capítulo quarenta e oito;

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D A P H N E

Beijo, mãe. Já estou saindo! — avisei, colocando a bolsa de praia no ombro e dando uma corridinha até a sala, onde ela estava sentada no pequeno sofá em frente à televisão.

As imagens de um programa de culinária passavam na tela, mas a atenção dela estava totalmente voltada para o celular em suas mãos.

— Ok. Talvez eu demore um pouco na igreja hoje, porque há um padre novo chegando na cidade, mas no máximo às 20h devo estar de volta — ela avisou, me olhando.

— Acho que estarei de volta nesse horário também — falei, abrindo a bolsa e dando mais uma conferida para ver se não estava esquecendo de nada. — Vou pra praia — avisei, pois antes eu apenas tinha dito a ela que sairia.

Ela me deu um sorriso pequeno.

— Tudo bem, filha. Se divirta.

Eu me despedi dela mais uma vez com um beijo na bochecha e saí de casa, vendo uma mensagem onde o Gabriel avisava que já tinha chegado (coisa que eu percebi minutos antes ao ouvir o barulho do motor).

Kasumi abanou o rabo, animada, e pareceu curiosa enquanto eu saía e me dirigia ao veículo azul perto do passeio.

— Qual é o nome do seu cavalo? — Gabriel perguntou divertidamente, olhando para a cadela que, apesar de não ser muito "alta", era robusta.

Eu ri, puxando o cinto de segurança e atravessando-o no meu peito. O movimento atraiu a atenção dele, que arqueou a sobrancelha ao avaliar meu look.

Na parte de cima eu tinha um biquíni preto escondido por trás do meu colete protetor, que era um cropped azul de mangas compridas — porque ainda eram cinco da tarde e havia um solzinho —, e na parte de baixo, uma saia jeans curtinha.

— O que é? — eu questionei, um pouco curiosa com o seu olhar. Ele negou, levando a atenção para o parabrisa e acelerando com o carro. Dei de ombros. — O nome do cavalo é Kasumi — respondi a sua pergunta anterior.

— Parece brava.

— Ela não é. Muito dócil, na verdade — defendi a pitbull, que era definitivamente a coisa mais fofa que eu já tinha visto, melhor que muitos pinschers demoníacos por aí.

Eu agradeci o fato dele não ter teimado nisso, porque eu realmente me irritava quando vinham com preconceito por causa da raça.

— Então... Você tem um horário para voltar pra casa? — ele debochou, me olhando rapidamente antes de fazer a curva. — Sabe... Não quero sua mãe caçando minha cabeça por aí.

Eu revirei os olhos, sorrindo.

— Desde que você não me leve para um cativeiro e me mantenha lá por dois dias... Está tudo bem — brinquei, baixando um pouco mais do vidro, porque aquele colete aquecia.

— Ótimo, minha donzela — ele também brincou, piscando. — Então se prepare para ter a tarde/noite mais legal da sua vida.

Eu balancei a cabeça, desdenhando.

— Me surpreenda.

O canto dos lábios dele se arrastaram em um sorriso fechado e sapeca, enquanto ele ainda encarava a estrada a nossa frente.

Secrets (loud bak)Onde histórias criam vida. Descubra agora