† CAPÍTULO 32

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Pra mais perto de você - Marília Mendonça
"É melhor aguentar seus gritos, do que me afastar e nunca mais voltar..."


Gabriel Andrade | Vulgo Gringo

Brotei no hospital tem mó cota, mas ainda não vi Sol. Falei com os caras, mas ninguém viu a maluca também.

Entro no quarto da Tina e vejo um cara em pé do lado dela, minha reação de imediato é puxar minha arma.

Cismado mesmo nessa porra, do nada um fulano no meu território.

- Ih, Qualé desse cara aí? - apontei a arma pro mané.

Não é desconhecido esse comédia não, é o cara que atirou no Victor uma vez em troca de tiro, pô. O que é pior aínda.

O cara é um dos filho da puta do Vale.

- Que porra é essa aqui? - Sol entra no quarto. - Abaixa essa merda agora, cês tão doido?

Tremi a base não.

- Quem é esse comédia aí? Diz logo.

Sol para na minha frente, me encara e coloca a mão no meu ombro. Não gosto dessas paradas, mas nem falo nada.

Se tiver me fazendo de palhaço...

- É meu irmão. - fala, calma, mas eu nem me mexo. - Gabriel, para com isso.

Olho pra ela.

- Por favor, para com isso.

Continuo olhando pra ela.

- Por favor.

Abaixo a arma.

E eu já na neurose, tô dizendo que essas ideia né pra mim, pô, mas ela tá fazendo tudo pra fuder com minha cabeça.

- Quero trocar uma ideia contigo. - Digo e saio do quarto.

Ela sai atrás de mim no corredor do hospital.
Nem espero ela falar, saio falando bolado:

- Por que tu não me dá o papo pra dizer as coisas? - Tiro meu gorro. - Chamo tu pra ir pro morro e tu some, chego aqui e tem um cara que ninguém me disse porra nenhuma, tio.

Sol da risada.
Se liga, ainda vou perder a cabeça legal com ela, só espera pra tu ver.

- Você tá falando como se eu tivesse mentindo, Gringo, mas eu não fiz nada.

Ela suspira.

- Para de fazer tempestade.

- Tempestade é um caralho, porra. Cê sabe do que tô falando.

Sol revira os olhos.

- Só porque você queria que eu fosse pro morro, não quer dizer que eu ia ir, tá? Cê tem que entender que ninguém manda em mim e acabou.

Olho pra ela, sério mesmo e sento nas cadeiras do corredor.

Quando o ódio bate é foda de se livrar.

- Gringo, o...

- Porra de Gringo... - Corto. - Gabriel!

Sol senta do meu lado e coloca a mão na minha coxa, apertando com força. Viadagem no corredor, coé.
Levanto a cabeça só pra olhar pra ela.

- O que foi?

- Tem alguma coisa. Uma vez na vida conversa comigo.

Levanto a sobrancelha.

- Quero conversar não, pó, só não gosto de ser feito de otário.

Acendo um cigarro e meu celular vibra. Lumena.
Ignoro.

- Por que não atendeu?

- Porque não tô a fim, pode não?

Ela levanta.

- Tchau pra ti. - acena, mas puxo o braço dela

- Qual foi, tá maluca? Vai pra onde?

- Embora.

Uma médica chega bem na hora e olha pra gente, fica me encarando com cara de nojenta.
Hospital de gente rica é assim. Esses merda se acham melhor do que os outros, no fundo é só um bando de filho da puta.

- Ih, tá me olhando porque merda? Achou bonito, foi?

Ela se vira pra Sol.

- Acompanhantes da paciente Cristina Nascimento? - Pergunta e Sol concorda. - Boas notícias.

Sol abre um sorriso enorme.

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora