21°- Problema?

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Eva

Ando pelas ruas do Queens sem muita atenção, focada na música que tocava em meus fones a todo volume, diversos carros passeam pelas ruas a cada segundo, porém nada atrai meu foco, hoje está um dia particularmente bonito aos meus olhos.

Avisto um grupo de homens a alguns metros de distância e engulo em seco, todos estão parados em frente a um carro discreto preto e olham de um lado para o outro como se procurassem alguém, desacelero meus passos e avisto um beco sem saída quando o medo de atravessar o grupo de homens me faz travar no lugar onde estava. Logo percebo que tentar atravessar o local sem saída definitivamente não é uma boa idéia, a melhor opção é inflar o peito e pedir sem pausa para que minha pulseira funcione se necessário.

Meus passos agora se iniciam apressados, os olhos de todos reparam em mim e finjo não me intimidar com os pares de olhos que se viraram em minha direção ao mesmo tempo.

- Eva?- prendo a respiração e aperto meus braços sentindo o medo me consumir- espera!

Um braço me segura e me sobressalto, pulando para frente e me virando de olhos arregalados e respiração acelerada para o homem moreno de aproximadamente 46 anos que havia me segurado.

- Não encosta em mim- rosno dando passos lentos para trás, seus olhos castanhos me fitam brilhantemente.

Vejo um sorriso genuíno surgir no rosto do homem estranho e por algum motivo meu medo começa a se dissipar, não vejo nada além de emoção e carinho em seus olhos escuros.

- Eva Gonzáles?- a voz madura falha ao pronunciar meu nome e o mesmo se aproxima a passos lentos, como se temesse que eu saísse correndo.

- Eu, quem é você?- levanto uma sobrancelha.

- Meu nome é Adrian, eu sou...- o homem é interrompido por uma mulher que se aproxima alarmada.

- Adrian!- a mesma se vira para mim com um sorriso doce- oi querida.

- Oi, você é...?- incentivo o homem a continuar e o mesmo respira fundo, sem tirar o estúpido sorriso do rosto.

O mesmo puxa a gola da blusa pra baixo e me mostra uma marca em sua clavícula, arregalo os olhos e prendo a respiração, entrando em um estado de choque, é a mesma marca de nascença que eu possuo.

- Nós podemos conversar?

- V-você... p-porque você tem es-essa marca?- ele sorri docemente e se aproxima.

- Porque você é minha filha Eva.

Sonho of

Me levanto assustada em minha cama, minha mão voa até minha marca de nascença e solto um suspiro aliviado por isso ter sido apenas um sonho, nada além de um sonho.

◇◇◇

- Pai eu vou na casa do Peter ver um filme tudo bem?

Chego ao final da escada já pronta e me surpreendendo ao ver meu pai confirmar com a mão enquanto fala ao telefone, em um positivo para que eu vá.

- A tia dele vai estar lá?- pergunta apenas, anotando algo em um papel sem dar muita importância ao fato de eu estar indo até a casa de um menino a noite.

Meu Doce QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora