† CAPÍTULO 37

6 4 0
                                    


Sorrisos, L7 part. Lourena
"O ser humano é o mesmo em todo lugar, então por que somos tão diferentes?"

Sol Santiago

Se liga, hoje é o dia da minha inauguração.

Minha loja tá como eu sempre sonhei e isso me deixa alegre pra caralho. É bom ver que o trabalho duro serviu para alguma coisa, que valeu a pena, sabe?

O movimento é muito melhor do que nós pensamos que seria.

- Eu disse que era sucesso na certa, tá vendo! - Eve me empurra. - Amiga?

Olho pra ela e sorrio.

- O que foi? Que cara de cú é essa?

Dayane termina de atender uma cliente e vem até a gente.

- Tá pensando no Gabriel, sério mesmo? Você merece coisa melhor.

Ela revira os olhos.

- Só tô preocupada com umas coisa aí, me deixem! - empurrou os dois de brincadeira e ambos ri. - Fez o teste?

Dayane finge demência e sai pra atender um moço com cara de rico.

Não vi mais o Gringo depois do dia do hospital, nem falei com ele por mensagem. Acho que nem Victor tem falado com esse cara, e olha que os dois são tipo irmãos.

Não vou mentir que queria que ele tivesse aqui comigo, assim como também queria que o Kauã estivesse. Até porque, de todos, Gabriel é o que mais consegue me entender.

Mas ao mesmo tempo sei que ele é egoísta demais pra aparecer ou se importar comigo e com minhas coisas.

Ainda mais agora que está tão envolvido com os assuntos do morro... Eu nem devia me surpreender com isso.

O foda é que eu pensei que o Gabriel fosse diferente. Desde o dia que vi ele dançando, por algum motivo achei que ele fosse diferente dos outros. Eu já sabia que ele era um traficante, mas quando vi ele dançado, falando de futuro, sonhando... Jurei que ele pudesse voltar a ser quem era antes do ser que Escorpião transformou.
Eu pensei que nós dois.

Não existe nós dois.

Meu celular vibra e quando leio a mensagem fico sem ar.

Número Privado - MENSAGEM

Sua mãe pode não me pagar, mas você vai.
Te aconselho a ficar esperta
Sei de cada passo seu

A foto que me mandaram mostra Cristiana, eu e Victor, rindo.

Ligo para o número, mas como sempre; dá inexistente.

- Cheguei, mas já vou meter o pé.

- Bom dia... - olho pra cima pensando ser o Gringo, mas sorrio ao ver Vinícius segurando um menino lindo na mão. - Vinícius?

- Eai, pô. Achou que eu ia faltar em uma ocasião tão importante pra tu?

Sorrio, completamente sem graça.

- Esse aqui é o meu moleque.

Ele sai da frente do menino, um mine Vinícius até no black, o mesmo olho cor de mel e o mesmo jeito marrento.

- Quem é essa? - pergunta, sem errar uma palavra.

Dou risada.

- Oi bê, sou a Sol. - olho para Vinícius. - Quantos anos você tem?

Ele levanta quatro dedo.

- Quatro anos. - Vinícius diz, me entregando um papel. - Em menos de uma semana vai ser o meu filho pra valer.

- Poxa cara, parabéns.

Abraço ele e antes que eu me afaste ele sussurra:

- Tô ligado que pode parecer estranho, mas tu quer ser a mãe dele?

- É impressão minha, ou você tá dando em cima de mim, Vini? - Pergunto, cínica e ele sorri.

- Porra, tu só tá percebendo isso agora?

Dou risada por dois minutos antes de ver ele.

Ele veio.

Gringo para na porta ds loja com as mãos na calça moletom preta e um gorro azul marinho. Já tinha me esquecido o quanto ele é lindo.

O filho da puta é gato pra caralho!

- Salve.

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora