A notícia de que os aurores deixaram Hogwarts se espalhou rapidamente naquela manhã de sábado de São Valentin e trouxe a tensão e o medo de volta aos alunos. Mesmo a visita a Hogsmeade não conseguiu apagar isso, pois todos tinham a sensação de que eram as suas presenças que impediram novos ataques e agora temiam não estarem mais seguros. Os alunos mais velhos, que tinham autorização para deixar a escola, saíram aliviados, apesar de todo o frio e neve. Os alunos do primeiro e segundo ano, se trancaram em suas Salas Comunais, ansiosos por ficarem quentes e seguros.
Harry, Neville e Terry se dividiram entre estudar, treinar, visitar Hermione, os outros petrificados e, por fim, decidiram se instalar no quarto do Harry, onde teriam mais privacidade e segurança para conversar.
— Você acha que foi a OP Travessa do Tranco que os tirou de Hogwarts? — Neville perguntou tomando o seu chá e comendo um sanduíche.
— Deve ser, não sei de outra Operação e Sirius disse que eles estavam perto de encerrar. Isso foi no Natal, assim, acredito que faz sentido pensarmos nessa linha de tempo. — Disse Harry pensativo e revendo suas anotações da investigação. — Acredito que o mais incomum nos últimos dias é a atitude de Lockhart, mas, como poderemos investigá-lo? Usar a capa para entrar em seu escritório?
— Me parece algo arriscado, mas, sem os aurores por toda a parte, deve ser o melhor momento. — Disse Terry e, indo até a lareira, colocou mais lenha para aumentar o fogo. — Revimos nossas anotações dezenas de vezes, repassamos tudo o que sabemos e não podemos deixar passar uma atitude tão incomum de alguém, mesmo que seja um adulto.
— Concordo, até porque, se Voldemort estava quieto por causa dos aurores.... — Harry se interrompeu e olhou para o Terry. — O que você disse?
— O que? Agora? — Terry o olhou confuso e se levantou lentamente, percebendo que ele teve uma ideia. — Que não devemos deixar nenhuma atitude estranha passar, não importa quem.
— Que idiota eu sou! — Harry se levantou e largou suas anotações. — Quem esteve tendo uma atitude estranha desde o primeiro ataque? Praticamente nos evitando, parecendo triste e preocupado, mudando de assunto o tempo todo?
— Hum... — Neville olhou pensativo para Terry, que deu de ombros. — Hagrid?
— Sim! — Harry pegou sua mochila para pegar o mapa, depois, mudou de ideia. — Tenho certeza que ele sabe de alguma coisa e pretendo que me diga, mas irei sozinho com a capa, assim, corremos menos riscos do que ir os três visíveis, principalmente, se estivermos sendo seguidos.
— O que você dirá a ele? — Terry perguntou curioso.
— Vou interrogá-lo e não serei bonzinho, acho que já passamos dessa fase. — Disse Harry com firmeza e rapidamente deixou o quarto e a Torre invisível.
Apesar de bem encapotado e com feitiços de aquecimento, Harry demorou para vencer a neve alta do jardim para chegar a cabana de Hagrid. Ele bateu na porta com força e, alguns segundos depois, Hagrid escancarou a porta empunhando uma besta e expressão feroz. Canino, o cão de caçar javalis, o acompanhava dando fortes latidos.
— Quem está aí? — Ele grunhiu e Harry se abaixou sob seu braço, entrando na cabana.
— Sou eu, Hagrid. — Disse ele tirando a capa. Hagrid se assustou com sua voz e se virou em sua direção. — Precisamos conversar. — Acrescentou com firmeza.
— Ah! — Exclamou ele, baixando a arma e encarando-o confuso. — Que é que você está fazendo aqui? Sozinho, ainda por cima, não sabe como é perigoso?
— Sei bem, Hagrid e, pela besta, imagino que esteja esperando visitas hostis. — Disse Harry com a sobrancelhas arqueadas.
— Oh... não é nada... nada... – murmurou Hagrid. – Estou apenas um pouco preocupado... não faz mal ser cauteloso. — Hagrid olhou tensamente pela janela. — Sente-se.... Vou preparar um chá...
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Harry, - Corvinal
AventuraO que aconteceria se, em sua primeira viagem para Hogwarts, Harry se sentasse com alguém diferente, alguém mais inteligente e inquisitivo, com conhecimento e sensibilidade para perceber e questionar tudo o que não faz sentido. E se isso levasse o Ha...