Naquela noite, durante o jantar no Chalé Boot, o assunto principal foi o dia de faxina e compras. Depois que todas as roupas, sapatos e brinquedos foram separados, concertados e encaixotados, Serafina e tia Petúnia os levaram até a ONG que os distribuiria para os orfanatos e abrigos da região. O dia seguinte seria para irem ao supermercado comprar tudo o que precisariam para as preparações das refeições e Harry os ouviu atentamente, pois queria ajudá-los na quarta-feira a cozinhar tudo. Ele também falou sobre seu dia, arrancando sorrisos e suspiros de todos quando contou sobre os lugares lindos que viu, os animais fofos e, principalmente, o bebê Jason. Sirius os fez rir contando as partes engraçadas do dia e se emocionar com sua ideia para um Ritual Yule no Natal, para homenagear Lily e James.
Sr. Falc disse que a urgência do chamado de Edgar, foi uma reunião convocada pelo Ministro, mas que o resultado da reunião era positivo e que poderiam conversar com mais detalhes no dia seguinte. Harry se sentiu aliviado, pelo menos algo bom, porque sua conversa com a Sra. Serafina não estava prometendo ser assim.
Ela veio procurá-lo em seu quarto pouco antes de dormir e tinha uma expressão séria.
— Você teve o dia todo para refletir sobre o que fez, consegue compreender porque estava errado? — Serafina perguntou suavemente.
— Sim. — Harry suspirou e se sentou em uma poltrona. — Eles são meus amigos e minha reação foi me colocar ao lado deles, apoiá-los e ajudá-los, no entanto, eu deveria ter visto o quadro todo. É mais do que rebeldia contra uma injustiça, eram os dois fazendo algo potencialmente perigoso para eles mesmos e também não era correto trair a confiança de seus pais. Me sinto culpado por não os ter ajudado de verdade, assim não estariam com tantos problemas.
— Bem, parece que você realmente pensou nisso tudo e fico feliz que tenha entendido a gravidade do que aconteceu. — Serafina suspirou se sentando em uma das cadeiras. — Eu também não queria os colocar em problemas e não me senti satisfeita em dedurá-los, mas, como mãe, não podia permitir que eles acreditassem que podem fazer algo assim e só porque tudo acabou bem, então, não estava errado. Ou, você e Terry pensassem assim.
Harry acenou entendendo que ela tinha que ser responsável e adulta, mesmo que isso não a fizesse legal. Sirius também vinha vivendo esse conflito e foi sincero com ele ao afirmar que estava aprendendo como ser seu padrinho e tudo que isso envolvia.
— Seus pais ficaram muito zangados? — Harry perguntou preocupado.
— Seu pai não estava presente, apenas sua mãe e sim, ela ficou zangada e aflita com o que poderia ter lhes acontecido se não os tivéssemos trazido para casa. — Disse ela com uma expressão estranha. — Você poderia me explicar porque achou que seus pais foram injustos com Fred e George? — Perguntou Serafina tentando entender toda a situação.
— Bem, eu os encontrei no fim da tarde, sozinhos, mal-humorados e com fome.... — Harry contou tudo o que os gêmeos lhe disseram e seu pedido a Edgar para conseguir um trabalho para o Sr. Weasley. — Na hora, pensei que não havia nada demais estarem ali sozinhos e que seria legal se pudessem ver o show no camarote conosco.
— Mas, Harry, eles passaram a tarde andando pelas lojas sem comer ou beber nada, a não ser o lanche que você lhes forneceu e depois ficaram por lá sem jantar até às 9 horas da noite, que foi quando chegamos. — Serafina suspirou. — Sei o quanto é independente e como é normal para você não contar com os adultos, se virar sozinho, mas não lhe ocorreu que seus amigos precisavam de mais do que um misto quente?
Harry abaixou a cabeça envergonhado ao perceber que estava muito concentrado em si mesmo, no Beco, nas lojas e toda a festa para perceber que seus amigos precisavam de ajuda e não de uns tapinhas nas costas.
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Harry, - Corvinal
PertualanganO que aconteceria se, em sua primeira viagem para Hogwarts, Harry se sentasse com alguém diferente, alguém mais inteligente e inquisitivo, com conhecimento e sensibilidade para perceber e questionar tudo o que não faz sentido. E se isso levasse o Ha...