Capítulo 48
— ... então, basicamente, tudo isso aconteceu nos últimos dias e sei que passei dos limites. Também sei que isso não justifica, mas espero que compreendam que, desde o momento em que entrei no trem, manter a frieza e tranquilidade não se mostrou fácil. Só posso supor que depois de 2 meses sem comentários ofensivos fiquei dessensibilizado, mas isso não desculpa minhas ações e aceitarei qualquer punição que acreditarem justa, o mesmo vale para o Prof. Flitwick com quem conversarei no domingo e contarei a verdade, além de lhe entregar a adaga.
Aguardo uma resposta sobre isso e conselhos sobre a ideia de Terry e Hermione.
Harry J. Potter
Sirius terminou de ler a longa carta do afilhado sentado à mesa da cozinha da Evans House e suspirou cansadamente.
— Bem, pelo menos ele não está ferido como temíamos quando a carta chegou. — Disse ele preocupado com seu afilhado.
— Uma adaga? Como.... — Petúnia estava muito chocada. — Porque ele decidiu levar uma faca para a escola e ainda agir assim? Harry jamais... ele nunca foi violento... todos esses anos em que Vernon ou Dudley o provocaram... jamais agiu assim...
— Sirius, você o acompanhou ao cofre naquele dia, ele lhe falou sobre a adaga? — Serafina o encarou duramente.
— Não. E todos sabemos que Harry é inteligente e desconfiado demais para falar sobre algo assim com adultos, além disso, Petúnia, ele não revidou antes porque tem um grande instinto de sobrevivência e era mais jovem. Acredito que o que aconteceu neste verão com seu ex-marido mostra que sua passividade não duraria por muito tempo, independentemente de Hogwarts. — Disse Sirius firmemente.
— Mas ele não é violento... — Protestou Petúnia.
— Sim, ele é. — Sirius a contestou na mesma hora irritado por conhecer seu afilhado melhor que ela, que o viu crescer. — Todos somos em algum nível, mas o Harry é um guerreiro, um lutador, um sobrevivente, um defensor e, acredite, para ser tudo isso, precisa ter uma grande dose de violência dentro se si. Apenas, antes de tudo, ele tem um grande coração, uma alma doce e pura e, sinceramente, vocês deviam agradecer por isso ou não estariam aqui para terem a chance de se redimirem.
Houve silêncio depois disso e quando Petúnia percebeu que os Boots não iriam contestá-lo, escondeu a mão no rosto arrasada. Como perdera isso? Onde estivera nos últimos 11 anos que não enxergara como seu sobrinho se conteve, sua personalidade, sua naturalidade, seu instinto de defesa, apenas para sobreviver. Foi isso que ele fez enquanto crescia, sobreviveu como pode e continuou dia após dia, lutando sem deixar que eles o quebrassem.
— Isso não muda o fato que suas ações me parecem, completamente, desproporcionais para as ações destes garotos ou do professor. Além do fato de que ele não nos contou sobre a adaga porque sabia que não lhe permitiríamos levá-la com ele para a escola. — Serafina disse chateada.
— Sinceramente, isso pouco importa para mim. — Disse Sirius dando de ombros, cansado. Ele completou, hoje, 5 dias de treinamento, assim se sentia além de fisicamente e mentalmente exausto e, em cima disso, estava preocupado e saudoso de seu afilhado.
— Sirius! — Serafina se mostrou indignada.
— O que? Você quer puni-lo? — Sirius se levantou exasperado e jogou a carta na mesa. — Bem, puna-o. Escreva de volta e lhe diga quão decepcionados e chateados estamos com ele, proíba-o de fazer algo que goste muito, como estudar ou treinar, quem sabe voar. Não é como se ele tivesse muitas outras atividades, não é? Vamos ignorar suas palavras, explicações e garantias de que compreende seus erros, que está arrependido e mais importante, vamos ignorar que ele está sofrendo.
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Harry, - Corvinal
PertualanganO que aconteceria se, em sua primeira viagem para Hogwarts, Harry se sentasse com alguém diferente, alguém mais inteligente e inquisitivo, com conhecimento e sensibilidade para perceber e questionar tudo o que não faz sentido. E se isso levasse o Ha...