Oneshots ⭒✧° SKZ

⭒✧° Changbin

HOT!!!!

Ser tida como popular às vezes é cansativo.

Sério mesmo; isso não é nem um pouco como mostram nas séries populares americanas, onde os populares parecem ser a personificação da alegria (e da maldade, às vezes). É cansativo ser conhecida por todos do Ensino Médio. Ter que acenar, sorridente, para todos que insistem em parar e cumprimentar você; continuar uma conversa que não lhe interessa nem um pouco. Não é todo dia que você está no clima.

É por esse motivo que me sinto extremamente grata por ter que arrumar a salinha da bagunça, como a chamamos, depois de uma das aulas de educação física. Há apenas mais uma pessoa aqui comigo, e ela não faz a menor questão de conversar, aparentemente. Ou só está com vergonha de puxar assunto. Não vou reclamar, de qualquer forma.

A água que bate nos pequenos vidrinhos da sala indica a chuva torrencial que está acontecendo fora das paredes do edifício do Colégio. Normalmente, costumo gostar de dias chuvosos, menos quando eles nos impedem de usar o grande campo gramado que a nossa escola tem.

Estou empilhando os pequenos cones de plástico quando a luz oscila. Poucos segundos depois, a pequena sala fica imersa na penumbra quando a energia acaba. Meu primeiro instinto é checar a porta. Trancada.

- Você só pode estar brincando. - reclamo, mais alto do que pretendia.

- É isso que dá estudar em colégio de alta classe. As pessoas não têm o que fazer com o dinheiro e acabam investindo em trancas automáticas que dependem de energia para funcionarem.

Engulo em seco. Aquela voz, por mais que não a ouvisse com frequência, me era impossível de ser confundida. Eu não tinha percebido que era ele quando olhei de relance quem mais estava na sala antes de entrar.

Viro para a direção oposta para me deparar com Changbin com as mãos às costas, olhando para mim. Ele abre um sorriso torto.

Changbin estuda comigo. Somos da mesma turma, mas não nos falamos muito. Quase nada, para ser honesta. Apenas em trabalhos. Não vou dizer que me sinto feliz com isso. Changbin é quieto e na dele, além de ser considerado o "nerd" da sala - não gosto desse rótulo; as pessoas o usam como se fosse algo ruim. Ele não parece o tipo de pessoa que gostaria de ser arrastado para ser o centro das atenções, ou popular, como aconteceria caso ele virasse meu amigo.

Porém, tenho que admitir. Me sinto atraída por ele. Mas, convenhamos, como alguém pode não ser? Os traços de seu rosto são delicados, perfeitos. Seu corpo, então... Os pensamentos que se passam em minha cabeça quando o vejo não são dos mais puros.

"Ele é o nerdzinho da sala." justificou uma das garotas com quem ando quando soltei, como quem não quer nada, a ideia de me relacionar com Changbin. Como já disse, odeio esse rótulo.

- Parece que teremos que encontrar uma forma de fazer o tempo passar. - ouvi ele falar próximo a mim, em um tom bem mais baixo que antes.

Com tantos pensamentos em minha cabeça, não percebi quando Changbin chegou perto de mim. A uma proximidade tentadora.

- E você tem alguma sugestão? - Pois eu tenho uma ótima.

O que eu disse sobre os pensamentos nada puros?

- Talvez eu tenha uma.

Sua voz estava sedutoramente rouca, em um tom baixo. Senti um arrepio percorrer meu corpo dos pés à cabeça. Meu coração acelerou quando vi ele se aproximar ainda mais de mim. Não sei nem explicar o que aconteceu comigo quando senti sua mão na minha nuca e o leve puxão para colar sua boca a minha.

Meu estômago deu piruetas enquanto as borboletas faziam a festa lá dentro. Enlacei seu pescoço puxando ele para ainda mais perto, aprofundando o beijo.

Senhor, que a energia acabe mais vezes.

Felizmente, a salinha não era tão "inha" assim e tinha espaço suficiente no chão para acomodar duas pessoas (quase) confortavelmente. Nem a dureza do concreto nas minhas costas conseguia diminuir o calor que eu sentia dentro de mim.

Não sabíamos ao certo quanto tempo tínhamos pela frente, então não perdemos tempo tirando todas nossas peças de roupa. Senti uma corrente de ar frio atingir uma parte da minha pele quando o garoto levantou a saia do meu uniforme. Separando nossos lábios por um momento, Changbin baixou a sua calça junto com sua boxer, de uma só vez. Ele voltou a me beijar antes de puxar o tecido da minha calcinha para o lado e me penetrar sem aviso prévio. Tive que conter o gemido quando o senti dentro de mim. Vai saber se tem alguém por perto, fora da sala?

As estocadas eram rápidas e fundas, e o esforço que eu tinha que fazer para não gritar era surreal. Afundei meus dedos em suas costas, por cima do uniforme: uma blusa social por baixo de um terno azul marinho.

Já de pé, tentei alinhar meu uniforme, deixando ele da melhor forma de "sou uma estudante santa" que pude. Com os dedos, tentava desembaraçar meu cabelo. Eu conseguia sentir o olhar de Changbin em mim enquanto estava de costas para ele.

- Como você descobriu? - perguntei, me virando para ele. - Tenho minhas dúvidas de que você chegue em qualquer uma sem ter uma ideia de como ela se sente em relação a você e saia transando com ela.

- Você não é muito discreta, Fran. - respondeu, rindo. - Seu olhar de desejo em cima de mim não ajuda também.

- Você é muito mais assanhado do que eu imaginava. - falei, na esperança de mudar o assunto para outra coisa que não a minha falta de discrição. Se a conversa seguisse nessa linha, eu viraria um pimentão.

- É um lado que eu guardo para pouquíssimas pessoas.

Sua voz estava sussurrada novamente, já que sua boca estava quase colada ao meu ouvido. Suas mãos estavam em minha cintura enquanto ele deixava um rastro de beijos pelo meu ombro. Me permiti fechar os olhos por um momento e pender a cabeça para trás.

Antes que meu auto controle evaporasse e eu pulasse em cima desse homem atrás de mim, as luzes voltaram a iluminar o ambiente e ouvimos alguém mexer na porta. Changbin rapidamente se afastou de mim e eu voltei a uma postura decente. A porta se abriu e um dos zeladores entrou, com um sorriso gentil no rosto.

- Muito obrigada, senhor Kim. - agradeci, por mais que não tenha certeza de que queria que aquela porta fosse aberta.

- Espero que saiba que pretendo repetir isso mais vezes.

O sussurro fez uma nova onda de arrepios tomar conta do meu corpo. Changbin saiu como se nada tivesse acontecido, acenando com a cabeça para o gentil zelador antes de sumir no corredor.

Acho que terei que dar um jeito de fazer chover mais vezes, aparentemente.