† CAPÍTULO 11

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Sol Santiago


Vai rolar uma festa hoje e vai o bonde todo. Eu nem ia ir, não conheço ninguém lá, sacas? Nem o dono da festa, mas é melhor do que ficar em casa.

- Gata demais. - Victor fala.

Acabo de descer as escadas e dou uma voltinha.

- Sou, né...

- Ih, nem se acha! - Dou risada. - Bora, fofão.

Paramos de frente a uma casa de três andares na parte baixa do morro.
Desco da moto.

- Só vrau hoje, hein Boca? - Victor pergunta, cheio de esperança.

Bruno tira o capacete e olha o grupo de mulher.

- Tu é maluco, pó... Agora tenho dona.

Nem parece que foram horas pra tentar convencer ele a fazer a droga do pedido pra mulher.

- Se liga Sol, hoje nós vai sofrer nessa porra!

- Fale por você, porque eu não vou sofrer por ninguém, colega.

- Fica flex que ninguém vai saber, pó.

Nem bem cheguei e acho que já me perdi. Bruno diz que vai procurar a namorada e Victor que vai pegar cerveja e eu fico sozinha com um monte de gente que nem conheço.

Se eu soubesse nem tinha vindo.

- Ei, você é a Sol?- Alguém pergunta atrás de mim.

É aquilo né, cismei!
Me viro para encarar uma mulher de cabelo longo e ruivo, junto com um cara loiro bonitinho.

- Sou sim, por que?

- Te falei, porra. - O loiro sorri e pede alguma coisa pro moço.- Como porque, mulher? Porque vou te pagar uma bebida pelo belo trabalho com a vaca da Lumena. - sorri, me dando o copo. - Rafael, mas prefiro que me chame de Eve.

Não é todo dia que se conhece alguém assim, e o cara parece ser gente boa.

- Jaína, mas pode me chamar de ruiva. - a mulher mais velha fala.

Só lembro agora da ruiva, é a mesma que foi na casa de Gabe, a de botas cafonas.

- Tu é a fiel do Gringo, né? - Eve senta do meu lado.

Nego com a cabeça.

- Tenho nada com ele não.

- Sei... - Jaína ri.

- Coé, esse negócio de se apegar né pra mim não.

- Achei alguém que me entende, caralho.

Jaína revira os olhos.

- Vocês jovens cansam minha beleza.

- Ih, falou a velhinha.

Ela abaixa o vestido.

- Tenho idade de ser tua mãe, Rafael.

- É Eve, rapariga!

Um homem passa perto da gente e Eve só falta infartar.

- Ave Maria, alguém me abana...

Misturo um pouco de vodca na minha bebida, Eve desvia o olhar para o cara das bebidas.

- Jaína e Escorpião tem o que?

- Escorpião é um filho da puta.

Já ouvi isso uma pá de vezes.

- Séria um casalzão da porra. - Bruno diz, pegando o copo da mão de Eve.

- Arrombado. - Eve puxa o copo da mão de Bruno e se inclina pra falar comigo. - Amiga, vou falar com aquele boy ali, volto já.

Ele corre até o cara.

- Ou não! - Grita, rindo.

- Oi, vida. - Bruno fala.

Me viro para olhar a mulher e ela parece não gostar nem um pouco de mim, pó. Sem caô.

- Nem vem com vida, quero bater um lero contigo. - Fala, olha pra mim e sai.

Eu hein.
Bruno pede desculpa com o olhar e vai atrás da morena de cabelo longo, sem dúvidas a namorada surtada dele.

Dou de ombros e volto a beber minha cerveja.
Já tô decidida a não deixar nada me abalar hoje!

Mas alguém viu o Victor? Porque eu não!

- Oi princesa, tá sozinha por que? - um homem lindo pergunta, segurando duas bebidas na mão.

Ele puxa uma cadeira e se senta do meu lado.

- Pensando. - Respondo, sorrindo.

- Caô, uma princesa que nem tu não precisa pensar não, só tu sorrir que tudo caí nos teus pés.

Se fosse assim eu estaria feliz da vida. O cara me estende a mão e eu seguro.

- Pimenta.

- Belo nome. - falo e ele ri.

- Que isso, morena... Vinícius. Pra você, Viní. Mas se preferir, pode me chamar de vida.

Gargalho.

- Sol.

A gente começa a conversar e né que o moleque é gente fina?
Papo vem, papo vai, e me pergunto até onde isso vai chegar.

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora