Capítulo 39
A trilha era larga e bem marcada como se fosse usada com frequência e Harry imaginou que era um caminho comum para os centauros e outros seres subirem a montanha. O caminho se inclinava, se inclinava e, quanto mais subiam, mais frio ficava e Harry logo vestiu a parka que a Sra. Madaki lhe presenteara no Natal. Sirius lhe contou sobre como se tornar um animago e de tempos em tempos os faziam parar para um momento de descanso, água e comida. Harry achou a ideia de se tornar um animago com uma folha de mandrágora na boca, secreção de mariposa, orvalho e tempestades de raios muito estranha e absurda.
— E essa é a única maneira? Os bruxos existem a milênios e esse é o único jeito de se tornar animagus? — Harry perguntou abismado e sem fôlego.
— Sim, do meu conhecimento, é sim. — Disse Sirius e deu de ombros. — É bem chato e nada emocionante, um pouco estúpido, na verdade, mas dá resultado. É melhor falarmos menos, o ar ficará mais rarefeito e temos que economizar energia.
Harry acenou concordando e tentou desconsiderar o fato de que já estava sem energia, a verdade é que todos os exercícios do dia não foram uma escolha tão inteligente antes desta jornada. Ele tentou se concentrar na respiração e nos passos, as varinhas iluminavam o caminho e a escuridão ou frio não o incomodavam. Mas para Sirius a escuridão era o mais difícil, o lembravam de Azkaban e cada pequeno barulho da Floresta o assustava, seu coração acelerado o enchia de adrenalina e seus olhos olhavam em volta vendo sombras e terrores.
Por quase duas horas eles seguiram e quando pararam para um descanso e água, Harry percebeu que Sirius estava muito tenso e sobressaltado.
— Tudo bem, Sirius? — Ele perguntou suavemente.
— Sim, apenas... toda essa escuridão e frio, me lembram de Azkaban. — Respondeu ele suspirando, fechou os olhos tentando afastar os fantasmas.
— Eu não sei como é Azkaban, mas aqui não um lugar ruim, Sirius. Você não pode sentir? — Harry fechou os olhos e sorriu ao sentir a energia mágica da Floresta, ela sussurrava e o acariciava. — A Floresta está cheia de magia e nos acolhe, é bom e suave.
Sirius o imitou e fechou os olhos tentando se conectar com a Floresta, mas sua mente, carregada de tormentos, teve dificuldades em sentir seus sussurros suaves.
"Respire, Sirius, esvazie sua mente e respire, nada mais existe, apenas sua magia e a magia da Floresta. "
Suas palavras suaves o ajudaram a encontrar sua magia que parecia frágil e hesitante em se conectar com a energia da Floresta. Sirius entendeu que precisava fortalecer sua mente para fortalecer sua magia. Encontrando a magia da Floresta permitiu timidamente a conexão e quando ela finalmente aconteceu, Sirius se sentiu inundado pela suavidade e vida que os cercavam, não havia dor ou raiva, desespero ou medo, apenas vida. Sem perceber que estava a quase uma hora meditando e tentando a conexão, Sirius ao se sentir inundado por tanta energia e vida, soluçou, era como se pela primeira vez sentisse sua própria magia e a bondade do mundo natural.
Harry, que acabou adormecendo acordou com seus soluços e o abraçou sem dizer nada. Depois que Sirius se acalmou, eles prosseguiram, seu padrinho parecia mais leve e agora olhava para escuridão com um leve sorriso. Para Harry o caminho ficou mais difícil, respirar, respirar e respirar, sua mente repetia focada e tentando não parar. Um passo após outro passo, mais um passo e mais um, respirar, andar. Então ele tropeçou, não caiu, mas cambaleou e eles pararam outra vez para descanso e água.
— Quando chegamos? Quer dizer, onde fica esse local de ritual? — Perguntou Harry tentando não mostrar sua exaustão.
— Não deve estar longe, fica no meio da montanha e acredito que em breve chegaremos. — Disse Sirius e olhando para o afilhado, acrescentou. — Posso te carregar um pouco, se quiser.
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Harry, - Corvinal
AdventureO que aconteceria se, em sua primeira viagem para Hogwarts, Harry se sentasse com alguém diferente, alguém mais inteligente e inquisitivo, com conhecimento e sensibilidade para perceber e questionar tudo o que não faz sentido. E se isso levasse o Ha...