"Posso até não te falar, mas te amo do meu jeito"
— Poesia acústica 8.Cristina Nascimento | Vulgo Tina
O movimento da loja tá bom para uma quinta feira, acho que as divulgações estão funcionando.
Vou pra trás do balcão e pego meu celular.
MENSAGEM - Ratinho ♥️07:45
Você: Como cê tá?
Tô ficando puta com o Victor. Ele vizualiza as mensagens, mas nem se dá ao trabalho de me responder.Solto um suspiro.
É um filho da puta mesmo.
Sinto alguém puxar meu celular, quando olho pra cima vejo ele irritado.
— Se liga, já falei pra tu não ficar mexendo no celular. Tem que pegar a visão.
Kauã resmunga algo baixo.
— Relaxa, boy. Aqui é tranquilo, pode confiar.
Vou até ele e abraço sua cintura.
— Sabia que você ia tá por aqui essa semana não.
— Tava por aqui na zona sul, resolvendo uns b.o.
— Coé, sabia que aqui tinha virado puteiro não.
Olho para as portas e vejo Rato e a menina de trança que agora vive com ele e a Sol.
Todo dia.
— Não sabia que você se importava com isso.
Ele me olha feio.
— Vim trazer a Kayla pra comprar umas paradas, tu ajuda aí?
Concordo, indo até eles.
Kauã me abraça e sussurra no meu ouvido:— Depois vou trocar uma ideia contigo.
Concordo e ele vai embora.
Olho pra Kayla, que já tava olhando as camisas afastada.
— Colfoi desse cara aqui, Cristina? — Victor pergunta.
— Não sabia que conversar agora era proibido.
— Com rival é, lindona.
Vou pra trás do balcão e ele me segue.
— Ele é irmão da Sol. E aqui é território neutro, lindão.
— Cheiro mole. Se eu ver ele no morro, ele não vai sair de lá vivo.
Olho pra ele, indignada.
Esse aí não é o Victor.•••
Gabe Freitas | Vulgo Escorpião
Tava fumando um quando ela entra em casa, apoiada no Rato e com a Jaína do lado.
— Colê, Eu disse que era pra tu pegar a cadeira de rodas, aleijada. — Sol bate nele.
— É normal que ela fique assim, ficou muito tempo sem se mexer.
Ele coloca ela no sofá.
— Fala tu, Gabe.
— Tranquilo. — Olho pra Sol, que me encara. — Se liga, vou deixar uns vapor de olho em tu. Ivan tá rondando, e como tu sabe, o Leite tá de acoloio com ele.
Ela me olha, confusa.
— Vou ter que ficar com babá?
— Se num quiser morrer, vai.
— Faz sentido, no mínimo coloca uns bonitinhos.
Reviro os os olhos.
— Tá louca, filha minha não sai por aí pegando envolvido não.
— Você não é meu pai…
Aponto o dedo.
— Eu te fiz, otária. — Solto a fumaça. — Só por isso, vou escolher os mais feios.
Ela faz cara de nojo.
— Se fudeu, porque contando no dedo, ela já pegou dois envolvido. — Rato rir da cozinha.
Olho feio pra ele.
— Na verdade, foram três. — Todo mundo olha pra ela. — Sem querer, peguei um cara um dia desses na biqueira. Um gostoso ele.
Gringo empurra a porta, segurando uma sacola preta com dinheiro.
Ele olha pra Sol e ela desvia o olhar, se levantando mancando e indo pra escadas.— Salve.
— Eu vou dormir, se matem.
— Olha só, não tô falando grego não. Se eu te ver com algum vagabundo eu te mato. — falo, quando ela sobe as escadas, manca.
— Acho que você se esqueceu que sou de maior. Perdeu a fase, baby. — Ela ri, mando beijo.
Garota debochada.
Ouço a porta bater.— Vocês se merecem. — Jaína sussurra, pegando a bolsa. — Eu já vou Sol, beijo, tá?
— Colê, também quero um beijo. — Rato faz bico, colocando o rosto perto de Jaína.
Olho feio pra ele, que ri.
— Zueira, patrão.
— Tu sai daqui antes que eu te mate, infeliz.
Gringo pega a Glock, saindo de casa sem falar nada e Rato vai atrás dele.
Encaro a mulher na minha frente e por mais que eu negue, não consigo fingir que não gosto dela.
Ainda é e sempre vai ser minha mulher.
— Por que tu tá fugindo de mim?
Ela nega. Chego mais perto.
— Tu sabe que eu não posso fazer o que me pediu, Jaína. — ela desvia o olhar. — Não vai embora não.
Jaína acha que ficar longe de mim é melhor, mas não entende que eu quero ficar com ela.
Posso ser errado, mas a única certeza que eu tenho, caralho, é que eu quero ficar com a única mulher que me faz bem.
— Não, Gabe. Você sabe que isso aqui não vai evoluir. — ela diz, passando a mão no rosto. — A quanto tempo a gente tá junto, pô? Anos… E a gente não cresce , não evului, Gabe.
Eu tenho culpa disso tudo.
De todos, sou o mais errado, porque quando ela queria construir uma família, eu queria construir um império. Enquanto ela queria casar, eu só queria mais e mais dinheiro e droga. Enquanto ela queria um futuro, eu era o oposto.Eu não tenho o direito de nada mais.
— Eu sei. Mas eu quero agora, Jaina.
— Agora não dá mais, Gabe.
Nego, me ajoelhando.
Jaína fica de boca aberta.— Tu quer ser minha mulher?
Jaína ri, nervosa.
— Tá louco? — seguro a mão dela. — Gabe levanta.
— Olha pra mim. — ela olha. — Eu quero mudar, por você e por ela. — olho pra cima. — Eu vou, só preciso de uma chance, antes que seja tarde.
— Gabe, você não…
— Tu quer construir uma família comigo, Jaína?
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OPOSTO$ [Vol.1]
Romance|LIVRO 01| EM REVISÃO Eu queria ter um futuro, mas já não sabia sequer se ia sobreviver por mais algumas horas, minutos ou segundos. Vivíamos em uma Roleta Russa, cuja a vítima poderia ser qualquer um e a qualquer hora. Mas eu queria que minh...