Capítulo 46
Harry e os amigos subiram as escadas rapidamente, estavam exaustos do dia longo e estressante, mas em um acordo silencioso, seguiram direto para o Covil. Assim que entraram e fecharam a porta, Terry começou a falar:
— Harry....
— Eu sei, eu sei, exagerei como sempre faço com essa história de fãs idiota. — Disse bagunçando os cabelos ainda mais e, andando de um lado para o outro, tentou tirar da mente a visão dos grandes olhos da cor do chocolate parecendo magoados e mortificados.
— Olha, o dia foi difícil e entendo porque o Ron te tirou do sério, mas a pobre menina não tem culpa e descontar nela não foi justo. — Disse Terry.
— Sinceramente, acredito que temos problemas maiores do que nos preocuparmos com menina fã tola. Como Snape e Dumbledore, por exemplo. — Disse Hermione
— Isso tudo tem a ver, Hermione. — Terry falou chateado. — Harry.... Não, todos nós saímos da linha hoje e agimos de maneira nada inteligente, eu assumo a minha culpa. Mas, da mesma maneira que defendi você, quando fez um monte de perguntas bobas ao Harry a um ano e o deixou zangado, não posso me calar agora.
— Eu sei, Terry, apenas... queria que esses malditos livros e apelido idiota não existissem. — Harry ainda andava furiosamente. — E me irrita ainda mais ver como as pessoas não enxergam a verdade, primeiro, eu não matei Voldemort, ele nem está morto, mas quem destruiu seu corpo foi minha mãe. Segundo, fui dado esse apelido porque sobrevivi a maldição da morte, mas na verdade isso apenas me lembra que sobrevivi e meus pais, não. Terceiro, como alguém pode acreditar que aqueles livros são, realmente, baseados na minha vida? Eu cresci no mundo trouxa e sem sabia sobre magia até outro dia, imagine, viajar pelo mundo em aventuras mágicas.
— Harry, você precisa entender que ninguém sabe nada disso, seus pontos são válidos, mas desconhecidos para todos. E as pessoas veem sua sobrevivência como algo positiva, o fim da guerra, das mortes e do medo. — Disse Terry suavemente.
— E sobre os livros.... — Neville corou um pouco quando falou. — Quando os li, pensei que era tudo verdade.
— O que? — Harry se mostrou chocado.
— Entenda, Harry, eu tinha 5 ou 6 anos e ouvir a história do Harry Potter, o menino-que-viveu era algo incrível. Você era o herói que nos salvou e isso tornava os livros de aventuras reais também, além disso, a afirmação "Baseado na vida de Harry Potter", mostrava isso para todos, não apenas crianças. — Explicou Neville levemente constrangido.
— Neville está certo, muitos adultos acreditam nos livros de aventura, acreditam que foi você quem matou Voldemort e não podem ou não querem ver o seu lado de toda essa tragédia. — Terry continuou e suspirou cansado. — E são esses os adultos que ensinam as crianças, Harry, imagine isso, nos últimos 11 anos essa história foi repetida, de novo e de novo pelos pais deles e todos tinham seus livros também. Como podemos esperar que crianças enxerguem o que está bem debaixo de seus narizes. — Terry terminou mais duramente e Harry assentiu envergonhado.
— Vocês estão certos e, desde que descobri sobre os livros, eu já tinha aceitado tudo isso, ainda que normalmente prefiro ignorar ao em vez de me zangar com essa história de fãs. — Harry se sentou também. — Se tiver a oportunidade me desculparei com a menina, ela não tem culpa e não foi justo descontar nela.
— Eu não penso que deveria fazer isso, apenas lhe dará esperança e o pior é que ela pode acabar por pedir um autógrafo de verdade. O melhor é deixar as coisas assim, além disso você já se vingou do seu irmão por ela. — Disse Hermione.
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Harry, - Corvinal
AdventureO que aconteceria se, em sua primeira viagem para Hogwarts, Harry se sentasse com alguém diferente, alguém mais inteligente e inquisitivo, com conhecimento e sensibilidade para perceber e questionar tudo o que não faz sentido. E se isso levasse o Ha...