CAPÍTULO 21 - A Verdade Cruel

663 55 21
                                    


O Boxing Day era um feriado importante para os ingleses, isso até Harry sabia, sua tia normalmente fazia uma grande faxina depois da bagunça do Natal, ela detestava sujeira e Harry era seu ajudante. Seu tio ficava em frente à TV assistindo qualquer coisa menos futebol e Dudley brincava e quebrava seus presentes de Natal, atrapalhando e provocando Harry a todo momento.

Na família Madaki/Boot, eles curtiam a família, relaxavam e descansavam depois de dias agitados. Harry e Terry foram antes mesmo do café da manhã para Oxford assistir a maratona de jogos na TV, Sra. Madaki os serviu uma farta refeição que incluía doces do dia anterior e eles passaram horas analisando os jogos, jogadores e no caso de Harry aprendendo e reaprendendo a cada novo ataque e contra-ataque, os sistemas de defesa eram fascinantes e não pode deixar de pensar que seu time de quadribol precisava se defender bem assim.

As 14 horas os outros Boots vieram também, Serafina e as crianças ficariam com a mãe dela enquanto os quatro iam para o estádio em Luton. Sr. Falc e Sra. Serafina os aparataram no ponto de aparatação oficial do Ministério na cidade e depois de lá eles caminharam algumas quadras até o estádio. Sr. Falc parecia quase tão fora de lugar quanto o Harry, ele passara muitos momentos no mundo trouxa, mas um estádio de futebol era uma novidade também.

Harry achou o estádio enorme e barulhento, a comida era muito boa e sem a Sra. Serafina por perto eles tiveram permissão para tomar refrigerante. Quando o jogo começou Harry esperava silencio e concentração para assistir, mas se surpreendeu com os cantos e gritos de incentivo da torcida, os torcedores do Arsenal estavam em menor número, mas faziam um barulho enorme. Ele percebeu que ir ao estádio era mais do que assistir um jogo, era torcer pelo seu time e ficou fascinado, logo se viu gritando, cantando e pulando até ficar rouco.

Infelizmente o jogo acabou 0x0, mas ainda foi incrível e ele entendeu totalmente porque tantas pessoas são tão apaixonadas pelo futebol. A volta para o ponto de aparatação foi tranquila, apesar do Sr. Falc se manter atento para qualquer briga entre torcidas, mas nada aconteceu e logo Sr. Falc aparatou Harry e depois ele e Sra. Serafina foram buscar Terry e Prof. Bunmi.

Eles jantaram com os Madaki e depois deram uma volta pela cidade, Oxford era linda e o professor com muito orgulho mostrou a Universidade e seus Colégios, contando sua história e prestigio.

— Quem sabe um dia vocês podem vir estudar aqui, seria um grande prazer para mim. — Disse ele sorridente.

Harry ainda não pensara no que fazer quando adulto, mas se decidisse fazer uma Universidade, sem dúvida, Oxford seria sua primeira opção.

Quando voltaram para casa Harry foi para seu quarto, mas não conseguia dormir apesar de cansado e depois de rolar na cama por um tempo foi para o sótão ficar com Edwiges, sua mente estava agitada e conversar com ela e receber seu carinho o ajudava.

— É tudo muito confuso Edwiges, me sinto encurralado, preso em uma armadilha. Os Boots querem me ajudar, eles são incríveis e realmente se importam, mas não quero prejudica-los e sei que começar essa briga com o diretor não vai dar em nada. Isso sem falar no Ministério, não acredito que vou ter uma grande recepção quando começar a falar sobre Black. — Suspirando ele acariciou sua pena e ela bicou seu dedo com carinho. — E esse mundo incrível que estou descobrindo, o mágico e o trouxa, não sabia que havia tantas coisas boas e difíceis nos dois mundos, pessoas boas e más nos dois mundos. Não sei o que fazer, tudo parece muito grande para mim, sabe. — Edwiges piou agudamente. — Sim, eu sei que tenho você Edwiges, eu sei e ainda bem que eu tenho você.

Se cobrindo melhor com o cobertor que trouxera ele olhou para bonito bosque nevado e Edwiges subiu em seu ombro e se recostou em seu pescoço para dormir. Harry tinha que pensar como um estrategista de xadrez, mas ele ainda não era muito bom nisso, tinha que confiar nos Boots quando aprendera desde sempre a não confiar nos adultos. Seus instintos lhe diziam uma coisa, seu cérebro outra e, em tudo isso, haviam esses novos sentimentos que o deixavam tão feliz, era tudo muito confuso, pensou, pouco antes de adormecer.

Harry, - CorvinalOnde histórias criam vida. Descubra agora