Harry acordou no domingo de manhã para uma enfermaria iluminada pela luz do sol de inverno e seu braço curado, embora ainda muito duro. Sentou-se depressa e olhou para a cama de Colin, mas tinham na escondida com a cortina alta por trás da qual Harry trocara de roupa no dia anterior. Ao ver que ele acordara, Madame Pomfrey entrou apressada, trazendo uma bandeja com o seu café da manhã especial e então começou a dobrar e a esticar o braço e os dedos dele.
— Tudo em ordem com seu braço, mova-o normalmente até que essa rigidez desapareça. — Disse enquanto ele comia mingau, desajeitado, com a mão esquerda, depois acenou com a varinha. — Suas costelas estão bem, ficarão doloridas e recomendo uns dois dias sem muito esforço ou exercícios mais pesados. Quando terminar de comer pode ir.
— Posso visitar o Colin? — Harry perguntou olhando para a área onde estava sua cama. — Seus pais já foram avisados?
— Sim, você pode. Creio que a Prof.ª Vector os está visitando hoje, mas, infelizmente, é impossível que eles os visitem, trouxas não podem vir a Hogwarts. — Disse ela suavemente.
— Nunca? Mas... e se acontece algo assim com um aluno nascido trouxa? Ou na formatura dos alunos do 7º ano? — Harry parou de comer confuso.
— Seus pais não podem presenciar, participar ou visitar, não importa a razão, as magias em Hogwarts são fortes demais e feitas para que os trouxas nunca encontrem o castelo, vejam o castelo e se, por um acaso, eles se aproximam das proteções, elas o repelem para longe. — Madame Pomfrey explicou e recolheu sua bandeja vazia. — Os trouxas se lembram de uma missão inesperada ou querem ir na direção oposta, assim, se torna muito difícil entrarem em Hogwarts.
Harry se levantou tentando entender essa história mais do que estranha.
— Pode ser difícil, mas, imagino que não seja impossível ou não haveria trouxas no Beco Diagonal? — Ele apontou com inteligência.
— Você está certo, não é impossível, mas nunca foi feito porque defende-se que Hogwarts é um solo especial que apenas bruxos devem pisar. — Era óbvio que ela descordava desta ideia e Harry acenou entendendo que era apenas mais um pensamento purista que tinha a intenção de manter os nascidos trouxas longe do mundo mágico.
Harry se vestiu com roupas limpas trazidas, provavelmente, por um elfo do seu quarto e depois passou um tempo conversando com Colin e Luna. Quando deixou a enfermaria era ainda muito cedo e ele tinha muito em que pensar, tanto acontecera, a vontade era procurar os amigos e contar tudo, mas ele se impediu. Terry e Hermione não queriam se envolver e precisava respeitá-los, Neville o estava ajudando e apoiando, mas, no momento, seria impossível conversarem sobre tudo o que aconteceu sem que os outros percebessem. Flitwick era a melhor opção, mas temia que, apesar de seu apoio inicial, seu chefe de casa se sentisse na obrigação de informar seus guardiões sobre a ameaça clara contra sua vida. Assim, diante do seu temor da possiblidade real de ser retirado de Hogwarts, Harry decidiu que o melhor era manter segredo de tudo que, verdadeiramente, aconteceu na noite anterior.
Com essa decisão tomada, Harry encontrou os amigos e lhes contou sobre Colin, sem mencionar Dobby ou a "voz", que ele acreditava ser uma versão de Voldemort, ainda que um diferente do que enfrentou a alguns meses. A questão era, como isso foi possível? Harry seria o primeiro a admitir que não sabia muito sobre magia, mas, ainda parecia algo tão estranho que tinha certeza que muitos duvidariam de sua percepção.
Prof. Flitwick cancelou o treino deles devido a necessidade de recuperação de seu braço e Harry passou seu domingo mais livre em muito tempo. Sua expressão acabrunhada, pensativa e constantemente tensa não preocupou os amigos que acreditaram ser um efeito de perder o jogo de quadribol da maneira como foi e a petrificação de Colin. No entanto, Harry estava repetindo sua conversa com Dobby e o que ouviu a "voz" dizer a Freya em sua mente, de novo e de novo. Parecia-lhe que a investigação se encaminhou para uma direção e faltavam apenas algumas peças importantes, como, por exemplo, quem estava com o objeto amaldiçoado e que morreria por causa disso? Olhando em volta na hora do almoço, Harry encontrou muitos rostos tensos e preocupados, pálidos e de olhos arregalados, nada menos do que o esperado depois de mais uma petrificação.
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Harry, - Corvinal
AdventureO que aconteceria se, em sua primeira viagem para Hogwarts, Harry se sentasse com alguém diferente, alguém mais inteligente e inquisitivo, com conhecimento e sensibilidade para perceber e questionar tudo o que não faz sentido. E se isso levasse o Ha...