Assim que o Prof. Jonas liberou a turma depois da aula de Carpintaria Mágica, Harry acenou adeus aos amigos e, discretamente puxou Ginny por entre as árvores da Floresta Proibida.
— Onde vamos? — Ela sussurrou surpresa e tentando não atrair a atenção do resto da turma ou do professor.
— Não se preocupe, Neville e Terry levarão nossa madeira para a oficina. — Harry disse apressando o passo quando se distanciaram o grupo. — Temos outra aula para fazer hoje.
— Outra aula? — Ginny suspirou confusa. — Não estou com muita disposição, Harry, podemos treinar amanhã? Acho que quero ir para o meu quarto...
— Depois. — Harry disse firme, pois sabia que não poderia deixar que ela se isolasse em seu quarto e sofresse sozinha. — Sei que a semana foi difícil...
— Eu estou bem, apenas cansada com tantas aulas e deveres de casa, só isso. — Ginny se apressou em dizer teimosamente.
— ... porque temos que fingir que está tudo bem. — Continuou o Harry como se ela não tivesse dito nada ou usado a mesma desculpa que ele usou dezenas de vezes com seus amigos. — Mesmo quando sabemos que não está tudo bem e.... sabe, uma parte de mim quer ficar sozinho, me lamentar, me culpar, chorar, enquanto outra quer esquecer tudo, fingir que nada aconteceu... — Ele parou de andar e suspirou ao olhar para o seu rosto pálido e angustiado. — Eu fico dizendo que não foi nossa culpa de novo e de novo, mas isso não muda nada, então, eu tento um terceiro caminho.
— Qual? — Ela disse com voz sumida.
— Eu luto, eu treino, eu estudo e me concentro no que eu posso mudar, melhorar, ajudar. — Harry disse. — Não podemos... mudar o que aconteceu, mas podemos aprender maneiras de impedir que outros terminem assim.
Harry se esforçou para não mencionar o nome de Lockhart, pois era muito perigoso serem ouvidos.
— Que aula teremos? — Ela perguntou acenando em acordo e eles retomaram a caminhada.
— Não está muito longe. — Harry respondeu simplesmente e voltou a apressar o passo, não queria correr o risco que escurecer antes da aula prometida por Firenze.
— Você viu como o Jonas estava feliz ao falar do seu casamento com a Bathsheda? — Ela disse com um sorriso suave. — E eles viverão em Hogsmeade, assim ficarão perto da escola, mas terão seu próprio lar.
— Faz sentido, viver em Hogwarts dever ser estranho, ainda mais com um bebê. — Harry respondeu. — Imagino que os outros professores também têm casas fora de Hogwarts. De qualquer forma, estou feliz que a professora Bathsheda não perderá o emprego, pois espero ansiosamente por suas aulas no ano que vem.
— Oh... eu tenho que esperar mais um ano.... Ei, você poderia me ensinar o que aprender! — Ginny exclamou. — Você é um grande professor, Harry.
— Hum... vamos ver primeiro se eu sou bom em Runas. Ok? — Harry respondeu meio corado pelo elogio. — É fácil ensinar o que eu sou bom, mas.... Veja, é logo ali!
O jardim que Harry tinha plantado para a sua mãe estava todo florido e colorido, a árvore de cerejeira ainda jovem já estava com flores brancas, o que tornava a pequena clareira ao lado do lago ainda mais bonita.
— Uau! Que jardim lindo! — Ginny exclamou encantada.
— Ele ainda não chegou... — Harry procurou por Firenze e tentou ouvir seus cascos, mas não havia sinal. — Bem, tirarei as ervas daninhas enquanto ele não chega.
— Quem? — Ginny observou o Harry se ajoelhar e começar a tirar o mato do meio das flores. — Porque está fazendo isso?
— Eu plantei essas flores e a árvore em homenagem aos meus pais e avós, sabe, como uma espécie de cerimônia fúnebre para lembrá-los e dizer adeus. — Harry disse suavemente. — Eu precisava deixar o luto e a dor para trás e viver, mas queria que eles soubessem que sempre me lembrarei deles e os amarei.
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Harry, - Corvinal
AventuraO que aconteceria se, em sua primeira viagem para Hogwarts, Harry se sentasse com alguém diferente, alguém mais inteligente e inquisitivo, com conhecimento e sensibilidade para perceber e questionar tudo o que não faz sentido. E se isso levasse o Ha...