† CAPÍTULO 49

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Favela vive
"Favela ainda vive, mediante ao crime..."

Gabriel Andrade | Vulgo Gringo

Tava procurando a Sol, quando vi que ele tava precisando de mim.

  Amora levou três tiro e não sobreviveu. Leite tava esse tempo todo do lado dos cara do Vale, na crocodilagem mesmo, tá ligado?

Eu sempre desconfiei, mas nunca pensei que ele fosse tão filho da puta assim.

Sol sumiu e a invasão não tá nem perto de terminar. Os tiros só aumentam cada vez mais, o que me deixa preocupado pra caralho.

   É tanto sangue, tanto barulho, tantas vidas, saca? Tudo em poucas horas se perdendo.

  Tomei um tiro de raspão no braço e tava colocando um curativo pra descer de novo lá pra baixo quando Victor entra na sala, putasso.

— Que história é essa que tu bateu na Sol? — ele aponta o dedo.

Olho pra ele, perdido.

— Qualé, isso é assunto meu.

Tô tranquilo, porque tô ligado que ele tá abalado com a parada do Amora.

   Victor me empurra na parede, me fazendo bater meu braço com tudo.

  Cristina e Dayane descem do andar de cima correndo, sem entender porra nenhuma.

— Tu se liga, encosta nela de novo pra tu vê!

— Coé, tá maluco?! — empurro ele com tudo.

—  Falso pra caralho.

  Ele vem decido a me dar um soco, mas eu desvio, fazendo ele bater na parede.
  Escorpião entra na sala, com a perna sangrando.

— Que putaria é essa aqui?

— Tu achou a Sol? — Victor pergunta e Escorpião me olha sem entender nada.

— Caô, ela ainda não apareceu?

Nego, me levantando, colocando meu fuzil nas costas.

— Vou achar ela, nem que eu precise ir no inferno.

— É melhor mesmo, se não mando cada um pra pra lá.

Dito isso, ele some deixando todo mundo a ver navios.

•••

Vinícius Costa | Vulgo Pimenta

Entro sem pedir licença mesmo na casa do Escorpião, sendo recebido por olhares e até uma arma na minha cara.

A invasão já acabou, mas ninguém é otário de ficar com a guarda baixa.
 
— Que porra tu fez com ela, seu filho da puta? — Rato veio até mim, se aproximando do rosto de Sol, que tá pálido pra caralho.

Ele pega ela do meu braço.

— Peraê, e tu acha que eu sou teu amigo pra fazer mal pra ela?  — Rio, debochado.

  Cristina vem até a amiga, com lágrimas nos olhos.

— Parem com essa infantilidade, vamo levar ela pro médico, puta que pariu. — ela começa a chorar. — Olha só pra ela.

Gringo entra na sala e quando vê a cena fica putasso.

— Porra, quem atirou nela?! O que tu fez!

— Nunca fiz mal pra pessoa de bem não, muito menos as pessoa que gosto! — ele me dá uma encarada, mas sustento o olhar.

Gringo pega ela no colo e abre a porta, fazendo Rato seguir ele, junto com Cristina e eu vou atrás.

—  Culpa daquele X9 desgraçado.

— Vou cuidar desse b.o em breve.

A gente seguiu até o volvo do vacilão, até uma voz nos alcançar.

— Filha…

Uma mulher loira se aproxima, chorando, mas de longe tu vê que é falsidade pura.

Não tem muita semelhança com Sol não, a filha é de uma beleza unica, cê e louco.

— Fica aí! — Gringo grita, fazendo a mulher parar. — Já não te dei o papo que quero tu longe da minha mulher?

Sua mulher?
 
Olho para o mesmo, com cara de deboche.

— Você não pode me impedir de ver minha filha! — a mulher bate o pé.

Rato e Cristina entra no carro, e Gringo coloca Sol no banco traseiro com eles.

— Não? Eu já fiz isso antes. — ele aponta o dedo no  rosto dela  — Experimenta chegar perto dela de novo pra tu ver.

A mulher se cala.

— Não penso duas vezes antes de meter uma bala na tua cara.

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora