar? — PlayHard questionou, parado a minha frente enquanto segurava uma mala preta.
Estávamos do lado de fora da minha casa. Ele tinha acabado de chegar para deixar a minha parte do "contrato".
Cruzei os braços, não fazendo menção de me afastar do portão.
— Por que convidaria?
Ele arrastou o canto da boca em um sorriso onde apenas os lábios se esticavam; não havia nada por trás daqueles olhos.
— Estou parado na rua com uma mala cheia de dinheiro. — Apontou. — Tendo em conta que este bairro não é um dos mais seguros, é um pouco perigoso, não?
Dei de ombros.
— Não vejo motivos para ficarmos aqui por mais de cinco minutos.
— Certo. — Ele ainda tinha aquele sorrisinho irritante no canto da boca. Observei quando colocou a mala no chão, abrindo o zíper da mesma e retirando dentre as notas um papel.
— O que é isso? — perguntei quando ele estendeu o objeto para mim.
— Um contrato de rescisão — disse. Tomei o papel de suas mãos. — É uma forma de formalizar o fim do seu contrato com a Loud. E é o que vai permitir que outras guildas possam te contratar sem terem que pagar uma multa, que não é muito pequena; seu antigo colega de trabalho deve ter por aí sete milhões. — Abriu mais o sorriso, se referindo a Gabriel. — Enfim, estava em uma das cláusulas do contrato de trabalho que você assinou quando entrou. Supus que já não se lembrava disso.
Eu soltei uma risada nasal, fitando-o com nada menos do que indiferença.
Ele esperava um agradecimento da minha parte por ter sido tão bondoso?
— Por que não fez o mesmo por Gabriel? Se é tão gentil?
PlayHard arqueou uma sobrancelha.
— Ah, ele sabe. Gabriel foi um investimento. Eu levei ele pra dentro numa época em que ele tinha acabado de quebrar outro contrato dessa forma, sem avisar. Precisei pagar a multa pra trazê-lo pra minha guilda. Não foi tão alta quanto essa, claro, antes ele não era ninguém, apenas um bom jogador. Enfim... Uma coisa que precisa entender sobre ele, é que é uma pessoa muito orgulhosa: ele não virá pedir o contrato de rescisão, conheço a peça. Se ele tivesse vindo até mim depois que saiu, eu teria dado, é um direito dele, mas não veio. Que arque com as consequências.
Eu ri, sentindo vontade de amassar aquele papel em minhas mãos.
— Não é pelo fato dele ser orgulhoso — concluí. — Você sabe que o perdeu; sabe que ele não volta mais, que não vai conseguir mais manipulá-lo. Apenas quer que demorem séculos pra chamá-lo para uma guilda por causa da multa, mas você se esquece que todos querem ele do lado deles.
— Ah, eu sei, querida. Uma coisa que nunca neguei é que ele é bom. Mas consigo contar nos dedos da minha única mão quantas organizações têm a capacidade pra arcar com esse prejuízo, e no final, ainda ter o benefício da dúvida de ter o mesmo acontecendo com eles. Quem vai alguém que não tem nenhum princípio ético e que a qualquer momento pode sair sem dar uma explicação? A fama dele lhe persegue.
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Secrets (loud bak)
FanfictionGabriel é um jogador famoso no cenário do Free Fire. Jovem, e de temperamento forte, repele a maioria das pessoas ao seu redor. A chegada de uma nova integrante na guilda se torna para ele uma oportunidade de ajudar sua família, no entanto, as cois...