Harry abraçou seu padrinho outra vez, afundou seu rosto em seu peito tentando acreditar que era possível, que eles poderiam ser uma família, que ele não estaria nunca mais sozinho. O cheiro estranhamente familiar como de um sonho distante no tempo o envolveu e lhe encheu o peito da quentura de bons sentimentos. Afastando-se, ele olhou para o Chalé que era ainda mais bonito na primavera e pensou na família que estava lá dentro e como estava aprendendo a amá-los e seu desejo de protegê-los. Encarando Sirius, Harry decidiu que ia protegê-lo também.
— Eu também prometo, Sirius, não vou deixar que ninguém o leve embora, vou lutar e proteger você. — Disse Harry solenemente.
Sirius queria negar sua promessa e dizer que era seu trabalho protegê-lo e não o contrário, mas pode ver em seu olhar a seriedade e determinação.
— Ok, acredito que podemos lutar juntos, então, para ficarmos juntos. Falc me contou sobre sua infância, sobre a negligência de Dumbledore. Vamos lutar, Harry, para que você não tenha que voltar para aquela casa. — Disse ele e viu seu rosto corar e seus olhos se abaixarem. — Não foi sua culpa, Harry e lamento muito que eu não estava lá, me desculpe.
— Você não tem culpa por ter sido preso sem um julgamento, Sirius. — Harry começou a andar pelo jardim, sentindo-se muito mortificado para ficar parado. — Meus tios nunca me quiseram e Dumbledore nunca poderia ter me largado em sua porta sem verificar isso e me esquecido depois. Essa é a falha dele e, infelizmente não sabemos porque agiu assim.
— Eles me contaram tudo, sobre a anulação do testamento, vamos ter tempo para nos sentarmos e planejar com Falc e o Sr. Boot. Acredito que agora que estou livre e inocentado, podemos conseguir que a anulação seja cancelada. — Disse Sirius caminhando ao lado dele e, percebendo seu constrangimento, decidiu falar de sua infância. — Eu também fui maltratado por minha família.
— Foi? — Harry parou e o olhou surpreso.
— Sim, antes de ir para Hogwarts era apenas a frieza e críticas sem fim ou me punindo porque não agi como eles queriam ou agi de maneira que os envergonhava. Eles insistiam que eu fosse o menino puro sangue perfeito e se saísse desse padrão era trancado em meu quarto ou batido com o açoite...
— Eles espancavam você? — Harry ficou pálido e arregalou os olhos. Sirius ficou aliviado, porque sua reação mostrava que seu afilhado não passara pelo mesmo.
— Sim, não aconteceu muitas vezes, mas quando cheguei de Hogwarts no verão depois do meu 1º ano, levei a maior surra de todas e fiquei todo o verão trancado em meu quarto. Foi um alívio voltar para Hogwarts, eu contei ao James que contou aos pais dele e, no verão seguinte, ainda na estação de trem, eles ameaçaram meus pais que nunca mais foram tão cruéis, mas as vezes ainda me batiam ou diziam coisas terríveis. Quando tinha 16 anos, eles tentaram me obrigar a me tornar um comensal da morte e quando recusei eles usaram a maldição da tortura em mim. Eu consegui fugir e seus avós me acolheram, foi a Sra. Euphemia que me fez entender que não era minha culpa, minha falha, assim como o que os Dursleys fizeram com você é falha e culpa deles. — Disse Sirius calmamente, percebendo que Harry ouvia com muita atenção.
— Então, você não acha que eu fui fraco por não lutar de volta? — Harry perguntou chutando o chão pensativo.
— Não, acho que você foi forte, por resistir e persistir, por ser um garoto com um coração tão bom, apesar do que eles lhe fizeram. Eles não são boas pessoas, mas não conseguiram te contaminar com suas falhas ou sentimentos negativos, você os venceu, Harry. — Sirius disse suavemente e viu seu afilhado sorrir parecendo menos tenso.
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Harry, - Corvinal
AdventureO que aconteceria se, em sua primeira viagem para Hogwarts, Harry se sentasse com alguém diferente, alguém mais inteligente e inquisitivo, com conhecimento e sensibilidade para perceber e questionar tudo o que não faz sentido. E se isso levasse o Ha...