Oneshots ⭒✧° SKZ

⭒✧° Jisung

Era um belo dia de verão. Fazia 35 graus e a brisa úmida e quente entrava pela porta da sacada e abafava o ambiente. O sol brilhava do lado de fora, seus raios entrando pela mesma porta e lançando sombras no chão de sua sala. Gotas de suor se formavam em sua testa e escorriam até seu queixo enquanto terminava de varrer o cômodo.

Enquanto colocava o tapete no lugar, ouviu um barulho vindo da porta de entrada. Você gelou por um momento, pensando que alguém poderia ter entrado. Seus nervos logo se acalmaram quando a voz suave de seu namorado preencheu seus ouvidos.

- Surpresa! - Han Jisung disse assim que chegou ao mesmo cômodo onde você estava. De fato, era uma grande surpresa, e muito boa. Até onde você sabia, Han tinha treino até tarde da noite e não iria em sua casa naquele dia.

- Que susto, menino! - você falou, se referindo ao breve momento de pânico que sofreu havia poucos instantes.

Você estava de costas para Jisung até aquele momento, mas logo depois de proferir sua palavras, virou na direção do namorado, que tinha um largo sorriso estampado no rosto. Você também sorriu, mas seus lábios logo se fecharam ao perceber que Jisung te encarava fixamente, com um olhar malicioso.

Você baixou o olhar para seu corpo e foi quando lembrou da roupa que estava usando: um shorts e uma blusinha curta, que deixava sua barriga aparente. Fazia muito calor e, como você estava sozinha em casa, optou por vestir uma roupa mais leve. O único problema era que, agora, você tinha companhia.

Seu corpo sempre foi sua maior insegurança. Você sempre usava calças e blusas largas, escondendo quase toda sua pele. A única parte de seu corpo que se permitia mostrar era seus braços. Se escondia até mesmo de seu namorado. Você e Jisung namoravam há quase um ano, mas nunca tiveram relações sexuais. Você sempre alegou não queria fazer nada ainda , e Jisung respeitava, mesmo não sabendo o real motivo para tal decisão. Mas o motivo era simples. Medo. Você tinha medo de que seu namorado deixasse de te amar por conta de seu corpo, a coisa mais humana que alguém pode ter.

Naquele momento, você estava incomodada e não sabia muito bem o que fazer. Ao perceber a inquietação em seus olhos, Han deixou a sacola que segurava no chão e chegou mais perto, envolvendo sua cintura com um braço. Com a mão livre, ele pegou seu queixo e levantou seu rosto, te obrigando a encará-lo.

- O que aconteceu, (S/N)? - ele perguntou delicadamente. - Eu sei que tem algo errado; vejo pela inquietação nos seus olhos. Então não me diga que não é nada.

- Eu... - você começou a falar, mas a vontade de chorar trancou sua garganta. Aquele assunto te incomodava tanto que, só de falar nele, seus olhos enchiam de lágrimas. Aquele brilho em seus olhos só fez a preocupação de seu namorado aumentar. Você se sentia culpada pela reação do namorado, então se esforçou até as palavras saírem de sua boca. - Odeio o meu corpo e... tenho medo que você odeie também.

Jisung não disse nada por um tempo. Sua mão, que ainda segurava seu rosto, desceu até sua lombar, onde ele começou a acariciar levemente. Você olhava apreensiva para seu namorado, que olhou profundamente em seus olhos antes de falar.

- (S/N)... não posso dizer que sei como se sente. Sei que é um sentimento involuntário, que a mídia implanta na cabeça das pessoas divulgando o que seria um "corpo perfeito". - ele revirou os olhos ao falar aquilo. - Quero que saiba que não tem motivo nenhum para você odiar seu próprio corpo. Suas curvas não devem ser motivo de vergonha. Ninguém é perfeito. Ninguém tem um corpo perfeito. Mas, para mim, você é perfeita, meu amor. - ele olhava fixamente em seus olhos.- E você deveria ser perfeita para você também.

O que era apenas um lacrimejar se transformou em uma corrente incessante de lágrimas. Jisung te puxou para mais perto e a envolveu em um abraço. Ele sempre sabia o que fazer para te confortar e ali, presa em seus braços, você se sentia segura e protegida. As palavras de seu namorado a tocaram profundamente. Saber que Jisung não a largaria pelo formato de seu corpo era um alívio para sua consciência. Saber que, diferentemente de muitos, Jisung não era um cara superficial que se importa mais com aparência do que com caráter, aquecia seu coração.

- Eu te amo, Hannie. - você falou, ainda presa no abraço.

- Eu também te amo, princesa.