Capítulo 45
Ginny Weasley caminhou com sua família pela estação King' Cross como fazia todo dia 1º de setembro desde que podia se lembrar, mas hoje seus passos estavam sem a energia e excitação que era esperado. Ela sabia que era bobagem, afinal, o que mais poderia ser? Ginny queria ir para Hogwarts desde que viu Bill, seu irmão favorito, ir a muitos anos atrás, mas não podia deixar de sentir uma certa apreensão e, quanto mais perto o dia de embarcar chegava, maior a apreensão ficava. Quer dizer, Ginny estava longe de ser insegura ou medrosa, às vezes, ficava um pouco envergonhada e detestava surpresa, o que era compreensível. Quem em sã consciência gostaria de surpresas? Imagine, uma visita inesperada e a pessoa te pega de pijama, isso seria muito além de constrangedor.
Assim, Ginny não entendia porque nos últimos dias vinha se sentido não insegura e medrosa...
— Querida, tudo bem? — Sr. Weasley perguntou ao ver a filha ficar para traz do grupo grande e ruivo que compunham sua família.
Ginny encarou o sorriso amoroso e olhos bondosos do seu pai, abriu a boca para explicar como se sentia estranha e confusa, mas sem encontrar as palavras, hesitou.
"Ginny, está tudo bem, é normal ter medo de algo novo e desconhecido. " — Disse ele, se ajoelhando a sua frente.
— Tem certeza? Por que não me lembro de já me sentir assim antes, é tão estranho, papai, eu estava tão animada e agora parece que... — Ela hesitou tentando encontrar as palavras, como lhe explicava que parecia ter um peso sobre os ombros que a sufocava ou que tudo em que conseguia pensar era como tudo daria errado, sabia que daria, ela perderia o trem ou seria uma aluna horrível, talvez não fizesse amigos e todos a odiariam. Pior, Harry a odiaria.
— Arthur! Vamos ou eles perderão o trem. — Disse a Sra. Weasley alguns metros à frente.
— Oh! Estamos sempre atrasados. Ginny, confie que tudo dará certo, baby, o que você sente é esperado. — Disse seu pai apressadamente e a guiou pela barreira.
As despedidas foram apressadas como sempre e logo Ginny se viu no corredor do trem já em movimento, sozinha. Ron entrou no compartimento com os amigos e quando ela tentou entrar fechou a porta na sua cara.
— Vá ficar com os primeiros anos. — Disse ele distraidamente.
Ginny decidiu encontrar um primeiro ano em particular, sabia que Luna estaria por aqui em algum lugar e elas não se viram durante todo o verão. Caminhando mais para o fundo do trem, sentiu o desanimo se infiltrar em sua mente, talvez Luna não estivesse por esse lado ou não quisesse encontrá-la, talvez não a quisesse mais como amiga ou nem estava indo para Hogwarts...
Ela parou bruscamente, que pensamento tolo! Claro que Luna ia para Hogwarts! E é claro que queria ser sua amiga, Luna era a menina mais doce, as duas eram bem diferentes, mais ainda boas amigas quando cresciam. Concentre-se, Ginny! Pare com esses pensamentos estúpidos e sem sentido! Decidida, ela caminhou mais um pouco quando uma menina de vestes novas e bonitas, cabelos longos saiu de um compartimento a sua frente.
— Se fosse você nem pensava em entrar aí. — Disse ela bruscamente enquanto arrastava seu malão pelo corredor na direção a que Ginny viera. — Tem uma menina bem louca aí dentro, não sabia que Hogwarts aceitava esse tipo de gente. Espero que esquisitice não pegue. Eca.
Seu tom era esnobe e mesquinho, Ginny não gostou dela nem um pouco e não se preocupou em responder seu comentário. Olhando pelo vidro da porta do compartimento, sorriu ao ver quem procurava e abriu a porta.
— Luna! — Exclamou Ginny feliz e gostando menos ainda da outra garota. Como alguém podia não gostar da Luna? Sua amiga de infância era excêntrica e diferente, mas ainda muito legal e com um grande coração. — Eu estava te procurando.
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Harry, - Corvinal
MaceraO que aconteceria se, em sua primeira viagem para Hogwarts, Harry se sentasse com alguém diferente, alguém mais inteligente e inquisitivo, com conhecimento e sensibilidade para perceber e questionar tudo o que não faz sentido. E se isso levasse o Ha...