CAPÍTULO 3 - Gatinho, na toca dos lobos

1.2K 109 33
                                    


O silêncio pensativo se prolongou por algum tempo na cabine. Terry, usou o momento para organizar seus pensamentos, ele precisava responder a última das perguntas de Harry, mas, também tinha suas próprias perguntas. A verdade é que, este Harry Potter na sua frente, não fazia sentido, e o que não faz sentindo deve ser questionado, mas, Terry não queria ser insensível. Perguntaria sobre sua vida e, se Harry não confiasse nele para responder, esperaria que um dia teria sua confiança.

Para Harry, foi um momento de analisar as informações que Terry lhe deu, quer dizer, era fascinante saber sobre a fundação de Hogwarts e do Ministério da Magia, além de descobrir que os Potters, sua família, faziam parte dessa história, na verdade, era de tirar o fôlego. Ele, que sempre foi menosprezado e desprezado por seus parentes, mas que, agora, descobria que tinha motivos para se orgulhar de quem era. As injustiças e discriminações que eram cometidas contra os nascidos trouxas, autorizada e defendida pelo próprio Ministério, que deveria protegê-los, era revoltante e ele não precisava ter conhecido sua mãe para saber que ela ficaria muito indignada ao saber dessas informações.

Ele podia imaginar, é claro, as crianças que viviam em casas mágicas passando todo o verão fazendo não apenas os feitiços aprendidos no ano que passaram na escola, mas, alguns dos livros do ano seguinte. E, quando as aulas recomeçassem e os professores revisassem o conteúdo aprendido e, ao longo do ano, quando novos feitiços fossem ensinados, as desvantagens das crianças nascidas trouxas seriam enormes. Agora, ele poderia se incluir nesse grupo, pensou, como se viver com os Dursley já não fosse ruim o suficiente. Mas, havia apenas um senão nessa reflexão.

— Terry, eu compreendo a injustiça causada por essa "lei", mas, como é possível, então, que sua mãe e minha mãe, segundo me disseram, tenham sido consideradas entre os melhores alunos do seu ano. — Questionou Harry.

Terry riu, movendo a cabeça de um lado para o outro.

— E, essa Harry, é a falha em suas teorias e planos. Quando crianças como minha mãe e sua mãe, chegam a Hogwarts e se destacam com as melhores notas ou trabalho de varinha, suas teorias de superioridade puro-sangue se perdem e, seus planos com essa "lei", falham. Isso porque elas são muito inteligentes, determinadas e poderosas para deixarem essa desvantagem impedi-las. Infelizmente, nem todas as crianças são tão inteligentes e algumas delas sofrem para acompanhar as aulas, principalmente o trabalho prático com a varinha. Quanto as crianças meios-sangues ou puros-sangues, nem todas também se beneficiam dessa lei. Em alguns casos, porque seus pais seguem e defendem o Ministério, assim, proíbem seus filhos de realizarem magia, ainda que eles possam fazer escondidos. Outras, são simplesmente preguiçosas, tendo crescido com a magia e, muitas vezes, se considerando superiores e que ninguém pode saber ou ter mais poder que eles, essas crianças não se esforçam, podem até usar magia fora da escola, mas, não realmente estudam ou treinam.

Harry assentiu entendendo, fazia sentido, e ficou feliz ao pensar que sua mãe não se deixou abater por essa injustiça. Será que poderia fazer o mesmo? Seria possível superar essa desvantagem e ser um bruxo tão bom quanto a sua mãe? Ele não se achava muito inteligente ou poderoso, mas, determinação não lhe faltava. Ele se prometeu tentar, se sua mãe conseguira, ele tinha que respeitar sua memória dando o melhor de si.

— Entendi, Terry. E, na sua casa, como é? — Perguntou curioso.

— Bem, Harry, eu sou o filho mais velho dos meus pais, assim, o primeiro a ir para Hogwarts, mas, eles me disseram que, durante os verões, terei algumas horas de estudo por dia. Eu farei revisões e preparações para o próximo ano e, apenas durante as horas de estudo e treinamento poderei fazer magia. No resto do tempo, não terei autorização, a não ser em alguma emergência, claro.

Harry, - CorvinalOnde histórias criam vida. Descubra agora