CAPÍTULO 81 - O Jardim da Lily

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O sábado de aleluia de 1993 amanheceu com um céu azul bonito, um frio amigável e muitos pássaros cantando. Enquanto o sol nascia, Harry correu no parque próximo a Mansão Boot, observando a grama verde, as árvores e as flores que brotavam com o início da primavera.

Ele acordou mais cedo do que seu horário habitual, correu o dobro do que corria todos os dias e foi mais rápido do que nunca. Terry e Sirius desistiram de acompanhá-lo e Harry correu apenas com seus pensamentos, que estavam focados no próximo passo e no próximo e no próximo. No entanto, enquanto sua mente se mantinha calma, seu coração batia acelerado e seu estômago tinha um frio pela expectativa do que aconteceria em algumas horas e, incrivelmente, até sua magia parecia animada.

Quando voltou para a Mansão, ele se sentou diante de uma montanha de café da manhã preparado pela Sra. Madaki, Serafina e Dobby que, sentando ao seu lado, o encarava com olhos brilhando em adoração enquanto Harry comia com prazeroso entusiasmo.

— Espero que não esteja trabalhando demais, Dobby, — Harry observou, quando o pequeno elfo também começou a comer.

— Não estou, Harry, senhor. — Dobby disse sorridente. — Dobby está cercado por pessoas bondosas, que estão sempre ajudando Dobby e Dobby tira folga como o senhor Harry disse.

— Bom. — Harry disse se esticando, a corrida e o banho quente não tiraram a tensão pela ansiedade da inauguração. — Está empolgado com a viagem no Expresso?

Dobby demorou um segundo para responder, pois acreditou que Harry falava com outra pessoa na mesa, mas, quando percebeu seus olhos o encarando, se engasgou.

— Eu? Dobby?

— Sim, Dobby. Você virá conosco a inauguração, não é? — Harry se mostrou surpreso.

— Dobby não sabia que poderia ir! — Dobby disse chocado.

— Dobby, você é livre e pode ir aonde quiser. — Harry sorriu. — Inclusive visitar o Jardim da Lily! E, não tem porque não vir conosco no Expresso.

— Mas, Dobby é um elfo, senhor Harry. — Dobby torceu as mãos confuso.

— Bem, eu enviei convites para os goblins, os lobisomens, os elfos do Jardim do Elfos e de Hogwarts, para as famílias trouxas que tem bruxos. Até para os vampiros, eu enviei, mas, eles responderam dizendo que preferem visitar o Jardim à noite. — Harry disse. — Eu respondi que o local estará sempre aberto, quer dizer, temos um portão muito bonito, mas ele não ficará trancado. E, claro, desejei-lhes que fizessem um agradável passeio noturno.

— Oh... — Dobby arregalou os olhos parecendo sem palavras.

— Eu teria enviado aos Elfos da Floresta, mas, Zane me disse que eles se mantem longe do convívio dos bruxos, por segurança. — Harry disse. — No entanto, eu não lhe enviei um convite porque você é como se fosse da família e pensei que saberia que viria conosco.

Dobby ainda o encarava com olhos arregalados e, imediatamente caiu em um choro emocionado e abraçou o Harry pelo peito.

— Dobby? — Harry perguntou confuso e o resto da mesa parou de comer e conversar para observar o pequeno drama.

— Dobby é tão grato! Dobby nunca foi amigo ou família de um bruxo! Dobby nunca foi tão bem tratado ou querido por uma família! — Dobby fungou e tirou um lenço da sua jaqueta. — Dobby é livre e feliz graças ao senhor Harry, então, Dobby o acompanhará até o seu Jardim da Lily.

— Ok. — Harry lhe deu um tapinha no seu ombro e se levantou. — Irei me vestir, você deve também, pois sairemos em alguns minutos.

Harry subiu ao seu quarto e olhou para a roupa que a Sra. Serafina tinha deixado pronta dentro em um saco preto e pendurada em um cabide. Como hoje era um dia especial, Harry pedira ao Sirius para fazer uma roupa especial em sua Fábrica Têxtil. Ele pensara muito sobre em como se apresentar, deixando todas as questões de etiqueta a parte, além do seu próprio gosto pessoal, Harry queria se mostrar por quem era, o filho de James e Lily, o herdeiro Potter. No entanto, ele não era apenas um bruxo, ele era também um trouxa e, os convidados de hoje não eram apenas bruxos, muitos eram trouxas. Assim, Harry queria respeitar seus convidados, fazê-los se sentirem bem-vindos e, ao mesmo tempo, respeitar a si mesmo.

Harry, - CorvinalOnde histórias criam vida. Descubra agora