CAPÍTULO 8 - Mudanças e Uma Caixa Especial

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Pensando em outra coisa dita que não entendera completamente, Harry pegou mais um pouco de frango e batatas assadas, sem poder deixar de considerar que vinha comendo muito mais ultimamente e fazendo mais perguntas que fizera a vida toda. E não estava planejando parar, sorriu e pegou algumas vagens e cenouras a mais.

— Terry, tem algo que você e o Prof. Flitwick mencionaram, o termo meia raça. O que quer dizer? — Perguntou Harry, seu amigo terminou de mastigar e engolir antes de responder.

— Quer dizer exatamente isso Harry, meia raça, ou mestiços, nós somos considerados mestiços pela sociedade bruxa que insiste nesta classificação preconceituosa. Mas existem outros, como o professor que acredito deva ser meio bruxo e meio goblin. Além dos goblins, tem também as veelas, há os centauros, lobisomens, vampiros, sereianos. São todos seres sencientes que são classificados pelo Ministério como criaturas, alguns como criaturas escuras, como o lobisomem, por exemplo. E claro se houver um cruzamento como o do Prof. Flitwick ou como o nosso, somos classificados como meia raça.

— E isso é possível? Quer dizer cruzamento entre tantos seres sencientes diferentes?

— Eu não sei Harry, essa ideia é tão reprimida e perseguida que não acredito que haja muitas meias raças, ou se há eles ficam bem quietos. Os mais comuns somos nós é claro, e as meias veelas, sei que não é incomum também você ter sangue de algum antepassado vampiro. Os centauros e os sereianos não se misturam ou confiam nos bruxos e os lobisomens são tão perseguidos, as leis contra eles os tratam como animais raivosos. Eles se transformam em lobos apenas na lua cheia, mas são impedidos no resto do mês de conseguir emprego e ter uma vida normal. Quanto aos goblins, eles normalmente não se misturam com bruxos também, mas existem exceções, obviamente.

Harry concordou e terminando sua sobremesa olhou para a mesa dos Gryffindors e se deparou com o olhar fixo de Hermione, observando que Terry também terminara, sinalizou para ela que se levantou rapidamente e puxou o pobre Neville que ainda não terminara sua torta de caramelo. Harry teve pena do garoto, a torta de caramelo estivera especialmente boa hoje.

Os quatro se encontram na saída do Salão Principal e começaram a subir a escadaria de mármore no saguão. Harry tinha um objetivo em mente, lembrando-se das orientações de seu chefe de casa.

— As coisas que temos que lhes contar são muito importantes, Prof. Flitwick não quer que fiquemos de fofoca sobre tudo isso pelo castelo. — Afirmou Harry, seriamente.

— Podemos encontrar uma sala de aula vazia. — Sugeriu Hermione friamente.

Obviamente ainda estava chateada com o que acontecera mais cedo. Harry sacudiu a cabeça discordando, decidido a ignorar sua frieza, continuou a subir as escadas em direção a Torre.

— Em uma sala qualquer ainda poderiam nos ouvir, o lugar mais seguro é na nossa torre, lá teremos privacidade e os poucos ouvidos são confiáveis. — Disse quando finalmente terminaram a subida na escada estonteante e pararam em frente a porta lisa.

— Mas Harry, não podemos entrar na sala comunal de outra casa. Isso vai no meter em problemas! — Exclamou Hermione chocada.

— Quem disse? — Questionou Harry. — Estamos em Hogwarts a 4 dias e não ouvi ninguém dizendo que era proibido, ou contra as regras. Vocês são nossos amigos e precisamos de um lugar para conversar seriamente, assuntos sensíveis, assim vamos falar onde é mais seguro. Temos um ótimo espaço de convívio, e lembro de ouvir nosso chefe de casa que esse espaço era para nos conhecermos e fazermos amizade. — Concluiu ele encarando cada um, Hermione parecia apavorada, Neville perdido e Terry muito surpreso, mas ele se recuperou rapidamente e sorriu do seu jeito brilhante e animado.

Harry, - CorvinalOnde histórias criam vida. Descubra agora