Oneshots ⭒✧° SKZ

⭒✧° Minho

- MAS TU É BURRA, MULHER? EU FALEI QUE NÃO ERA PRA DEIXAR A PORTA BATER!

- NÃO ME XINGA, Ô MERDA.

- AGORA A GENTE TÁ PRESO AQUI! - Minho berrou de volta.

- A SUA CASA ESTÁ TODA FUDIDA E A CULPA É MINHA?

- FUI EU QUE DEIXEI A PORTA FECHAR? - acusou.

- POR QUE A GENTE TÁ GRITANDO?! - contestei.

- PORQUE É A GENTE?

Uma boa explicação, não posso negar. Se tem uma coisa em que eu e Minho somos bons é conversar aos berros; ou simplesmente gritar. Ah, quantas vezes não assustamos um ao outro com gritos repentinos.

- Ok, o que a gente faz agora?

- Eu vou mandar mensagem pro Changbin. Ele tem uma chave reserva do apartamento. - Minho respondeu, tirando o celular do bolso e começando a digitar.

- Como assim você confiou sua chave reserva ao Changbin e não a mim?!

- (S/N), meu amor, você perde a sua própria chave. Nem você confiaria em você mesma.

Eu muito gostaria de poder contestar, mas o garoto não contou nenhuma mentira. Na última semana eu fiquei quatro horas presa para fora do meu apartamento pois perdi minhas chaves. Tive que chamar um chaveiro para conseguir entrar em casa. No dia seguinte eu descobri que tinha esquecido minha chave no mercado perto do parque.

Jogo minhas costas de encontro a parede fria do pequeno cômodo entulhado de caixas de papelão. Há pouco menos de um mês, Minho se mudou da casa dos pais para vir morar em seu novo apartamento. Muitas das coisas que ele trouxe consigo permanecem dentro das caixas, que são mantidas no menor dos dois quartos do apartamento.

Vejo frustração tomar conta do semblante do meu melhor amigo enquanto deixo meu corpo escorregar de encontro ao chão. Minho larga seu celular em cima de uma pilha de caixas antes de vir se juntar a mim, visto que aquela parede em que me encostei é a única que ainda não foi tomada por papelão.

- O que fazemos agora? - indaguei quando o garoto sentou ao meu lado.

- Changbin não está recebendo minhas mensagens. - reclamou, encostando a cabeça na parede enquanto soltava um longo suspiro. - Só nos resta esperar esse coisa visualizar a mensagem e vir nos salvar.

Bom, acho que terei que me conformar com esse fato. Já que deixei meu celular na cozinha, conversar com Minho é minha única fonte de entretenimento no momento. Não que eu fosse preferir usar meu celular se ele estivesse aqui; conversar com esse garoto é um dos, se não o meu passatempo preferido.

- Como foi que essa maçaneta quebrou, afinal? - questionei, apoiando minha cabeça em seu ombro. Pude sentir sua musculatura contrair levemente.

- A porta e a janela estavam abertas em um dia que estava ventando pra caramba. Resumindo, a porta bateu tão forte que quebrou a maçaneta. E antes que você pergunte - começou ao perceber que eu ia comentar algo. - eu pretendo chamar alguém para consertar, porém eu praticamente não uso esse quarto, então eu vivo esquecendo.

- Beleza, vou adicionar à minha rotina diária te lembrar que a maçaneta precisa ser conservada até que você chame alguém.

Minho soltou uma risadinha baixa, quase sussurrada, e logo ficou em silêncio novamente. Desde que ele se sentou ao meu lado, percebi que mexia compulsivamente suas mãos, esfregando uma na outra. A luz do sol que entrava pela janela aberta fazia suas palmas brilharem, revelando o suor que saia dali.

- Lino, como você está suando se não está nem se mexendo, moleque? - perguntei em tom de provocação. Desencostei minha cabeça de seu ombro para olhar para ele.

- Suor? Que?

- É, suor na sua mão. - falei, apontando suas mãos com um sinal de cabeça. - Isso só pode significar duas coisas: ou você está nervoso, ou você está grávido.

Minho revirou os olhos, me fazendo rir.

- Sim, (S/N), eu estou grávido. Não te contei que eu fiz sem camisinha mês passado? - respondeu de forma sarcástica, e eu dei um soco leve em seu braço ao passo que sussurrei "idiota".

- Ok, então sua única opção é nervosismo. Vai querer me contar o que está acontecendo?

O garoto, que há poucos segundos estava rindo com sua própria piada, deixou o sorriso esvair-se e voltou seu olhar para os dedos entrelaçados no colo. Pude perceber seu rosto ganhando uma coloração mais intensa, demonstrando a vergonha que ele sentia. Sua voz era tão baixa que tive que pedir para que ele falasse mais alto. Depois de limpar a garganta, voltou a falar.

- O que você faria se eu dissesse que estou gostando de você?

Pera, que?

- Eu não sei o que está acontecendo. Faz algumas semanas que esses pensamentos começaram a surgir. Você sabe que eu não sou muito de falar dos meus sentimentos mas - O garoto começou a jogar as palavras em tamanha rapidez que era quase impossível acompanhar. Eu preciso calar a boca desse moleque.

E se...

Em um ímpeto de coragem somada a ideia repentina que surgir em minha cabeça, levantei o rosto de Minho para que olhasse para mim antes de puxar seu rosto para mais perto do meu e acabar com o espaço que nos separava ao colar meus lábios nos seus.

Não fui correspondida de início, muito provavelmente pelo choque do garoto, o que não julgo; eu também estava um pouco chocada com minhas próprias ações. Contudo, Minho logo voltou a si e senti sua mão lentamente deslizar pela minha cintura, até que ele conseguisse me puxar para seu colo. Sua outra mão subiu pelo meu pescoço, enlaçando seus dedos nos fios de cabelo soltos, tentando me puxar ainda mais.

- Tô vendo o seu desespero em sair daqui.

O susto fez meu coração acelerar, se é que fosse possível ele bater mais rápido do que ele já batia, e me separei o mais rápido que consegui de Minho, que reclamou quando tentei tirar sua mão da minha coxa.

- A belezinha não vê a mensagem na hora mas chega no horário em que menos é bem vindo, né? - Minho reclamou, se pondo de pé.

- Ah, vai cagar, Minho. - Changbin mandou, revirando os olhos. - Bom, já salvei vocês, então podem continuar o que estavam fazendo. Fui.

Changbin virou de costas, e seu amigo permaneceu encarando a porta agora aberta. Assim que o som da tranca da porta de entrada foi ouvido, Minho se virou para mim com um sorriso pervertido no rosto.

- Você sabe que eu não vou me contentar com essa experiência interrompida, não é? Vem aqui.