Secrets (loud bak)

capítulo vinte e cinco;

D A P H N E

— Como é que é? — Lucas perguntou, virando-se mais rápido que a luz e começando a caminhar para perto dele.

Apressei meu passo, conseguindo alcançá-lo antes que eles estivessem próximos demais.

— Para com isso. — Me coloquei à frente dele, espalmando uma das mãos em seu peitoral. — Já deu, Lucas. Vai pra casa. — Me virei pra Bak, que tinha as mãos dentro da jaqueta, aparentemente calmo, mas seus olhos ainda continuavam atentos em Lucas. — Eu não preciso que você me defenda. — Me digiri a ele, ganhando sua atenção. — Sei muito bem fazer isso sozinha. Não sou uma princesa em apuros.

—— Dá pra ver —— ironizou.

—— Quem é esse moleque? —— Lucas rosnou.

—— Ninguém.

—— Ninguém? —— Bak arqueou uma sobrancelha, balançando a cabeça negativamente. —— Tsc, tsc, tsc. Achei que aquela noite tinha significado alguma coisa pra você, anjo.

Eu o encarei incrédula, admirada pela forma como ele mentia e sua cara mal tremia.

—— Como é que é? —— Lucas soltou uma risada nervosa, olhando de mim pra ele.

—— Não é nada disso que você está pensando.

—— Então o que é?! —— Ele parecia desesperado por uma explicação. —— Você dormiu com ele? Você fez isso? Porra, Daphne. Então era por isso? —— A forma como seu rosto se contorceu em nojo me fez esbugalhar os olhos, espantada com aquela acusação.

Como ele podia sequer cogitar que eu o tinha traído? Ele sabia que isso era uma das coisas que eu mais abominava em um relacionamento.

— O que você acha que eu sou, Lucas? Sabe muito bem que isso é a última coisa que...

— Relaxa, mano. — A voz do Bak se fez presente novamente. Tentei controlar a vontade de voar nele e calar sua boca no soco. Nem mesmo sob meu olhar fulminante ele recuou; muito pelo contrário: cresceu um sorriso malicioso nos lábios, levantando os ombros para Lucas. —  Ela disse que sentava pra mim, mas que o coração era de outro. Se é com isso que tu tá preocupado, relaxa.

O quê?

—— Cale a merda da sua boca. —— Minha ordem saiu em um grunhido abafado entre meus dentes.

Gabriel sorriu ainda mais ao ver meu estado, obviamente, me ignorando e prosseguindo com suas provocações.

—— Hoje você pede pra que eu cale a boca, mas quando eu estava com ela na sua...

—— Não... Você não fez isso com a minha namorada. —— Lucas o cortou, fechando as mãos em punho e se virando para ele.

—— Sinto informar, mas eu fiz. —— Ele deu um passo na nossa direção.

—— Não chega perto —— Lucas avisou.

—— Eu chego onde eu quiser, cara. —– Ele parou a poucos metros, me olhando. —— Vamos, seu lugar é lá dentro. —— Não tive reação nenhuma quando senti seus dedos se enroscarem em meu pulso.