Meu Doce Querer

37°- Anos Atrás

19 anos atrás.

Narrador

A mulher loira de olhos azuis caminhava em cima de seu salto de quinze centímetros, observando os rostos curiosos de vários homens se virarem em sua direção, visivelmente curiosos sobre o que uma mulher tão linda e sofisticada como aquela estaria fazendo naquele restaurante não tão sofisticado assim.

- Sabe, quando você disse para nos encontrarmos em um lugar menos chamativo, eu imaginei que você própria também estaria menos... chamativa- a frase é dita de maneira óbvia pelo moreno, que sorri em seguida cumprimentando a mulher com um beijo no rosto.

- Coloquei minha roupa mais básica, porém é impossível não chamar atenção, desculpe Stark- Marta sorri com falsa doçura, desviando o beijo da bochecha para seus lábios pintados de vermelho.

- De fato, sua beleza é estonteante- o homem concorda chamando o garçom- seu melhor vinho, por favor.

- É uma ocasião especial, senhor Stark?- provoca a mulher encarando as unhas pintadas vermelho vivo.

- Qualquer ocasião com sua presença se torna especial- Marta sorri sabendo do jogo de sedução ao qual Tony estava fazendo, ela não era uma mulher inocente e muito menos hesitante, sempre teve todos os homens que quis aos seus pés, e Anthony Edward Stark não seria uma exceção.

- É uma honra- apesar de talvez soar irônica para alguns, a frase fora dita com total sinceridade.

- Sim, eu sei- ambos presentes naquela mesa sorriram, sabendo que haviam conseguido alguém para esquentar os lençóis naquela noite fria de Nova York.

Esqueceram de apenas um detalhe, a proteção.

◇◇◇

A mulher forte havia desmoronando.

Sentada em seu apartamento observando os carros voarem pelas ruas lotadas de Nova York, a loira tomava chá de camomila, diziam ser bom para acalmar os nervos, e era isso que Marta precisava no momento.

Como fora burra, esquecer a proteção justo com o bilionário Tony Stark? Essa era a pior coisa que poderia acontecer em sua vida. Não a gravidez, é claro, a mulher sempre quis ser mãe, e apesar de ser ainda muito nova estava feliz que existia um pequeno ser se desenvolvendo em seu útero, mas precisava ser filho do Stark?

A mulher tinha certeza que ele era o pai, como? Simples, não havia dormido com ninguém mais durante o último mês, sendo assim, o único espermatozoide que poderia ter ultrapassado a linha de chegada pertencia a Anthony, e ela lembrava claramente de dispensar a camisinha naquele encontro casual.

Ela sabia que Stark apesar de tudo adoraria ser pai, e faria isso muito bem, aquele não havia sido o primeiro encontro do casal, já se conheciam a anos e pelo menos o mínimo para saberem que um desejo em comum de ambos era ter filhos em algum momento, mas não um com o outro, definitivamente não.

Ela daria tudo para ver o sorriso no rosto do amigo quando visse o pequeno bebê, só que isso não era possível. Stark era um homem poderoso e com certeza qualquer ente querido seria um meio de chegar até ele, seu filho ou filha não serviria de moeda de troca para bandidos, nunca. E por isso Marta precisava sair de perto do homem o mais rápido possível. Mudar de cidade chamaria atenção, ela estava ciente de que já estava na mira dos bandidos, então teria de ir para longe do bairro nobre ao qual morava, sumir da vida de Tony.

Mas não sem ter uma garantia, ela deixaria meios para o Stark encontrá-la se necessário.

18 anos atrás.