Pra mais perto de você - Marília Mendonça
"É melhor aguentar seus gritos, do que me afastar e nunca mais voltar..."Gabriel Andrade | Vulgo Gringo
Brotei no hospital tem mó cota, mas ainda não vi Sol. Falei com os caras, mas ninguém viu a maluca também.
Entro no quarto da Tina e vejo um cara em pé do lado dela, minha reação de imediato é puxar minha arma.
Cismado mesmo nessa porra, do nada um fulano no meu território.
- Ih, Qualé desse cara aí? - apontei a arma pro mané.Não é desconhecido esse comédia não, é o cara que atirou no Victor uma vez em troca de tiro, pô. O que é pior aínda.
O cara é um dos filho da puta do Vale.
- Que porra é essa aqui? - Sol entra no quarto. - Abaixa essa merda agora, cês tão doido?
Tremi a base não.
- Quem é esse comédia aí? Diz logo.
Sol para na minha frente, me encara e coloca a mão no meu ombro. Não gosto dessas paradas, mas nem falo nada.
Se tiver me fazendo de palhaço...
- É meu irmão. - fala, calma, mas eu nem me mexo. - Gabriel, para com isso.
Olho pra ela.
- Por favor, para com isso.
Continuo olhando pra ela.
- Por favor.
Abaixo a arma.
E eu já na neurose, tô dizendo que essas ideia né pra mim, pô, mas ela tá fazendo tudo pra fuder com minha cabeça.- Quero trocar uma ideia contigo. - Digo e saio do quarto.
Ela sai atrás de mim no corredor do hospital.
Nem espero ela falar, saio falando bolado:- Por que tu não me dá o papo pra dizer as coisas? - Tiro meu gorro. - Chamo tu pra ir pro morro e tu some, chego aqui e tem um cara que ninguém me disse porra nenhuma, tio.
Sol da risada.
Se liga, ainda vou perder a cabeça legal com ela, só espera pra tu ver.- Você tá falando como se eu tivesse mentindo, Gringo, mas eu não fiz nada.
Ela suspira.
- Para de fazer tempestade.
- Tempestade é um caralho, porra. Cê sabe do que tô falando.
Sol revira os olhos.
- Só porque você queria que eu fosse pro morro, não quer dizer que eu ia ir, tá? Cê tem que entender que ninguém manda em mim e acabou.
Olho pra ela, sério mesmo e sento nas cadeiras do corredor.
Quando o ódio bate é foda de se livrar.- Gringo, o...
- Porra de Gringo... - Corto. - Gabriel!
Sol senta do meu lado e coloca a mão na minha coxa, apertando com força. Viadagem no corredor, coé.
Levanto a cabeça só pra olhar pra ela.- O que foi?
- Tem alguma coisa. Uma vez na vida conversa comigo.
Levanto a sobrancelha.
- Quero conversar não, pó, só não gosto de ser feito de otário.
Acendo um cigarro e meu celular vibra. Lumena.
Ignoro.- Por que não atendeu?
- Porque não tô a fim, pode não?
Ela levanta.
- Tchau pra ti. - acena, mas puxo o braço dela
- Qual foi, tá maluca? Vai pra onde?
- Embora.
Uma médica chega bem na hora e olha pra gente, fica me encarando com cara de nojenta.
Hospital de gente rica é assim. Esses merda se acham melhor do que os outros, no fundo é só um bando de filho da puta.- Ih, tá me olhando porque merda? Achou bonito, foi?
Ela se vira pra Sol.
- Acompanhantes da paciente Cristina Nascimento? - Pergunta e Sol concorda. - Boas notícias.Sol abre um sorriso enorme.
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OPOSTO$ [Vol.1]
Romance|LIVRO 01| EM REVISÃO Eu queria ter um futuro, mas já não sabia sequer se ia sobreviver por mais algumas horas, minutos ou segundos. Vivíamos em uma Roleta Russa, cuja a vítima poderia ser qualquer um e a qualquer hora. Mas eu queria que minh...