CAPÍTULO 32 - Batalhas e Verdades

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Durante os segundos em que a verdade de sua ingenuidade se tornou clara, Harry ficou paralisado com o olhar fixo em Quirrell que se movia em volta do espelho falando sozinho sem notá-lo. Respirando fundo, silenciosamente, Harry se forçou a deixar todos os pensamentos de lado e focar em sobreviver a sua primeira grande batalha. Reforçando sua oclumência ele deu alguns passos à frente e tomou a iniciativa.

— Olá, professor. — Disse ele calmamente segurando sua varinha displicentemente ao longo do corpo.

Quirrell se virou e sorriu. Seu rosto não tinha nenhum tique.

— Estive me perguntando se você apareceria, Potter. — Disse um pouco debochado. — Depois de seu pequeno ato na Floresta tinha a esperança de poder liquidá-lo antes de deixar Hogwarts com a Pedra Filosofal para o meu mestre.

Harry sorriu e o olhou com o mesmo ar de deboche.

— Quirrell, nós dois sabemos que você não vai sair vivo dessa sala e muito menos da escola, as chances de você chegar até seu mestre com a Pedra são ainda mais pífias. — Disse ele com muito mais segurança do que sentia, mas em uma batalha você não mostra medo, insegurança ou confusão.

Quirrell deu uma gargalhada e com um estalo cordas voaram na direção de Harry que com grande agilidade se afastou para o lado enquanto erguia a varinha.

— Incendio! — Gritou e as cordas se desfizeram nas chamas. — Quanta agressividade, professor, não gosta de conversar? Ou não gosta de ouvir a verdade? — Disse ele ainda sorrindo.

Quirrell o olhou zangado, mas depois relaxou com um sorriso frio.

— Muito bem, você quer conversar? Porque não me conta como descobriu que eu estaria aqui? Você não parecia surpreso em me ver como se soubesse que era eu o ladrão da Pedra. — Disse ele caminhando mais perto, Harry não se moveu ou mostrou desconforto.

— Bem, to...da eessaa gag...guei...ra, desculpe professor, mas não convenceu. E não vamos esquecer do troll, hum... esse foi um movimento bem tolo e então Hagrid realiza seu grande sonho e consegue um ovo de dragão, raro e valioso, em um jogo de cartas em um bar onde ele acaba sempre bêbado. — Harry moveu a cabeça negativamente e mostrou certa pena. — Um plano absurdo e exagerado, óbvio mesmo. E hoje o diretor deixa Hogwarts para Londres e eu pensei, olha só, Quirrell finalmente resolveu agir. E pronto, cá estou.

— Mas todas essas coisas, menos a gagueira, poderiam ter sido feitos por qualquer outro, como você chegou à conclusão de que eu sou o autor? — Disse ele dando mais uns passos em sua direção, Harry sorriu e displicentemente, se moveu lateralmente ao ter uma ideia e planejando seus próximos movimentos.

— Essa é uma boa pergunta e na verdade Snape era um bom candidato, com seu ódio por meu pai e clara aversão por minha pessoa. E ele com seu jeito de morcegão andando por aí e maltratando todo mundo faz o tipo, mas existem alguns detalhes que na hora de deduzir deixou claro quem era o ladrão. — Explicou Harry mantendo os olhos fixos em Quirrell para o caso de ele se cansar da conversa e atacar.

— E que detalhes são esses? — Perguntou Quirrell curioso dando outro passo para frente e Harry aumentando o sorriso deu outro passo para o lado, como se eles estivessem dançando.

— Bem, o dia em que nos conhecemos no Beco, por exemplo, o Gringotes foi roubado naquele dia e eu estava com Hagrid quando o cofre foi esvaziado, imagine, a Pedra Filosofal bem ali durante todos as horas em que fiz minhas compras escolares. — Harry mostrou uma expressão de assombro debochado e depois continuou. — E não vamos esquecer do dia em que atacou minha vassoura, sabemos que Snape não pode me atacar por causa do juramento e você era o único que não estava no camarote dos professores, apesar de ter estado lá no início do jogo. E claro, o mais flagrante, no dia do ataque do troll eu estava na enfermaria e imagine minha surpresa quando o ouvi, sem gagueira alguma, conversando com o ser fedorento e o levando para o Grande Salão. Muitos furos, na verdade, acredito que se pudesse lhe dar uma nota, seria T, de troll. — Harry riu suavemente.

Harry, - CorvinalOnde histórias criam vida. Descubra agora