Secrets (loud bak)

capítulo dezesseis;

G A B R I E L

—— Eu vou fechar com duas horas hoje —— avisei pro chat enquanto esvaziava a minha garrafinha de água.

Aquela era uma das noites mais quentes que eu já tinha visto. O ar condicionado funcionava a todo vapor, e se não fosse ele era bem capaz que eu estivesse derretendo.

—— Contem novidades aí enquanto eu espero essa criança entrar no jogo —— falei do Lzinn, girando meu boneco e avaliando a skin que ele usava.

Joga com a Daphne, ela tá online

Foi o que eu li quando olhei de relance pro que eles falavam, ignorando totalmente aquela mensagem e voltando pro lobby após trocar de roupa.

—— Vou criar um código de equipe e vocês entram pra gente jogar uma, beleza? —— sugeri, deixando ele disponível e vendo 3 pessoas entrarem em menos de um segundo.

Jogamos e eu perdi pontos.

Tive que fingir não me importar —— mas eu me importava e muito, porque estava querendo ser um dos primeiros a pegar desafiante naquela temporada. Também, não sei onde eu estava com a cabeça quando decidi criar um squad tão aleatório pra ir rank com garotos que tinham a voz de quem tinha 10 anos.

Ah sim, já sei onde eu estava com a cabeça: tentando ignorar a merda do flood no meu chat falando dela e implorando pra que eu a chamasse pra jogar.

No final, acabei oferecendo alguns presentes pros garotos. A felicidade deles me fez ignorar o fato de que agora eu estava alguns pontos mais longe do objetivo, porque por mais que eu tente, é uma verdade inegável até pra mim:

Crianças são meu ponto fraco.

—— Fala, meu amor —— Lzinn disse assim que entrou na call do Discord e eu me despedi dos garotos, mandando ele entrar logo na equipe.

Jogamos por quase uma hora antes do Thurzin e Jordan se juntarem à equipe e ficarmos lá até que eu sentisse os nós dos meus dedos doendo de tanto clicar nos botões e fazer movimentos repetitivos.

Peguei desafiante com o Jordan quando era por aí uma da madrugada, os outros ainda continuando no mestre e sem vontade nenhuma de pegar a patente máxima.

Bom, não eu.

Se havia um topo eu queria estar nele, então logo que cheguei lá me despedi deles e saí do jogo, contabilizando mais do que as duas horas que eu disse que ficaria jogando.

Me esticando na cadeira, eu olhei para o relógio do celular, realizando que a essa altura todo mundo devia estar ou dormindo ou ocupado e que, eu podia dar um mergulho em paz.

Doce ilusão.

Assim que cheguei à cozinha tentei não demonstrar a minha surpresa ao ver os caras ali na bancada, conversando.

—— Está indo dar um mergulho? —— Victor perguntou e eu olhei pra ele revirando os olhos, porque era óbvio aonde eu ia sem camiseta e com aquela toalha pendurada no ombro.

—— De madrugada? —— Marcos tinha as sobrancelhas levantadas enquanto saboreava uma taça de sorvete napolitano.

Abri a geladeira, me inclinando e procurando por nada em específico para meter na boca. Decidi pelas uvas que estavam ali dando sopa, colocando várias delas na boca e me virando.