46- Dez e Meia

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Eva

Encosto na cabeceira da cama de Peter, meus olhos se fechando para tentar relaxar um pouco após tudo que aconteceu hoje, buscando apenas um pouco de descanso. Acabei concordando em vir com meu namorado, afinal começar a vagar sem proteção alguma pelas ruas definitivamente está fora de questão, apenas mandei uma mensagem para Theo dizendo que ia para casa de uma amiga por alguns dias, isso vai nos dar um tempo extra para pensar, depois peguei minhas malas e a fotografia tirada de mim e minha mãe, vindo com Peter.

- Ei meu céu- sorrio de leve ao ouvir a voz gentil e cautelosa do moreno- como você tá?

- Bem na medida do possível Pete- sinto um beijo ser despejado em minha bochecha e seu hálito fresco de menta me dá a noção de que o mesmo acabou de escovar os dentes- que horas são?

- 20:30, demorou pra você se acalmar quando nós chegamos- aceno e seu polegar acaricia meu braço- quer jantar?

- De verdade? Não- rio levemente e umideço meus lábios.

- Tudo bem, pelo menos toma um banho, isso vai te relaxar e eu chuto que talvez melhore seu sono- abro os olhos e Peter ruboriza quando minhas sobrancelhas se unem em confusão- eu só quero ajudar, d-desculpa anjo, faz o quê quiser- me levanto sem pressa e estalo um beijo em sua bochecha, atraindo sua atenção.

- Eu vou lá, e posso tentar comer um pouco depois- mesmo falando um pouco contra minha vontade, o grande sorriso que Peter abre me ilumina e compensa todo o desconforto.

- Tudo bem, eu pedi pra May trazer comida italiana, sei que você adora massa- sorrio levemente e concordo, me levantando e alcançando a toalha que o mesmo havia deixado em cima de uma cadeira.

- Obrigado Pete- me encaminho para o banheiro, porém antes de entrar a voz de Peter chega até meus ouvidos.

- Você prefere usar seu pijama ou... sei lá... uma camisa minha? Sabe, o quê for mais confortável pra você- observo os traços de timidez presentes em seu rosto e um sorriso genuinamente terno aparece em minha face.

- Só estava esperando você oferecer- outro sorriso lindo e com alegria infantil surge em seu rosto, lhe mando um beijo e entro no banheiro

Ao tirar cada peça de roupa que cobria meu corpo, não consigo evitar de analisar meu corpo, as cicatrizes que nunca me importaram começam a fazer diferença, uma pergunta rodando em minha mente: qual a verdadeira história delas?

A cicatriz em meu joelho e em minha mão são decorrentes de quando a janela do meu quarto foi quebrada, o por quê? Eu não faço idéia. Sobre a marca que possuo na perna, eu me lembro nitidamente de cair tentando aprender a andar de skate, esta não é mistério algum. Porém, eu tenho uma marca em meu couro cabeludo que nunca possuiu explicação, meu pai sempre me disse que eu bati a cabeça com força contra uma parede, por isso eu teria a marca mas não possuiria nenhuma sequela, sempre achei estranho, mas até aí não haviam motivos para desconfiar da palavra do homem que me criou sempre com tanto amor.

Entretanto, agora existem, então a pergunta que ronda minha mente é, qual a verdadeira história por trás disso?

◇◇◇

Após tomar meu banho e vestir a roupa que Peter havia deixado separada para mim, decido espairecer um pouco durante o jantar com May e Peter, a mais velha por sinal me recebeu extremamente bem e garantiu que eu poderia ficar aqui por quanto tempo precisasse, até mais do que isso, dá para acreditar?

- Boa noite querida, como você está?- May sorri para mim enquanto tira a comida dos potes, distribuindo a massa em pratos bonitos- Peter me disse que você gostava muito de comida italiana e pediu para que eu trouxesse, então advinha qual vai ser nosso jantar de hoje!? Espaguete com almôndegas e muito molho! O quê acha?

Meu Doce QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora